15º DOMINGO TEMPO
COMUM
15
de Julho – Ano B
Evangelho
Mc 6,7-13
-JESUS
ENVIA OS DISCÍPULOS Mc 6,7-13, José
Salviano
No domingo passado, nós refletimos sobre a visita
de Jesus a sua terra natal, na qual Ele não foi reconhecido como o Filho de
Deus, mas apenas como o filho do Carpinteiro. Ali, Jesus foi olhado com OLHOS
HUMANOS e por isso, Ele foi visto somente como o filho de José e de Maria.
Nós precisamos olhar a vida com um olhar de fé, e
não com um olhar humano. Veja e sinta a diferença:
Se olharmos um mendigo com um olhar humano, nós
veremos ali caído no chão, apenas um vagabundo, um preguiçoso, um asqueroso,
etc. Porém, se o olharmos com os olhos da fé, vamos nos lembrar das palavras de
Jesus, e veremos nele o próprio Jesus. Você viu, sentiu a diferença?
Do mesmo modo, se olharmos a mulher do próximo com um
olhar humano, veremos nela apenas uma presa a ser devorada pelos nossos
instintos. Porém, se a vemos com olhar de um homem de Deus, se a olharmos com
os olhos da fé, veremos nela uma alma a ser salva, uma criatura de Deus, e
nossa irmã. E o mesmo é válido para a mulher que olha para um outro homem.
Assim também, no momento da elevação, se olharmos para
a Hóstia consagrada com olhar humano, não veremos nada mais do que uma bolacha
branca. Mas se olharmos com os olhos da fé, veremos O PRÓPRIO JESUS QUE SE FEZ
ALIMENTO, E SENTIREMOS AQUELE ARREPIO PROVOCADO PELA PRESENÇA DO DEUS VIVO.
Experimente!
Neste domingo a liturgia nos mostra que Deus
escolhe seus profetas tirando-os do maio do povo simples. Na primeira leitura,
vemos a figura de Amós, um agricultor, pelo qual Deus fala a seu povo, pois o
capacitou para essa missão.
Deus pode escolher qualquer um de nós, e nos
capacitar para falar a seu povo. Deus nos escolhe, nos chama, e espera o nosso
SIM para segui-lo e servi-lo.
Desse modo, qualquer um de nós pode ser profeta.
Para isso basta que Deus nos escolha e nos chame. Porém, é necessário que
sintamos esse chamado, e respondemos positivamente a ele.
Jesus escolhe e envia os discípulos com as mesmas características
dos profetas escolhidos do Antigo Testamento.
A iniciativa é sempre de Deus, e a resposta é
sempre nossa.
Jesus enviou os discípulos dando-lhes poderes.
Assim, os enviados eram representantes de Jesus, em qualquer lugar, com a mesma
força, e poder de ação.
Do mesmo modo, Deus age conosco. Ele nos escolhe,
nos dá tudo o que necessitamos para efetuar a nossa tarefa missionária. O resto
depende de nós. Depende do nosso SIM, e do nosso esforço PARA RENUNCIAR O
PECADO E VIVER NA SUA PRESENÇA.
Pois “sem mim
nada podeis fazer” .
Repetimos essas palavras de Jesus por causa da sua
imensa importância no papel da evangelização. Um pai injusto, não pode ensinar
um filho a ser justo. Quem não tem, não pode dar.
Jesus nos capacita, porém Ele, no respeito à nossa
liberdade, não interfere nas nossas escolhas. Por isso, o sucesso da nossa
missão, depende também de nós. Depende do nosso empenho para viver a santidade.
PRIMEIRA
LEITURA
Amós
que era pastor de gado, de repente ouviu o chamado de Deus que o enviava para
profetizar para o seu povo. Amós confiou na providência divina, confiou que
Deus iria providenciar de tudo o que ele precisava para aquela imensa tarefa
para a qual não tinha a menor experiência. E assim, foi o que aconteceu com
sucesso.
Hoje,
se estivéssemos atentos aos acontecimentos de cada dia, iríamos perceber que
Deus nos chama diariamente para nos converter e nos transformar em Amós
modernos, e levar ao mundo a palavra que salva.
SEGUNDA
LEITURA.
Caríssimos.
A nossa missão no mundo é mais importante que imaginamos. Não viemos a
esse mundo para fazer o mal, mas, pelo contrário, fomos enviados para fazer o
bem.
É
o que Paulo nos mostra em sua carta aos Efésios. Primeiro ele bendiz a Deus por
Ele nos ter abençoado com toda bênção do seu espírito. Por Ele ter nos
escolhido antes mesmo da criação do mundo para que fôssemos santos e não
pecadores, e pelo mistério da encarnação redentora de seu Filho amado, Deus
nos fez seus filhos adotivos e portanto deveremos agir de acordo
com a sua vontade para o louvor da sua glória. E não para fazermos o contrário,
para fazermos o mal, o qual desmerece a glória do nosso Pai.
Por
meio do sacrifício de Jesus, Deus Pai nos libertou do pecado, colocando a nossa
disposição, a Igreja para nos redimir quando cairmos nos laços do maligno. E
tudo isso Deus nos concedeu de graça, pela riqueza de sua graça santificante, e
desinteressada, ou seja, totalmente de graça, com o objetivo de que sejamos
salvos e não condenados!
Para
isso Deus, por meio de seu Filho amado nos derramou abundantemente toda
sabedoria e toda prudência que deveríamos ter para não vacilar nos passos da
caminhada terrestre, rumo ao Céu.
EVANGELHO
Jesus
envia os discípulos para a sublime missão de evangelizar, e recomendou a eles
que não levassem malas cheias de roupa e outros objetos, pois aqueles que os
acolheriam, tinham a obrigação de servi-los, em tudo o que necessitassem. Assim
também deve acontecer com os nossos padres. Nós é que temos o dever cristão de
lhes fornecer tudo o que eles necessitam para uma sobrevivência digna,
não tendo com que se preocupar com a aquisição do próprio sustento. É
nossa obrigação de dar na hora do ofertório, o sustento necessário aos
escolhidos por Deus para salvar o mundo do pecado.
Com
o envio dos discípulos, estava nascendo a Igreja, de Nosso Senhor Jesus Cristo,
a Igreja por excelência missionária. Aquela que levou e leva a palavra de
Deus a todos os povos.
Os
primeiros missionários, os primeiros transformadores desse mundo em um reino de
justiça e paz, foram convocados pelo próprio Filho de Deus, para dizer não só o
que o povo queria ouvir, mas também o que todos PRECISAM OUVIR. E uma
prova disso foi o destino final de muitos apóstolos. Eles não estavam
interessados em fama, em agradar a todos, mas sim em mostrar o amor de
Deus, e também em dizer o que o mundo precisava ouvir, ou seja, anunciar
e denunciar. Por isso eles morreram "de morte matada".
Do
mesmo modo o catequista que busca a glória pessoal, que prefere ser elogiado,
querido por todos, que faz um sermão agradável principalmente aos ricos,
tampando o sol com uma peneira, mostrando um Jesus de amor e ignorando que
Jesus é também justiça, ignorando o mal do mundo, passando a mão na cabeça dos
injustos, esse catequista não está cumprindo com a sua verdadeira missão que é
de anunciar o amor do Pai trazido por seu Filho ao mundo, e denunciar todas as
injustiças e o egoísmo principalmente dos poderosos.
O
verdadeiro missionário, é um copiador de Jesus, de Paulo, de Pedro, e de tantos
outros que deram as suas vidas pelo Reino. É claro que Deus é amor, e nós
devemos anunciar a sua misericórdia, sua infinita bondade. Pois quem vai à
missa quer ter um consolo, quer ouvir palavras que abrande o seu sofrer,
palavras ditas por santos enviados de Deus, palavras que aliviam, abrandem as
misérias e injustiças sofridas ao longo de sua vida. Pois a bem da
verdade, estamos cansados de tantos desmandos, de tantas injustiças, de tantos
crimes sem punições, ou com punições suaves, cumpridas na própria residência,
vendo filmes nos telões, jogando videogame, fazendo ginástica, comendo do bem e
do melhor, tudo na maior mordomia de quem roubou muito e com o dinheiro
do povo pode comprar tudo. Crimes contra os mais fracos, crimes que ficam por
isso mesmo, e não temos a quem recorrer, e ainda temos de pagar por toda essa
corrupção...
Mas
não podemos parar por aí, não devemos ficar só nisso, falando do amor de Deus.
Precisamos também mostrar um Jesus que transformou pedaços de cordas em um
chicote e desmantelou as mesas dos cambistas na porta do Templo, na porta da
Casa do Seu Pai. Precisamos mostrar O Jesus justiça que disse. "Não
vos conheço, ide pois para o fogo eterno". Quando Ele
estava se referindo ao dia do juízo final, na hora em que os falsos
cristãos, aqueles que foram lobos vestidos de ovelhas, disserem que
evangelizaram bastante em nome de Deus, mas no fundo, nas horas vagas,
praticavam a iniquidade. E Jesus via tudo...
Nos
tempos de Jesus, a medicina era praticamente inexistente, e havia muitas
doenças inexplicáveis, para as quais o povo atribuía a ação do demônio. Ou
seja, as doenças físicas e mentais, eram chamadas de possessão demoníacas. Para
eles o doente estava possesso do demônio. E para curá-lo teria de ser expulso o
demônio que o atormentava.
Jesus,
respeitando a crença popular, deu poderes aos discípulos para expulsar os
demônios, ou seja, deu-lhes poderes para libertar os pobres, os excluídos, os
doentes de seus estados de enfermidade, de suas doenças.
CONFIAR
NA PROVIDÊNCIA DIVINA. Quando Jesus recomendou aos enviados que não
levassem provisões, Ele estava dizendo que precisamos confiar plenamente na
providência divina. Deus irá prover o sustento, a proteção, assim como
toda inspiração necessária para o anúncio da palavra, o qual deve acontecer
GRATUITAMENTE. O dom da palavra assim como o dom da cura não deve ser cobrado.
Pois se recebemos de graça, de graça deveremos dar. Porém, compete a nós,
o reconhecimento de que se o missionário não faz outra coisa para promover o seu sustento, cabe a nós essa
iniciativa voluntária com a alegria de quem recebe aqueles que foram
enviados por Deus!
Meus
irmãos. Quando Paulo disse que guardou a fé, ele não estava dizendo que
deveríamos segurar a fé somente para nós. A fé deve ser partilhada por ações e
palavras. Precisamos levar a nossa fé vivida diariamente aos nossos irmãos.
Começando em nossa casa, e aí precisamos entender que o exemplo fala mais alto
que as palavras. Todo batizado tem o dever missionário de participar da
evangelização, o dever de semear a palavra de Deus.
Nossas
comunidades precisam acolher, procurar conhecer, familiarizar-se com os novos
catequistas que aparecem, e depois de perceber que se trata de cristãos
autênticos, devem integrá-los à comunidade, pois precisamos de mais gente de
boa vontade para espalhar a semente da palavra de Deus por todo o mundo. Chega
de ciúmes, de inveja, de discriminações. Precisamos reconhecer os novos Amós,
os novos discípulos enviados por Deus para anunciar a palavra juntamente
conosco.
Vai e faça o mesmo, e tenha um bom domingo,
José Salviano.
Amém Boa reflexão obrigado Silviano por ter dado uma Boa lição e recomendação da palavra que Deus abençoe sempre .
ResponderExcluirDeus o abençoe e lhe conserve essa sabedoria para nos ajudar na reflexão da liturgia.
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