Domingo, 29 de julho de 2018.
Evangelho de São João 6, 1-15.
Entre os poderosos, Jesus era rejeitado, mas muito acolhido pelos
simples. A multidão que o seguia era constituída pelo povo pobre humilde,
explorado, escravizado que via em Jesus mudanças, esperança de tempos melhores.
Esse era encantado pelos milagres que Jesus realizava, por isso onde Ele estava
o povo estava também, gostava da sua palavra, do seu acolhimento, do seu jeito
de ser pensar, agir.
A páscoa dos judeus estava próxima, a festa maior dos judeus.
Celebravam a sua saída do Egito, a libertação das mãos do Faraó, os favores que
Deus tinha feito em favor deles. No deserto Deus cuidou de todos, alimentou-os
com o Maná, matou-lhes a sede e conduziu-os à Terra Prometida. Jesus vai fazer
um milagre que lembra o Maná do deserto que o povo comeu durante 40 anos.
Jesus é sensível às necessidades da multidão que o segue. Como
alimentar uma multidão faminta, aquela que acompanhava Jesus dia a dia sem
querer se despedir para voltar para casa e comer? Assim como nas bodas de Caná,
onde faltava vinho, Jesus quer que as pessoas percebam que humanamente é
impossível arrumar pão para todos. Só mesmo um poder divino, superior, poderia
intervir para solucionar aquela situação. É por isso que Jesus pergunta a
Filipe: “onde podemos comprar pão para tanta gente?” Com isso responsabiliza
todas as pessoas pela solução da fome no mundo. Jesus pergunta, mas sabia o que
fazer. Com isso evidenciava mais o problema sem solução para depois agir e
todos perceberem o milagre, que só poderia vir de Deus. E mesmo que tivessem
dinheiro suficiente, onde poderiam encontrar tantos pães?
André encontrou um menino com dois peixes de cinco pães de cevada.
O nome André significa “humano” e menino, “o pequeno, o menor” que trabalha sem
remuneração. O pão de cevada era tido como de baixa qualidade, o pão dos
pobres.
Jesus pede que os discípulos façam a multidão acomodar-se na relva.
É um banquete sem mesa, pois o que Jesus fará em seguida é saciar a fome da
multidão, tornando-se ele mesmo a mesa em torno à qual o povo se reúne para
celebrar a vida da Nova Aliança com Deus, aceitando a oferta do menino.
Era costume dos judeus, nas refeições, o pai de família, depois que
todos estavam sentados à mesa, abençoava o pão, partia e dava um pedaço para
cada um. Agora Jesus vai repetir o mesmo gesto. Agradecer a Deus pela sua
bondade infinita que nos dá tantas coisas, nos dá o alimento de cada dia. Pega
o pão agradece a Deus e distribui a todos. Faz o mesmo com o peixe. Jesus se
torna ele mesmo pão que alimenta, no banquete onde o pouco se distribui e nada
se perde. Todos comeram a vontade até ficarem saciados plenamente. Em seguida
manda que recolhem o que sobrou. Sobraram 12 cestos.
A abundância significa que agora é o tempo messiânico, o número 12
indica plenitude, abundância. Isso contradiz as cenas que o povo viveu no
deserto, onde só podia colher o Maná necessário para aquele dia. Com Jesus
todos podem comer até ficarem saciados. Como em Caná, houve vinho em abundância
e melhor que o anterior, aqui também há pão em abundância. Lá faltou vinho,
aqui faltou pão. Lá a água se transformou em vinho delicioso; aqui, o pão de
baixa qualidade se transformou em pão saboroso, tanto assim que, no dia
seguinte, o povo pedia mais daquele pão: “Senhor, dai-nos sempre deste pão”(Jo
6,34).
Diante do milagre o povo vê Jesus como “o verdadeiro Profeta que há
de vir ao mundo.” A multidão vendo o prodígio lembra da passagem do
Deuteronômio 18,15, onde se lê: “O
Senhor, teu Deus, te suscitará dentre os teus irmãos, um Profeta como eu
(Moisés)”. Portanto, Jesus é visto como um novo Moisés, e por isso o povo
espera que ele tome a iniciativa de libertá-lo das mãos do governo de Roma,
querem proclamá-lo Rei.
Jesus percebendo as intenções puramente políticas dos judeus se
retira sem procurar discutir com eles. Jesus sabia que se aceitasse a liderança
política contra os romanos, estragaria irremediavelmente sua obra espiritual,
já que seu “Reino não é deste mundo” (Jo 18,36). Por isso, para esfriar os
ânimos de cunho político, Jesus se retira sozinho.
O povo não entendeu o milagre de Jesus, pensavam no pão material,
no bem terreno, político, não perceberam que o “Reino de Deus” já estava entre
eles.
Esse milagre da multiplicação dos pães era para preparar o povo
para aceitar a Eucaristia. Se Jesus foi capaz de alimentar a multidão com cinco
pães e dois peixes, seria capaz de transformar o pão em sua carne e o vinho em
seu sangue. A grande multidão que vem até Jesus para comer representa todos os
homens que tem fome de um alimento espiritual, que procuram um alimento que é
capaz de saciar sua fome de justiça, de amor e de paz, esses creem na força da
vivificante da Eucaristia.
Jesus nos ensina que somos capazes de alimentar a multidão quando
somos capazes de partilhar o que temos, o pouco se torna muito, todos teriam o
necessário e o suficiente e ainda sobraria muita coisa. A partilha é um sinal
de como deveria agir a comunidade dos que seguem Jesus. Esta é a verdadeira
Eucaristia, dom de Deus, ligado ao esforço das pessoas que partilham, que vivem
a fraternidade e a igualdade. Todos nós cristãos seguidores de Jesus precisamos
ser sensível à necessidade material dos irmãos, precisamos fazer a diferença.
Nosso país tão grande, de terras férteis, de abundância de água,
sem vulcões, terremotos, catástrofes, temos que admitir que o povo pode viver
melhor, ter vida digna, que é possível sim, alimentar a todos, para isso temos
que dar nossa contribuição. Meus irmãos, vocês sabem como!!!
Abraços em Cristo!
Maria de Lourdes
Sábias palavras
ResponderExcluirEu, Jair Ferreira da cidade de Cruz das Almas - Ba todos os dias faço a leitura do dia e complemento com os comentários dessa equipe para complementar meus ensinamento e por em prática muito obrigado, que o Senhor Deus continue derramando benção a todos na Paz de Cristo.
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