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segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Renuncie a si mesmo-Dehonianos

05/08/2016
Tempo Comum - Anos Pares
XVIII Semana - Sexta-feira
Lectio
Primeira leitura: Naum 2, 1.3; 3, 1-3.6-7.
1Eis sobre os montes os pés do mensageiro que traz notícias de paz. Celebra as tuas festas, ó Judá, cumpre os teus votos, porque o ímpio não passará mais pela tua terra; está completamente destruído. 3Porque o Senhor restabelece o esplendor de Jacob, assim como o esplendor de Israel; pois os saqueadores despojaram e destruíram os seus sarmentos. 1Ai da cidade sanguinária, cheia de fraude, de violência e de contínuas rapinas! 2Ruído de chicotes, barulho de rodas, cavalos a galope, movimento de carros! 3Ginetes ao assalto, espadas que reluzem, lanças que cintilam, multidão de feridos! Mortos em massa, cadáveres sem fim! Tropeça-se nos seus cadáveres. 6Cobrir-te-ei de imundície e de infâmia, hei-de expor-te como espectáculo. 7Todos os que te virem, fugirão de ti, dizendo: «Nínive está devastada! Quem se compadecerá dela? Onde irei buscar quem te reconforte?»
O pequeno livro de Naum não apresenta as características da literatura profética, tais como oráculos condenatórios e salvíficos, chamamentos à conversão, ou anúncios de castigo. Trata-se de poemas exultantes de militarismo e vingança, a propósito da queda de Nínive. Terror dos povos vizinhos, incluindo Israel e Judá, o império assírio caía, no Verão de 612, às mãos de babilónios e medos. O povo de Israel e Judá celebrou com alegria a salvação e a paz reencontradas (2, 1). Javé concedera-lhas, humilhando o opressor, que usara a mentira, a rapina, os carros de guerra e o furor homicida dos seus soldados para semear violência e morte. O profeta vê o fim de tanto horror, e pode oferecer ao seu povo uma mensagem de alegria e consolação. Nínive, pelo contrário, não tem quem a console (3, 7).

Evangelho: Mateus 16, 24-28
Naquele tempo, então, 24Jesus disse aos discípulos: «Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. 25Quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perder a sua vida por minha causa, há-de encontrá-la. 26Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua vida? Ou que poderá dar o homem em troca da sua vida? 27Porque o Filho do Homem há-de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada um conforme o seu procedimento. 28Em verdade vos digo: alguns dos que estão aqui presentes não hão-de experimentar a morte, antes de terem visto chegar o Filho do Homem com o seu Reino.»
Depois da confissão de Pedro, Jesus confirmou a sua identidade de Messias e de Filho de Deus, e indicou o carácter doloroso do seu messianismo (cf. Mt 16, 16-17.21). Agora fala dos que O pretendem seguir. A sorte dos discípulos não será diferente da do Mestre (cf. 10, 24s.). E toda a atitude e toda a opção do discípulo terá sentido na sua relação com o Mestre. A escala de prioridades e valores é definida pela relação com Jesus, cujo percurso histórico marcado pelo sofrimento vivido no amor, será assumido pelo discípulo (v. 24). Este experimentará o paradoxo de «perder para encontrar», de «morrer para viver» (v. 25). As suas obras hão-de manifestar a opção por Jesus como centro da sua existência. Tal opção será recompensada no dia do juízo (v. 27). De facto, o Messias Sofredor é também o Juiz escatológico. O Messias humilhado é também o Rei glorioso.

Meditatio
Naum apresenta-nos dois cenários contrastantes: de um lado, o pequeno e oprimido reino de Judá, que, no século VI a. C. se encontrava em situação muito precária; de outro lado, Nínive, a esplendorosa capital do poderoso império assírio. No Magnificat, Maria proclama que Deus, exercendo a força do seu braço, derruba os poderosos dos seus tronos e exalta os humildes. Foi o que aconteceu, segundo Naum, à Assíria e à sua capital, destruídas pelos babilónios e medos, enquanto Judá, pequena nação, escuta uma promessa cheia de alegria: «Eis sobre os montes os pés do mensageiro que traz notícias de paz» (v. 1). E vem o convite à festa, à acção de graças «porque – diz o Senhor- o ímpio não passará mais pela tua terra; está completamente destruído» (v. 1). Pelo contrário, Nínive, «cidade sanguinária, cheia de fraude, de violência e de contínuas rapinas!» (2, 1), será devastada. O profeta descreve poeticamente a desgraça de Nínive: «Ruído de chicotes, barulho de rodas, cavalos a galope, movimento de carros! Ginetes ao assalto, espadas que reluzem, lanças que cintilam…» (vv. 2-3). Segue a ameaça de cobrir Nínive «de imundície e de infâmia, hei-de expô-la como espectáculo (2, 6). E «todos os que te virem, fugirão de ti, dizendo: «Nínive está devastada!» (2, 7). E o profeta conclui: «Quem se compadecerá dela? Onde irei buscar quem te reconforte?» (2, 7). A resposta vem noutro texto: «Todos os que ouvirem notícias tuas baterão as palmas contra ti; pois, sobre quem é que não passou a tua contínua maldade?» (3, 19). A destruição de Nínive é considerada um evento alegre, porque põe fim à opressão, à crueldade.
Ao longo da história, e mesmo nos nossos dias, assistimos à queda de tantos regimes despóticos e opressores, e à alegria que esses eventos trouxeram a tantos países e povos. Ainda, há poucos anos, assistimos espantados ao desmoronar-se de um desses colossos. Quem poderia imaginar que tal iria acontecer? Mas aconteceu. Outros «impérios» cairão! Deus continua a reger o mundo. O seu ritmo nem sempre corresponde à nossa impaciência, mas está activo. Há que ter confiança: «No mundo, tereis tribulações; mas, tende confiança: Eu já venci o mundo!» (Jo 16, 33). 
Em muitas situações, o discípulo é chamado a carregar a cruz, com o Senhor, até ao Calvário, até à morte. Mas o Senhor garante-nos «quem perder a sua vida por minha causa, há-de encontrá-la» (v. 25). A lógica de Deus não inclui triunfos idênticos aos dos poderosos deste mundo, que até acabam por se revelar transitórios. Mas inclui perder a própria vida, gastá-la ao serviço dos outros, sem recusar os sofrimentos que daí podem vir, e continuando sempre a amar. Que viver assim, torna-se uma testemunha silenciosa, mas eficaz, da verdadeira libertação.

Oratio
Obrigado, Senhor, porque não me obrigas a seguir-Te, mas apenas me fazes o convite. Quero acolhê-lo e, cada dia, carregar a minha cruz, seguir os teus passos. Só o teu caminho leva à vida, porque Tu és o Caminho e a Vida. Sei que caminhar Contigo, e como Tu, implica sofrimento. Amar como Tu, significa dar a vida. Isso assusta-me. Preferia um amor mais fácil. Mas compreendo que o amor que não se dá totalmente, não é mais do que uma cópia camuflada do egoísmo.
Infunde em mim o teu Espírito Santo, para que eu viva o amor oblativo, o amor que se dá, sem condições, até ao fim. Que eu aprenda, definitivamente, a sabedoria do teu amor crucificado. Amen.

Contemplatio
Somos baptizados na cruz. Devemos morrer com Jesus para ressuscitarmos com Ele (Rm 8,17). Membros de Jesus Cristo, devemos ter a mesma sorte que o nosso chefe. Ser-lhe parecidos, essa é a nossa glória. Indicou-nos a via da salvação, é preciso segui-la. «Suplico-vos, dizia S. Paulo, que façais dos vossos corpos uma hóstia viva, santa e agradável a Deus» (Rom 12,1). A cruz, diz a Imitação, é a salvação, é a vida, é a fonte das doçuras celestes. 
Que farei para me unir à divina vítima? Que penitência hei-de impor-me? Que sacrifícios me pede a graça divina? Não tenho cuidados excessivos com o meu corpo? No sono, nas refeições, nos descansos, não tenho nada a cortar? «Aqueles que pertencem a Jesus Cristo, diz S. Paulo, crucificaram os seus corpos com as suas cobiças» (Gl 5,24). Devo propor-me alguma prática de mortificação interior e exterior. Devo também abandonar-me à vontade divina e aceitar as cruzes que a divina Providência me enviar. «Que aquele que quiser seguir-me (e amar-me), disse o bom Mestre, renuncie a si mesmo e tome a sua cruz». (Leão Dehon, OSP 3, p. 230).

Actio
Repete frequentemente e vive hoje a palavra:
«Quem perder a sua vida por minha causa, há-de encontrá-la» (Mt 16, 25).

| Fernando Fonseca, scj |



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