23º DOMINGO DO TEMPO
COMUM 04/09/2016
1ª Leitura Sabedoria 9,
13-18
Salmo 89 (90), 1 “Senhor,
fostes nosso refúgio de geração em geração”
2ª Leitura Filemôn 1,
9b-10. 12-17
Evangelho Lucas 14, 25-33
A prática cristã requer
continuamente uma decisão firme a favor de Jesus e seu evangelho, muita gente
se ilude achando que uma experiência mais forte com Jesus Cristo em um retiro,
já foi suficiente para a conversão, um pensamento bem equivocado, pois a partir
do momento em que conheço Jesus e tenho uma disposição interior de ser
discípulo, a Fé vai exigir de mim inúmeras decisões de caráter íntimo e
pessoal.
As primeiras palavras de
Jesus neste evangelho parecem ser marcadas por um amor egoísta, o Mestre exige
que o amem acima de qualquer outra pessoa e até acima da própria vida. Fala-se
aqui de relações afetivas muito fortes para o Povo Judeu, e a Vida é Dom
Sagrado, uma bênção Divina também, como é que o ouvinte vai por em prática
essas palavras do Mestre, que parecem ser tão duras?
Diferente dos Fariseus,
Jesus não está colocando um fardo pesado demais nos ombros de quem quer ser seu
discípulo...Embora os evangelhos não sejam narrativas históricas ou
jornalísticas, mas eles mostram claramente que um belo dia, Jesus formou o seu
grupo e saiu de casa, deixando para trás a mãe e os demais parentes (inclusive
eles acharam que Jesus estava louco, lembram-se dessa passagem?) De fato,
parece loucura romper com tudo para ser seguidor de Jesus e do seu evangelho,
principalmente porque se caminha na contra mão do Sistema Religioso, Político e
Econômico daquela época. É desse conflito do Reino com a Humanidade, e com os
interesses de grupos poderosos que detêm o poder político, econômico ou
religioso, que surge a cruz,
consequência da rejeição. Cruz para o discípulo significa todas as
contrariedade que irá ter, por fazer a sua opção por Jesus e seu Evangelho nas
decisões que precisarão ser tomadas ao longo da vida.
Então a segunda parte do
evangelho nos convida a pensar seriamente nisso: que ser discípulo não é apenas
uma filosofia de vida, ou uma prática religiosa entre outras tantas que existe
por aí, ou pior ainda, a fachada de uma determinada igreja da qual me fiz
membro. Quem pensar assim não conseguirá levar adiante o seu discipulado, que
requer coerência entre Fé e Vida, pois os desafios são muitos, basta ver as
investidas contra a Igreja de Cristo, que sempre aconteceram e vão continuar
acontecendo na História da Igreja. Sentar-se para ponderar sobre a missão, é
sinal de que a Fé não se desliga da razão, é preciso planejar, é preciso
determinação e perseverança no Discipulado. Hoje em dia há uma multidão de
“discípulos de araque” seguindo Jesus, na ilusão de que o cristianismo é um mar
de rosas “Encontrei Jesus e a minha vida mudou para melhor!”Emoções e lágrimas,
curas miraculosas, Jesus sofreu para que agora nós curtíssemos o paraíso do
conforto, do bem material e da riqueza!. Essa multidão de discípulos, ao final
vão cair no ridículo. Essa é uma falsa premissa, sustentada pela pregação de
Líderes espertalhões que oferecem um cristianismo ameno, sem muitas exigências,
a não ser desembolsar o $sagrado Dízimo
que vão para as “gordas contas
bancárias” nem sempre das igrejas...(Diácono José da Cruz - Paróquia Nossa
Senhora Consoloata - Votorantim SP- E-mail jotacruz3051@gmail.com.br )
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