15 de agosto
1ª LEITURA Juízes 2, 11-19
Salmo 105(106) , 4 a “Lembrai-vos de mim, Senhor”
Evangelho Mateus 19, 6-22
“O Rico que queria ser discípulo”
Estamos diante de um Jovem rico, que procurou
Jesus porque queria ser discípulo, e a sua pergunta foi profunda “O que devo
fazer de bom para ter a Vida Eterna”. Ele imaginava que haveria algo de novo
que só o Mestre sabia, e que poderia ajudá-lo a ter a Vida Eterna, mas Jesus lhe
aponta algo que é o caminho comum do Judaísmo: o cumprimento da Lei!
Ao perguntar “quais mandamentos” o jovem rico
demonstra que está em busca de algo novo, e talvez na Lei de Moisés havia
alguma novidade que ele ainda não tinha percebido e que o Mestre iria agora
revelar-lhe. Mas os mandamentos a que Jesus se refere, aquele jovem já os
observava desde a infância. Notemos a sua insistência na busca de algo
novo...”Tudo isso já cumpro. Que me falta ainda?”
Então Jesus sai dos parâmetros normais da Religião
Judaica e adentra na novidade do Reino que ele está inaugurando entre os
homens, e que é maior do que qualquer religião: “Se queres ser perfeito, vai,
vende teus bens, da aos pobres e terás um tesouro no céu, depois vem e
segue-me”.
A Lei moral, mesmo a de caráter religioso, não
nos garante a Salvação e nem o Céu, mas o amor que partilha, que requer
desapego de tudo que me pertence, a favor dos que não têm. É isso que conta no
novo Reino, essa realidade maior que qualquer Igreja, da qual a nossa Igreja Católica
é Sacramento, sinal, dando-lhe visibilidade, mas ela não é o Reino, ao
contrário, está contida dentro do Reino.
O jovem rico procurava algo novo, mas dentro da
sua realidade religiosa, algo lógico e racional, de caráter de retribuição :
“Faço isso e tenho aquilo”. Alegria, Felicidade e Bênção Divina, era Dar os
Bens materiais , e não tê-los, como se pensava naquele corrente religiosa a
qual pertencia aquele jovem e que hoje tem milhões de adeptos para os quais a
Fé é uma senha eletrônica que abre o Cofre Forte de Deus.
A tendência de quem é rico, é sempre dar o que
lhe sobra, por isso aquele jovem rico foi embora muito triste, porque não
conseguia acreditar que outra coisa, que não fosse seus bens materiais,
pudessem lhe dar alegria. Hoje em dia ainda há muitos ricos tristes,
angustiados e deprimidos, porque de repente fazem a descoberta de que há algo
que o seu patrimônio e riqueza, não consegue adquirir. Um tesouro imenso e
valioso que Deus oferece a todo aquele que se fizer pobre, por causa do Reino.
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