29 de julho -- Sábado - Evangelho - Jo 11,19-27
Bom
dia!
No
Evangelho de Lc 10,38-42 (Jesus visita Marta e Maria) narrava a inquietação de
uma irmã (MARTA) contrapondo-se com a contemplação amorosa da outra (MARIA). É
fato que apenas Lucas e João narram passagens em que essa duas mulheres cruzam
a vida de Jesus, mas é sabido também que nos poucos momentos que Jesus buscou o
descanso, era na casa delas e de seu amigo Lázaro que Jesus encontrava um
abrigo seguro.
Reparem,
é outro momento e outra situação.
Naquela
narrada em Lc 10,38-42, vemos uma Marta atribulada com os afazeres e
Maria prostrando-se aos pés do Senhor. Muita gente para nessa reflexão, mas
convido a reparar o que aconteceu no evangelho de hoje: Dessa vez foi Marta que
buscou ao Senhor enquanto Maria ficou a parte. “(…) Quando Marta soube que
Jesus estava chegando, foi encontrar-se com ele. Porém Maria ficou sentada em
casa“.
Um
dia pode ser totalmente diferente do outro… Lembremo-nos: outro momento, outra
situação.
Quantas
pessoas de fé e testemunho de vida certo dia foram surpreendidas pela apatia da
sensação de impotência em virtude de um fato, uma situação, uma tragédia?
Quantas tempestades surgiram “do nada” sucumbindo até mesmo aqueles que já se
consideravam maduros na fé? Maria, aquela que um dia se pôs aos pés do Senhor
em contemplação, vivia talvez um dia sem esperança.
Saibam
que esse deve ser um dos motivos que levam muitas pessoas de fé a abandonar
tudo que um dia acreditaram, construiram e pregaram a viver uma vida ermitã
pelo mundo. Na dor esquecemos os processos naturais da vida e as leis que regem
a natureza.
Lázaro,
mais adiante é ressuscitado por Jesus, mas inevitavelmente um dia morreria.
Assim como hoje sou curado por Deus, um dia, retornando aos velhos hábitos ou
com o avançar dos dias e dos anos, fatalmente voltariam os problemas
respeitando assim a fisiologia natural do nosso envelhecimento. Lembre-se que
Jesus sempre nos faz voltar melhor após encontrá-lo.
O
que Marta encontrou em meio à dor da perda do seu irmão? A PAZ!
Enquanto
Maria demonstrava o abatimento natural daquele que perdeu uma batalha, Marta, a
que não parava, dessa vez fez a escolha certa e também não lhe foi retirada
“(…) Se o senhor estivesse aqui, o meu irmão não teria morrido! Mas eu sei que,
mesmo assim, Deus lhe dará tudo o que o senhor pedir a ele”.
Portanto
se o momento de agora é diferente do seguinte é importante entender que existem
altos e baixos que deverão ser encarados com naturalidade e perseverança na fé.
Dificilmente ficaremos o tempo inteiro no monte (contemplativo, na graça,
flutuando) e também o tempo inteiro na planície (aridez, tibieza, secura), se
conseguimos ver isso passaremos a entender que os tropeços são inerentes ao ato
de caminhar, mas cada um é livre pra escolher por onde e que terreno deseja
aprender a fazê-lo.
Um
dia após o outro, mas em todos, independentemente se ensolarado ou chuvoso,
rendamos graças a Deus e Nele busquemos forças e um espírito perseverante. Davi
entendeu profundamente esse pensamento.
“(…)
É em vós, Senhor, que procuro meu refúgio; que minha esperança não seja para
sempre confundida. Por vossa justiça, livrai-me, libertai-me; inclinai para mim
vossos ouvidos e salvai-me. Sede-me uma rocha protetora, uma cidadela forte
para me abrigar: e vós me salvareis, porque sois meu rochedo e minha fortaleza.
Meu Deus, livrai-me da mãos do iníquo, das garras do inimigo e do opressor,
porque vós sois, ó meu Deus, minha esperança. Senhor, desde a juventude vós sois
minha confiança. Em vós eu me apoiei desde que nasci, desde o seio materno sois
meu protetor; em vós eu sempre esperei. Tornei-me para a turba um objeto de
admiração, mas vós tendes sido meu poderoso apoio. Minha boca andava cheia de
vossos louvores, cantando continuamente vossa glória. Na minha velhice não me
rejeiteis, ao declinar de minhas forças não me abandoneis”. (Salmo 70, 1-9)
Santa
Marta, ensina-nos a ver vida, a esperança e a chance e esquecer a morte, o
desânimo e o fim.
Um
imenso abraço fraterno.
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