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domingo, 9 de julho de 2017

Jesus chamou doze discípulos e deu-lhes poder-Dehonianos

12 Julho 2017
Lectio
Primeira leitura: Génesis 41, 55-57; 42, 5-7ª.17-24a
Naqueles dias, 55quando a fome começou a manifestar-se no Egipto, o povo clamou por pão ao faraó; mas o faraó respondeu aos egípcios: «Ide ter com José; fazei o que ele vos disser.» 56Estendendo-se a fome a toda a terra, José abriu todos os celeiros e vendeu trigo aos egípcios. Mas a fome persistiu no país do Egipto. 57De todos os países vinham ao Egipto para comprar trigo a José. 5E os filhos de Israel foram comprar trigo, juntamente com outros que iam, pois também havia fome no país de Canaã. 6Ora José era governador do país; era ele que mandava distribuir o trigo a todo o povo do país. Quando os irmãos de José chegaram, prostraram-se diante dele com o rosto por terra. 7Vendo os irmãos, José reconheceu-os; dissimulou, porém, diante deles e falou-lhes com dureza. 17E fechou-os na prisão durante três dias. 18No terceiro dia, José disse-lhes: «Fazei o seguinte e vivereis, porque temo o Senhor: 19se procedeis de boa fé, que só um de vós fique detido na prisão, enquanto ireis levar às vossas famílias com que lhes matar a fome. 20Depois, trazei-me o vosso irmão mais novo: assim, as vossas palavras serão justificadas, e não morrereis.» E eles concordaram. 21Disseram, então, uns aos outros: «Na verdade, nós estamos a ser castigados por causa do nosso irmão; vimos o seu desespero quando nos implorou compaixão, e não o escutámos. Por isso veio sobre nós esta desgraça.» 22Rúben respondeu-lhes nestes termos: «Eu bem vos dizia, então: ‘Não pequeis contra o menino!’ Mas não me escutastes. Agora respondemos pelo seu sangue.» 23Ora eles não sabiam que José os compreendia, porque lhes falava por meio de um intérprete. 24José afastou-se deles e chorou. Depois voltou para junto dos irmãos e falou-lhes.
A figura de José predomina no último ciclo do Génesis (cc. 37-50). José encarna a imagem do sábio, tal como os egípcios a entendiam: um homem que pela sua sabedoria ascende a altos cargos e os desempenha com destreza. Sendo hebreu, a sua sabedoria apresenta matizes da sabedoria de Israel.
Nesta secção delineia-se uma reflexão sobre a presença de Deus na história da humanidade, que não recorre a acções poderosas ou às teofanias. Deus revela-se no interior da história dos homens, nas opções dos homens e mulheres, no emaranhado da história de cada um de nós. José é imagem de todo o homem que, na fé, sabe que Deus não abandona os seus eleitos.
É neste contexto que compreendemos a narrativa do primeiro encontro de José com os seus irmãos, depois de ter sido vendido aos ismaelitas. Tendo obtido o mais elevado sucesso, não aproveita para exercer qualquer vingança sobre os irmãos. O seu modo de agir tem por objectivo levar os irmãos a um profundo exame de consciência sobre o que tinham feito contra ele (42, 22), e a dar-se conta de que a vida não pode gastar-se na violência ou, pior ainda, na violência como critério em vista do “lucro” (cf. 37, 26): «Judá disse aos irmãos: «Que vantagem tiramos da morte de nosso irmão, ocultando o seu sangue?» (37, 26). Na tradição litúrgica, José tornou-se imagem de Cristo e do crente. Tornou-se figura d´Aquele que, anunciando a misericórdia do Pai, mostra que o lucro da própria existência consiste em fazer a vontade de Deus. Tornou-se imagem do crente, em Cristo, verdade do homem, procura e realiza a fraternidade.
Evangelho: Mateus 10, 1-7
Naquele tempo, Jesus chamou doze discípulos e deu-lhes poder de expulsar os espíritos malignos e de curar todas as enfermidades e doenças. 2São estes os nomes dos doze Apóstolos: primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; 3Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o cobrador de impostos; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; 4Simão, o Zelota, e Judas Iscariotes, que o traiu. 5Jesus enviou estes doze, depois de lhes ter dado as seguintes instruções: «Não sigais pelo caminho dos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos. 6Ide, primeiramente, às ovelhas perdidas da casa de Israel. 7Pelo caminho, proclamai que o Reino do Céu está perto».
Mateus apresentou várias vezes Jesus como novo Moisés, que funda o novo povo de Deus. O antigo povo de Deus era formado por 12 tribos. O novo povo de Deus tem as características da universalidade, que o número 12 significa. Jesus, novo Moisés, funda o novo povo de Deus, a Igreja. Os Doze são chamados para «estarem» com o Senhor e «ser enviados» por Ele aos irmãos. Foram chamados pelo nome, isto é, dentro da própria identidade, desde sempre pensada por Deus que, por amor, começa por chamar à vida. Em Mateus, como em Lucas (9, 1), Jesus confere o seu mesmo «poder» que se manifesta na vitória sobre as forças demoníacas e na cura de males parciais (as doenças) como antecipação e sinal da libertação total do mal.
Mateus apresenta a lista dos nomes dos apóstolos, seguindo a mesma ordem de Marcos ( 3, 16-19) e de Lucas (6, 14-16). Encabeça a lista «Simão, chamado Pedro» (v. 2). Seguem os outros nomes, dois a dois. Mateus não se envergonha de acrescentar ao seu nome próprio, o de ofício: publicano. Encerra a lista Judas Iscariotes, «que o traiu» (v. 4). Seguem-se algumas instruções de Jesus: começar a «missão» pelos israelitas, e anunciar o Reino de Deus. Assim se cumprirá a promessa feita a Abraão: «Na tua descendência serão abençoadas todas as famílias da Terra» (cf. Act 3, 25). A realização desta bênção, de que Israel, se se converter, será portador, é o «Reino de Deus», isto é, a presença de Deus-Amor que, em Jesus, liberta e salva.
Meditatio
Apesar de todas as aparências em contrário, Deus está presente na história da humanidade, e condu-la de acordo com o seu projecto de salvação. A sua presença pode ser discreta. Mas nem por isso deixa de ser eficaz. Talvez gostássemos que Deus se revelasse por acções poderosas. Mas Deus prefere revelar-se no interior da história dos homens, nas opções dos homens e mulheres, no emaranhado da história de cada um de nós. José é imagem de todo o homem que, na fé, sabe que Deus não abandona os seus eleitos. Vendido como escravo pelos irmãos, chega ao Egipto onde prospera e faz prosperar a casa do egípcio a quem serve. «O Senhor estava com José», afirma o narrador. O Senhor está connosco: «Estarei sempre convosco até ao fim dos tempos» (Mt 28, 29). É esta certeza que ampara a Igreja, e há-de amparar cada um de nós, nas tribulações da vida. Como Jesus, e como os Doze, somos enviados a evangelizar e a curar os nossos contemporâneos: «chamou doze discípulos e deu-lhes poder de exp
ulsar os espíritos malignos e de curar todas as enfermidades e doenças» (v. 1). Evangelizar e curar. O Evangelho não é só lei, mas também salvação. É um dom de Deus que salva. Na nossa acção, devemos deixar claro que o Evangelho não é, em primeiro lugar, exigência, mas dom que salva. Jesus dá aos Apóstolos o poder de curar, como sinal da presença entre nós de Deus que salva. Antes de apresentar exigências morais, devemos testemunhar a bondade de Deus para com o homem. O Senhor inclinou-se com predilecção sobre os doentes. Não lhes pregou a necessidade de carregar a cruz. Isso é verdade e essencial para todos os discípulos. Mas, ao dirigir-se aos doentes, curava-os, usava para com eles da sua bondade infinita, servia-se do seu poder de cura e de consolação.
A missão realiza-se pela simples presença e pelo testemunho vivo da vida cristã. (cf. EN 21). Mas há outros meios de evangelizar, como a vida litúrgica, a oração e a contemplação, o diálogo, em que os cristãos encontram os cristãos de outras tradições religiosas, para caminhar em conjunto para a verdade e colaborar em obras de interesse comum, o anúncio e a catequese. Mas há também o compromisso concreto no serviço aos homens e toda a actividade de promoção social e de luta contra a pobreza e as estruturas que a provocam. O âmbito da missão compreende tudo isto.
Oratio
Senhor, faz-me sentir a tua presença. Quanta fome na minha humanidade, quanta sede nos meus desejos, quanta ânsia de amor no meu coração. Sacia-me na minha fraqueza, mesmo nas provações e quando se sinto abandonado. Que, em todas as situações, eu encontre a força da memória e grite com as verdade das minhas fibras: Abbá, Pai! Então me escutarás, porque sempre estás comigo. Amen.
Contemplatio
Heliópolis. – Esta aldeola tem piedosas recordações. Foi lá que José, filho de Jacob, desposou Aseneth, filha de Putiphar. José, salvador do povo de Deus viveu lá. Os judeus piedosos sempre guardaram uma preferência por esta pequena cidade egípcia. A Sagrada Família retirou-se para lá para aí encontrar compatriotas, mas aí com certeza que não encontrou um melhor acolhimento que em Belém. Os judeus contemporâneos eram egoístas e duros.
Foi para eles, José e Maria, a pobreza, por vezes a mendicidade, com um trabalho desigual e mal retribuído, com patrões rígidos e avaros. As lágrimas de Jesus eram-lhes censuradas pelos vizinhos. Participava em todos os vexames da família. E isto durou cinco ou seis anos! Na casa do pobre operário as privações sucediam às privações, e o pão devia faltar muitas vezes. José acabou por encontrar trabalho como carpinteiro, e Maria fiava a lã ou o algodão. Quantas graças prepararam aí para os trabalhadores e para os pobres! Não é que a lei evangélica seja contrária à prosperidade dos povos, ela é, pelo contrário, a condição mais favorável e a garantia, porque recomenda o trabalho, a justiça, a temperança, que são as condições de sucesso; mas ao lado da lei, há os conselhos, propostos às almas generosas. A Sagrada Família caminhou pela via dos conselhos, na obediência, na pobreza, nas privações. O coração de Jesus menino comprazia-se nestas cruzes pela nossa salvação, e as almas generosas seguem hoje o mesmo caminho, completando, como diz S. Paulo, o que falta à Paixão de Jesus, pela salvação do mundo. Até onde irá a minha generosidade? Qual é a minha vocação? Que sacrifícios farei pela salvação dos pecadores? (Leão Dehon, OSP 3, p. 136).
Actio
Repete frequentemente e vive hoje a palavra:
«Ide, proclamai que o Reino do Céu está perto» (cf. Mt 10, 6-7).



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