25 de julho -- Terça - Evangelho - Mt 20,20-28
Bom
dia!
Jesus
nos desafia a compreendê-lo. Ele foge do modelo de qualquer tipo de paradigma
egoísta que cativamos.
Ao
reconhecer Jesus, como aquele que os profetas diziam que estava por vir e
reinar, essa mãe se põe a tentar “garantir” um local de destaque para seus
filhos João e Tiago. Mas será mesmo que é importante ter um posto de destaque,
uma posição em evidencia para termos a atenção de Jesus? Será que Deus
seleciona as pessoas ou nos dá as mesmas oportunidades?
Pessoas
se ferem, se agridem e até se matam para se evidenciar entre os outros. São
capazes de tudo para serem vistas, comandar, reinar, mandar… No entanto o homem
de Nazaré revela o que de fato é importante para ser visto por Ele: dar-se como
exemplo. “(…) Pelo contrário, quem quiser ser importante, que sirva os outros,
e quem quiser ser o primeiro, que seja o escravo de vocês. Porque até o Filho
do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para
salvar muita gente”. Creio que os apóstolos só foram entender de fato essas
palavras na última ceia, na cena do lava-pés.
Tenho
um conhecido que é há anos chefe. Colegas de trabalho dele dizem que ele não
conseguiria mais trabalhar se não tivesse essa posição de comando. Anos e anos
mandando e comandando lhe deram muita experiência sobre liderança, mas de certa
forma, hoje já o limitam. Já não ouve novas ideias, faz as coisas como as fazia
há 10 anos; não se abre às críticas, sugestões, comentários; parou no tempo…
Semana
passada nossa reflexão nos convidava a renovar e arejar a terra para a semente,
será que eu não preciso de um novo ardor missionário, uma nova motivação e não
um lugar de destaque?
Um
amigo meu, certa vez muito triste, revelou que em sua comunidade existia uma
“dinastia” a frente de sua pastoral. Coordenação que passa de pai para filho,
mãe para filha e quando sai da ordem familiar, são os apadrinhados dele (a) que
novamente sobem ao “poder”. Já notaram como algumas comunidades sofrem com
esses “donos” de pastorais?
“(…)
Vocês não devem também ser chamados de “líderes” porque vocês têm um líder, o
Messias. ENTRE VOCÊS, O MAIS IMPORTANTE É AQUELE QUE SERVE OS OUTROS. Quem se
engrandece será humilhado, mas quem se humilha será engrandecido“. (Mateus 23,
11-12)
Acostumamos
ver essa situação como “comum” no meio dessa triste politicagem que vivemos
(infelizmente). Pessoas como a mãe de João e Tiago que buscam certas regalias e
postos sociais através de associações indevidas a políticos ou pessoas de
índole duvidosa, questionável e corruptível. Isso no mundo deveria ser
intolerável, pois o nosso momentâneo sossego e proteção de hoje pode ser à custa
do sofrimento, dos impostos e do suor de outros.
Depois
não sabemos por que as coisas não dão certo pra nós, pois nos omitimos a ver
que às vezes colaboramos com o sofrimento dos outros sob a justificativa que
“tenho que trabalhar”.
Justificamos
a pirataria; trabalhamos com políticos de má fé; pedimos favores a poderosos;
falsificamos atestados médicos, pedimos voto com a intenção única de ganhar um
favor e não o bem de todos… Fazemos alianças com a maldade e ainda dizemos que
estamos buscando a santidade…
“(…)
O que faz o mal não é a tentação em si, MAS O CEDER À TENTAÇÃO. Na tentação de
Jesus, o que conta realmente não é a materialidade dos lugares e de coisas,
onde e como foi tentado, mas como reagiu a consciência de Jesus”. (Dom Geraldo
Majella)
Se,
no mundo que vivemos, já deveria ser intolerável essa atitude. Imagine no
ambiente cristão. Não se pode admitir que dentro da esfera onde Deus é nosso
único pastor, a liderança de falsos pastores, pessoas egoístas e mal resolvidas
que afastam as pessoas. É verdade também que Deus escolhe as pessoas, até mesmo
os mais difíceis de lidar e conviver. Pedro, Paulo, Moisés, Elias, não eram
pessoas fáceis, no entanto, em defesa a eles aparece a fidelidade ao projeto.
Então, mesmo em meio a erros, sejamos fieis. Deus não permitirá que isso
prevaleça. Uma hora as alianças com a maldade se desfazem… A ovelha descobre o
tempo que perdeu.
Um
imenso abraço fraterno!
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