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Julho 2017
O
evangelho de S. Tiago, escrito apócrifo do século II, reconstrói, decalcando a
história de Ana, mãe de Samuel (cf. 1 Sam 1, 1-28), a história da Virgem Maria.
Joaquim, idoso sacerdote do templo de Jerusalém, era casado com Ana, mulher
estéril. Depois de uma aparição angélica, concebem a futura Mãe do Redentor,
que oferecerão a Deus no templo (cf. 21 de Novembro). Mas não há qualquer
referência a estes santos nos evangelhos canónicos. Na tradição da Igreja,
Joaquim e Ana são protótipos dos esposos cristãos. De há uns anos para cá, a
sua festa é também celebrada como “Dia dos Avós”.
Lectio
Primeira
leitura: Ben Sirá 44, 1.10-15
Louvemos
os homens ilustres, nossos antepassados,segundo as suas gerações.10Foram homens
de misericórdia, cujas obras de piedade não foram esquecidas. 11Na sua
descendência permanecem os seus bens, e a sua herança passa à sua posteridade.
12Os seus descendentes mantiveram-se fiéis à Aliança, os seus filhos também,
graças a eles. 13A sua posteridade permanecerá para sempre, e a sua glória não
terá fim. 14Os seus corpos foram sepultados em paz, e o seu nome vive de
geração em geração; 15Os povos proclamarão a sua sabedoria, e a assembleia
cantará os seus louvores.
Ben
Sirá evoca figuras ilustres que marcaram o passado da história de Israel, em
ordem a infiltrar, com o seu exemplo, nova vida no presente e a projetar a
esperança do povo na direção do futuro. O bem paticado é um capital precioso e
fecundo, que permanece, e de que se pode dispor. Quando é praticado em e por
homens virtuosos, tece a verdadeira trama da história da salvação. Deus
intervém nessa história, para redimir o homem, mas servindo-se do próprio
homem. A fidelidade do Senhor tem o seu fundamento no céu, mas radica na terra,
graças aos que permanecem fiéis às suas promessas.
Evangelho:
Mateus 13, 16-17
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Ditosos os vossos olhos, porque vêem,
e os vossos ouvidos, porque ouvem.17Em verdade vos digo: Muitos profetas e
justos desejaram ver o que estais a ver, e não viram, e ouvir o que estais a
ouvir, e não ouviram.»
Os
discípulos de Jesus têm a sorte de ver a realização das promessas. Gerações de
profetas e justos construíram, degrau a degrau, uma história de confiança, de
espera e de esperança. Esses profetas e justos são ditosos porque, ainda que
não tenham visto nem ouvido o que os discípulos veem e ouvem, acreditaram e
apostaram a sua vida baseando-se na Palavra da aliança. Os discípulos são
ditosos porque veem e ouvem a Palavra feita carne, Jesus Cristo nossa Vida e
Salvação. Eles são o último elo da geração herdeira das promessas e o primeiro
da que deve transmitir o testemunho da sua realização.
Meditatio
Sabemos
muito pouco sobre os pais de Maria. Também eles estão sob a lei do silêncio e
do escondimento que Deus aplicou à vida de Maria e à maior parte da vida
histórica de Jesus.
Os evangelhos apócrifos falam das suas dificuldades. Um texto da igreja arménia do século XIII diz-nos que Joaquim e Ana eram justos e puros, levavam uma vida piedosa e um comportamento inocente e imune à calúnia. Eram zelosos na oração, no jejum e na abstinência. Eram uma família assídua ao templo, cheia de caridade, incansável no trabalho e, em consequência, rica de bens. Dividiam o rendimento anual em três partes: uma para o Templo e sustento dos sacerdotes; outra para os pobres, e a terceira para eles mesmos. É lógico pensar que Deus os tenha chamado a participar no mistério de Jesus, cuja chegada prepararam. Permanece a glória de terem sido os pais de Nossa Senhora.
S. Joaquim e S. Ana encorajam a nossa confiança: Deus é bom e na história da humanidade, história de pecado e de misericórdia, o que fica é a glória, é o positivo que construiu em nós.
Joaquim e Ana foram escolhidos entre o povo eleito, mas de dura cerviz, para que, entre esse povo, florescesse Maria e, dela, Jesus. É a maior manifestação do amor misericordioso de Deus.
Agradeçamos ao Senhor. Nós somos os ditosos, nós que vemos e ouvimos, o que muitos profetas e justos apenas entreviram na fé e na esperança.
Lembremos os nossos avós. Um provérbio africano afirma: “Das panelas velhas, tira-se a melhor sopa”. Os “avós” são verdadeiras preciosidades. Há que rodeá-los de cuidados e carinhos, e não desperdiçar o muito que têm para nos dizer e ensinar, particularmente a sua fé e a sua esperança.
Os evangelhos apócrifos falam das suas dificuldades. Um texto da igreja arménia do século XIII diz-nos que Joaquim e Ana eram justos e puros, levavam uma vida piedosa e um comportamento inocente e imune à calúnia. Eram zelosos na oração, no jejum e na abstinência. Eram uma família assídua ao templo, cheia de caridade, incansável no trabalho e, em consequência, rica de bens. Dividiam o rendimento anual em três partes: uma para o Templo e sustento dos sacerdotes; outra para os pobres, e a terceira para eles mesmos. É lógico pensar que Deus os tenha chamado a participar no mistério de Jesus, cuja chegada prepararam. Permanece a glória de terem sido os pais de Nossa Senhora.
S. Joaquim e S. Ana encorajam a nossa confiança: Deus é bom e na história da humanidade, história de pecado e de misericórdia, o que fica é a glória, é o positivo que construiu em nós.
Joaquim e Ana foram escolhidos entre o povo eleito, mas de dura cerviz, para que, entre esse povo, florescesse Maria e, dela, Jesus. É a maior manifestação do amor misericordioso de Deus.
Agradeçamos ao Senhor. Nós somos os ditosos, nós que vemos e ouvimos, o que muitos profetas e justos apenas entreviram na fé e na esperança.
Lembremos os nossos avós. Um provérbio africano afirma: “Das panelas velhas, tira-se a melhor sopa”. Os “avós” são verdadeiras preciosidades. Há que rodeá-los de cuidados e carinhos, e não desperdiçar o muito que têm para nos dizer e ensinar, particularmente a sua fé e a sua esperança.
Oratio
Pai
Santo, hoje, “invocarei com confiança S. Joaquim e Santa Ana, que Jesus, teu
Filho, honra como seus avós. Eles são poderosos sobre o seu Coração. Dai-me a
graça de imitar a sua humildade, a sua confiança, o seu espírito de sacrifício.
Lembrando-me de Nazaré, levá-los-ei em espírito até junto de Jesus e de Maria.
Ámen. (cf. Leão Dehon, OSP 4, p. 95).
Contemplatio
S.
Joaquim e Santa Ana tinham chegado a uma idade avançada sem terem filhos como a
santa mãe de Samuel. Resignados à vontade de Deus, suplicavam, no entanto, ao
mesmo Deus que realizasse os seus desejos dando-lhes um fruto da sua união, que
consagrariam ao serviço do templo. Ana sobretudo multiplicava as orações e as
boas obras para obter este favor. Um dia em que Joaquim rezava sobre uma colina,
onde pastava o seu rebanho, e Ana no seu jardim onde ela tinha feito para si
uma solidão, um anjo veio anunciar-lhes que o céu tinha atendido os seus
pedidos e que eles iam ser consolados com uma criança de bênção. A oração
perseverante é a fonte das maiores graças. No dia 8 de Setembro, Ana deu ao
mundo uma filha que, segundo a ordem do Senhor, ela chamou Maria. Com que
cuidado educou esta criança abençoada! É representada tendo diante de si a sua
filha privilegiada e ensinando-a a ler as divinas Escrituras. Quando Maria
atingiu a idade de três anos, Ana e Joaquim, lembrando-se da promessa que
tinham feito, levaram-na ao templo de Jerusalém para a oferecerem ao Senhor.
Segundo a tradição, Sant’Ana vivia ainda nos primeiros anos de Nosso Senhor.
Ela pôde, portanto, levá-lo nos seus braços e sentá-lo nos seus joelhos.
Contemplou os seus traços infantis tão belos. Teve conhecimento dos milagres do
seu nascimento. Oh! As doces emoções que ela sentiu! A recordação destes
felizes momentos faz a sua alegria no céu, bem como a contemplação do seu neto,
que reina nos céus eternamente. Invejamos a sua sorte, mas não esquecemos que
na comunhão nós levamos também Nosso Senhor no nosso coração. (Leão Dehon, OSP
4, p. 93s.).
Actio
Repete
muitas vezes e vive hoje a palavra:
“O fruto do justo é uma árvore de Vida” (Prov 11, 30).
“O fruto do justo é uma árvore de Vida” (Prov 11, 30).
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S. Joaquim e S. Ana, Pais de Nossa Senhora (26 Julho)
S. Joaquim e S. Ana, Pais de Nossa Senhora (26 Julho)
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