REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 18/10/2019
- Lucas
10,1-9
FESTA DE
SÃO LUCAS, EVANGELISTA
"A
COLHEITA É GRANDE, MAS OS OPERÁRIOS SÃO POUCOS."
A vida
tem uma sabedoria que não se pode ignorar. Viver é uma arte e, como tal, tem as
suas leis, os seus princípios que nos conduzem a um relacionamento
autenticamente humano porque é inspirado em Deus, que nos criou. O desafio está
sempre presente : aprender a viver, a conviver é um processo ininterrupto da
vida fluindo e manifestando. Todos nós, batizados, de um modo ou de outro somos
enviados de Jesus para preparar o caminho para ele. Não podemos colocar nossa
missão, e a posição que ocupamos na sociedade ou na Igreja, a serviço de nossa
promoção ou de qualquer outra vantagem. Nossa vida deve em tudo deixar
transparecer seu modo novo de pensar e de viver.
São
Lucas é o patrono dos pintores e dos médicos. Entre os quatro
evangelhos, o terceiro é atribuído a Lucas desde o fim do século II
(Ireneu de lyon). Apresenta vários traços característicos : É o único dos
evangelhos que se prolonga em outro livro, os Atos dos Apóstolos. Mostra, por
conseguinte, como a ação e a Palavra de Jesus foram compreendidas e prolongadas
por seus discípulos.
Lucas
apresenta Jesus voltado para todos os pobres, a mulher, a misericórdia, enfim
para todo tipo de classe social.
O
livro intitulado Atos dos Apóstolos traça os primeiros passos da vida da Igreja
até a primeira estadia de Paulo em Roma. Apresenta o retrato ideal da
Igreja nascente : perseverante nos ensinamentos dos apóstolos, na fração do
pão, na comunhão, na caridade fraterna e na oração.
Portanto,
a festa desse evangelista é celebrada, tanto no Oriente como no Ocidente,
no dia 18 de outubro.
No
Evangelho de hoje que a liturgia nos propõe, o próprio Lucas
acrescenta à missão dos Doze, a missão dos setenta e dois discípulos.
Jesus
designou outros setenta e dois discípulos em missão, enviando-os de dois a
dois.
Jesus
deixa claro : que o verdadeiro discípulo não deve preocupar-se em ser ou não
ser aceito e aplaudido. Nem preocupar-se com o que acontecerá com ele. Mas
preocupar-se somente com a fidelidade á sua missão de pregar a grande novidade
do Evangelho.
Jesus
está treinando seus colaboradores e sucessores. Logo mais eles deverão
enfrentar sozinhos a missão de pregar, sofrerão a indiferença, a perseguição e
a morte violenta.
A
evangelização é diferente de outras empresas humanas. Essas podem ser
abandonadas quando não satisfazem. Mas a evangelização deve ser levada adiante
mesmo entre lágrimas e mesmo quando, aparentemente, não surtam efeitos. As
empresas humanas costumam procurar os melhores meios e as mais eficientes técnicas.
A evangelização tem sua força em si mesma, porque ela, se é verdadeira, se
identifica com o senhor Jesus.
Jesus é
claro hoje em pedir dos evangelizadores o desapego dos bens terrenos. Quanto
mais vazio de si e de coisas for o apóstolo, tanto mais disponível estará para
as coisas de Deus. Por bens terrenos não se entendem só o dinheiro e as posses,
mas também os projetos e interesses pessoais. O ser humano costuma ser
sensibilíssimo à liberdade, considerando-a, depois da vida, o maior tesouro que
se possa ter ou oferecer. Ora, o apego aos bens terrenos tolhe a liberdade. Em
empresas humanas, talvez se possa raciocinar assim: "se tenho dinheiro,
faço o que quero". E a preocupação será administrar o dinheiro. Na empresa
da evangelização esse raciocínio não funciona. Porque Deus se dá aos pobres de
Espírito, isto é, aos vazios de interesses e preocupações terrenas.
Meus
irmãos e irmãs: vemos que neste texto Jesus envia os seus discípulos para
anunciar
O
Evangelho e aconselha-os sobre como desincumbir-se da tarefa da evangelização.
A
primeira sugestão é o trabalho em conjunto ("Jesus envia-os dois a
dois"). A evangelização é tarefa de toda a comunidade cristã, não é
trabalho para uma só pessoa.
A
segunda sugestão é o desprendimento ("...nada levem na viagem"). Os
evangelizadores devem ficar isentos de objetivos pessoais e materiais, sempre
disponíveis para servir os outros e desligados de ganhos subjetivos, como honra
e prestígio.
Depois
Jesus exorta os discípulos a serem pacientes. Fé e conversão não podem ser
impostas. Ele também diz a eles para serem simples e aceitarem o que o povo
lhes oferecer.
Finalmente,
os discípulos são aconselhados a praticar a misericórdia assim como a ajudar o
povo a libertar-se das suas escravidões e opressões humanas. A evangelização é
um processo contínuo que deve conduzir as pessoas à conversão, afastando-as dos
seus caminhos de pecado.
PERMANECEMOS
NA SANTA PAZ DE DEUS!
-Adélio
Francisco.
Interessante desapego das coisas terrenas.Concordo! A liberdade é melhor que bens materiais.
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