30º DOMINGO do TEMPO COMUM
27 de Outubro de 2019
Evangelho-Lc 18,9-14
Lc 18,9-14; Eclo
35,12-14.16-18; Sl 34; 2Tm 4,6-8.16-18;
-A ORAÇÃO DO FARISEU E DO
PUBLICANO- Lc 18,9-14-José Salviano
SEGUNDA
LEITURA
Paulo percebendo que era chegada a sua hora, escreve uma espécie de despedida,
na qual afirma que logo seria oferecido como sacrifício. Paulo se acha
realizado e satisfeito por ter cumprido a sua missão na Terra. "Combati
o bom combate, completei a corrida"
Paulo disse ainda. "...guardei a fé"...
Minha irmã, meu irmão. Faça de tudo para guardar a sua fé. Mantenha a sua
fé pois ela é um bem precioso. O mais precioso dos bens que devemos guardar. Não
permita que aventuras por mais prazerosas que possam ser, afastem você do
caminho para Deus. Pois isso, com certeza não vale a pena.
Guardar a fé é garantir a nossa salvação eterna.
Guardar a fé, é saber viver aos olhos de
Deus, uma vida cheia de graças e de milagres constantes. Experimente e você verá que guardar a fé é o melhor negócio, é o melhor
de todos os investimentos terrenos.
EVANGELHO
Neste Evangelho, refletimos sobre a arrogância do
fariseu que se julgava puro e salvo de
forma antecipada. A arrogância do fariseu e a humildade do cobrador de impostos
foi mais uma das muitas parábolas
inventadas por Jesus para nos revelar como conseguir um dia a possuir os
tesouros dos Céus.
Aqui, mais uma
vez,
Jesus nos chama atenção para a humildade no nosso modo de ser, pois pensando
bem, mesmo com todo poder, com toda riqueza, não passamos de um esqueleto
coberto de carne!
A parábola que Cristo
nos apresenta neste domingo, é destinada a todas e a todos aqueles que se
consideram justos e perfeitos, e por isso são até arrogantes por se acharem
portadores do poder de Deus e portanto, melhores que os outros. E por
isso desprezam as demais pessoas por não serem como eles.
Infelizmente nós vemos isso acontecer direto na nossa
comunidade.
A figura do fariseu representa também todos aqueles que "se acham" poderosos por terem o
poder econômico, por pertencerem à classe média ou alta, e costumam pensar: Eu não sou como esses aí, que são pobres
porque são "burros" ou preguiçosos e vagabundos!
Prezados irmãos. O desenvolvimento da tecnologia, o progresso da informática e
da telefonia móvel, assim como o acúmulo de riqueza nas mãos de poucos,
conduziu uma parcela da humanidade a pensar que eles não precisam de Deus.
Muitos pensam que podem resolver todos os seus problemas com seus
próprios recursos, e por si só podem ser feliz, sem necessidade de fazer
orações. Só que estão se esquecendo de um detalhe muito importante: Não é
isso que os conduz à vida eterna.
Na verdade, o fariseu da parábola não rezou, mas, simplesmente ficou se
exibindo, se vangloriando, ele não rezou a Deus, mas sim, louvou a si próprio.
E mais. Além de louvar a si próprio, ainda insultou, humilhou o irmão que
estava rezando de verdade no fundo do templo. O
fariseu, na verdade, é incapaz de uma verdadeira comunhão com Deus: ele somente
tem a si próprio ante seus olhos, ele é o seu próprio Deus, como acontece com
todos os arrogantes e autossuficientes da sociedade.
O fariseu nos faz lembrar de todos aqueles que rezam com um ar de arrogância e
de "poder" baseando-se no cargo que ocupam na Igreja. Na
verdade eles também, como o fariseu, não estão rezando, ou rezam apenas com os
lábios. E com sua atitude de demonstração de perfeição total, deixam bem claro
que os demais que não agem como eles, não estão com nada, mais sim, uns
ingênuos, uns pobres coitados, e não são dignos da amizade com Deus, como eles
o são.
Que tolice! Isso é bem diferente de como Jesus pensava e pesa. O qual tinha
tudo para nos acusar, e no entanto, quando nos olha, é com um olhar de ternura
e compaixão para nos perdoar nos estendendo a sua mão para nos levantar do lodo
do pecado.
É importante não confundir humildade com sentimentalismo. O
sentimentalismo daquele ou daquela que reza choramingando, numa atitude por
vezes simulada, de quem se mostra estar falando humildemente com
Deus. Cuidado! Deus vê tudo, até nossos pensamentos e emoções. É impossível
enganá-lo.
Não estamos nos referindo àquela oração feita na hora do desespero, em que as
lágrimas ou prantos acontecem de forma incontrolável. Isso é outra realidade,
que inclusive toca de forma muito forte a Deus, pela sinceridade com a qual nos
pomos em sua presença sem nenhum tipo de fingimento. Ali está o verdadeiro
"Eu", o eu profundo sem aparências. Ao contrário de quando
rezamos em público, que sempre escapa um pedacinho daquele "EU"
que eu gostaria de ser, o eu das
aparências, que quer impressionar os demais. Mas isso Deus nos perdoa. Faz parte da nossa
fraqueza humana!
Infelizmente, para se fugir do sentimentalismo, às vezes caímos na arrogância,
externando uma atitude semelhante àquela do fariseu da parábola.
Assim, prezados irmãos, poderíamos perguntar: A nossa postura durante a oração,
deve estar num meio termo, entre a arrogância e o sentimentalismo? Bem. Seria
melhor dizer, nada de arrogância e nada de sentimentalismo, mas sim, falar e
agir humildemente de forma natural com Deus.
Quem eram os fariseus?
Nos tempos de Jesus os “fariseus” formavam um dos grupos mais interessantes e
com mais destaque na sociedade palestina. Eles eram os defensores
intransigentes da “Torah” e dos preceitos não escritos, praticados no dia a
dia. Os fariseus procuravam cumprir escrupulosamente a Lei e esforçavam-se por
ensinar a Lei ao Povo: Acreditavam que só assim o Povo chegaria a ser santo e o
Messias poderia vir trazer a salvação a Israel. No entanto, o seu fanatismo em
relação à “Torah” os conduziu a praticar uma religiosidade mutilada, isto é,
amar a Deus e ignorar ou mesmo explorar o irmão, principalmente o pobre. Por
isso Jesus várias vezes, os criticou.
Quem
eram os publicanos?
Os “publicanos” estavam a serviço dos romanos e faziam a cobrança dos impostos.
A maioria deles utilizava do seu cargo para enriquecer de modo injusto, por
isso eram odiados pelos judeus que os consideravam impuros, sendo por tanto, proibidos de fazer penitência.
Se um publicano, antes de aceitar o cargo, fazia parte de uma comunidade
farisaica, era imediatamente expulso dela e não podia ser reabilitado, a não
ser depois de abandonar esse cargo. Quem exercia tal ofício, estava privado de
certos direitos cívicos, políticos e religiosos; por exemplo, não podia ser
juiz nem prestar testemunho em tribunal, sendo equiparado a um escravo.
Desse modo, o publicano era o típico pecador: Por colaborar com o invasor romano, por explorar os pobres, por praticar
injustiças, por enriquecer ilicitamente, e principalmente por não cumprir a
Lei.
Foi por isso que o publicano da parábola,
consciente da sua indignidade, disse apenas: “Meu Deus, tende compaixão de mim que sou pecador”!
Caríssimos. Que nossas orações sejam feitas com
humildade, e que as comecemos sempre com um pedido de perdão sincero, de
um ser reconhecedor de sua insignificância diante do poder infinito de Deus!
Vai e faça o mesmo!
Um bom e santo domingo.
Fica com Deus. José Salviano
Eu, Jair Ferreira da Cidade de Cruz das Almas, da Diocese Nossa Senhora do Bom Sucesso, leio e reflito sobre as leituras diária dessa equipe(José Salviano, Helena Serpa, Olívia Coutinho, Dehoniamos, Jorge Lorente, Vera Lúcia, Maria de Lourdes Cury Macedo, Adélio Francisco) colocando em prática no meu dia-dia, obrigado a todos que doaram um pouco do seu tempo para evangelizar, catequizar e edificar o reino de Deus, que o Senhor Jesus Cristo continue iluminando a todos. Abraços fraternos.
ResponderExcluir