Domingo, 3 de novembro de 2019.
Evangelho de Mt 5, 1-12.
Neste dia em que a Igreja celebra a solenidade de todos os Santos, deve crescer em nossos corações o desejo de alcançarmos tão grande
graça, a Santidade. Viver e buscar a santidade é viver unido ao Senhor
na fé, na oração e na comunidade. A liturgia de hoje nos ensina que o
verdadeiro santo é aquele que busca a sintonia com o Senhor, que espera nele,
que tem fé nele. Fé que deve produzir frutos de amor, alegria e conforto para
os que sofrem com o desânimo, com a opressão e a desesperança e leva a esses a
Palavra de Paz e luz. Viver a santidade
é depositar em Deus toda esperança e refletir essa esperança para quem está
longe de Deus.
Todos nós pelo batismo fomos chamados a ser santos, portanto a
Igreja ao celebrar “Todos os Santos”, nos leva a refletir como estamos vivendo
essa vocação a que fomos chamados. Pelo batismo somos marcados com o sinal de
Deus. O batismo marca o cristão com uma marca que não se apaga, indelével,
somos de Deus, pertencemos a Ele. O batismo nos consagra a uma missão, a missão
profética de Cristo; a missão de participar do seu reinado e do seu sacerdócio;
a missão de sermos santos como nosso Pai celeste é santo. Deus fez a parte
dele, cada um de nós deve fazer a sua.
O Evangelho de hoje fala das
Bem-aventuranças que é o caminho para a santidade e como devemos fazer para
atingi-las. As Bem-aventuranças faz parte do grande Sermão da Montanha.
Certo dia, vendo a multidão,
Jesus sobe a montanha, que simbolicamente é o lugar de Deus. Ele recorda o
Monte Sinai, onde Deus deu a Moisés os 10 mandamentos e onde foi selada a Aliança com o povo hebreu que saiu da
escravidão egípcia. Subindo ao monte, Jesus nos parece um novo Moisés,
promulgador da nova lei, no novo Sinai. É a nova constituição do povo de
Deus. Jesus deixa bem claro que não veio
modificar a lei, mas sim aperfeiçoá-la.
O Sermão da Montanha é um sermão revolucionário. É uma inversão dos
valores tradicionais. Os hebreus cultivavam a convicção de que prosperidade
material, o sucesso eram sinais de bênçãos de Deus; a pobreza, a doença, a
esterilidade eram sinais de maldição.
Jesus constata a realidade do povo que o segue: pobres, aflitos,
mansos, famintos, necessitados inclusive de santidade, Ele percebe os esforços
que fazem para mudar a situação, conhece as dificuldades e as perseguições que
enfrentam para criar a nova sociedade, e os proclama felizes, depositários do
Projeto de Deus. É preciso um mundo melhor, e esse mundo só será melhor se as
pessoas forem melhores.
A sociedade que vivemos é baseada na riqueza que explora e no poder que oprime. Nesta
sociedade as palavras: honestidade, moral, verdade, respeito, justiça e amor,
perderam o seu sentido original. O Ter tem mais valor que o Ser.
Tudo isso nos traz angústia, porque estamos lutando na contra mão. À
vista disso, somos tentados a desanimar e, às vezes, até deixar tudo. Mas vale
a pena continuar. A sociedade é um grande desafio para nós, cristãos amantes da
justiça e do amor.
Qual a atitude de Jesus
diante disso? O que Jesus valoriza? As palavras que Ele proferiu no Sermão da
Montanha há mais de 2.000 anos vêm de encontro a essa angústia e são válidas
hoje e sempre, porque são palavras de vida eterna. Devemos ler, reler e meditar
as Bem-aventuranças para não deixar morrer em nós o desejo de ser santos, de
evangelizar e transformar a sociedade...
As Bem-aventuranças são
propostas de santidade, e Jesus chama de bem-aventurados os pobres e humildes. Agora
os bem-aventurados não são mais os ricos deste mundo, os saciados, os
favorecidos, mas os que têm fome e choram, os pobres e perseguidos.
O que nos diz as
Bem-aventuranças hoje?
As Bem-aventuranças ensinam o
caminho da santidade. Se trocarmos a palavra “Bem-aventurados” por “São Santos”, Santo é aquele que é Feliz. Assim o convite à santidade é um
convite à felicidade. A vida de santidade é possível, pois, Deus nunca nos
convida a realizar o impossível, inatingível. As coisas impossíveis, só a Ele
pertencem. A santidade está nas pequenas coisas do dia-a-dia, em realizar as
coisas da melhor maneira possível, não basta fazer por fazer, mas é preciso
fazer bem feito. Santa Terezinha
viveu a santidade nas pequeninas coisas, no entanto ela é Santa, doutora da
Igreja.
“São santos” os pobres em
espírito, os pobres, os que choram, os mansos, os que têm fome e sede de
justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os que promovem a paz, os
perseguidos por causa da justiça.
Todos estes estão no caminho
da santidade, todos que tem espírito de pobre, que dependem de Deus, que não
são orgulhosos, mas humildes; os que se afligem com o sofrimento alheio e faz
tudo o que pode para aliviar a dor do próximo; estão no caminho da santidade,
os mansos, os que não agem com violência, mas tem paciência, mansidão,
temperança; estão no caminho da santidade aqueles que são justos, que buscam
uma vida melhor para todos, e lutam pela justiça, pois a justiça do mundo é
falha, mas a de Deus é perfeita; estão no caminho da santidade os
misericordiosos que usam de misericórdia com seu próximo; estão no caminho da
santidade os que tem coração puro, pois, são os que só vêm e fazem o bem,
porque Deus está sempre com eles, não tem maldade; estão no caminho da
santidade os que promovem a paz, porque estão mostrando que são filhos de Deus;
estão no caminho da santidade os que sofrem perseguição por causa da Palavra,
porque estão plantando o Reino dos Céus e por isso sofrem injúrias,
perseguições, calúnias e todo tipo de mal, esses cristãos missionários são
dignos de ser chamados de santos e terão sua grande recompensa nos céus.
Essa é a proposta de Jesus,
não é fácil, mas é possível com a graça de Deus. O caminho da santidade nem
sempre é fácil, exige uma luta diária e uma perseverança na fé em Cristo. Resta
nos esforçarmos para sermos santos, como nos pede Jesus: “Sede santos, como meu
Pai do Céu é santo!”
Abraços em Cristo!
Maria de Lourdes
Eu, Jair Ferreira da Cidade de Cruz das Almas, da Diocese Nossa Senhora do Bom Sucesso, leio e reflito sobre as leituras diária dessa equipe(José Salviano, Helena Serpa, Olívia Coutinho, Dehoniamos, Jorge Lorente, Vera Lúcia, Maria de Lourdes Cury Macedo, Adélio Francisco) colocando em prática no meu dia-dia, obrigado a todos que doaram um pouco do seu tempo para evangelizar, catequizar e edificar o reino de Deus, que o Senhor Jesus Cristo continue iluminando a todos. Abraços fraternos.
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