REFLEXÃO DO EVANGELHO DIA -03/11/2019
-Mt5,1-12a
31º
-DOMINGO- SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS
Somos
criaturas de Deus que retornam ao Criador. A certa altura, Jesus Cristo nos
elevou à categoria de filhos de Deus. E é com olhos de filhos que contemplamos
hoje a cidade santa do céu, habitada por milhões e milhões de homens e
mulheres, de todas as raças, línguas e tempos, que glorificam a Santíssima
Trindade e gozam da mais perfeita e íntima comunhão de amor e vida divina com o
Senhor. É uma festa de louvor e de esperança. De louvor a Deus que, aceitando
-nos como filhos e filhas, nos tornou herdeiros do céu, da
bem-aventurança eterna. De esperança, porque, apesar das tentações,
dificuldades e pecados da vida terrena, temos um destino eterno.
Celebramos
os nossos santos, mas celebramos também seu caminho à santidade, que é o mesmo
caminho que percorremos nós. Estamos na mesma estrada e isso nos enche de
confiança, alegria e coragem.
O
Evangelho da liturgia deste domingo, nos propõe as bem-aventuranças
proferida por Jesus ao abrir o Sermão da Montanha. Elas são, por um lado, o
retrato de Jesus. Por outro, um ideal a nosso alcance. Um ideal que não se mede
por critérios humanos, mas pelos novos critérios divinos com os quais se
avaliam as coisas e os fatos do Reino de Deus. Por isso mesmo, por mais
concretas e atuais que sejam as bem-aventuranças, só serão alcançáveis pelos
que crêem na pessoa e na mensagem de Jesus. Os santos creram e foram capazes de
medir sua vida por elas, ora se penitenciando para alcançar outra.
A
felicidade proposta por Jesus é diferente da felicidade imaginada por muitos,
que pensam ser felizes quando têm muito, ou quando se livraram de
contrariedades ou quando têm multidões a seus pés para servi-los. A felicidade
que Jesus prega envolve o passado, porque se enraíza na doutrina que ele
deixou; o presente, porque é dinâmica e exigente; é o futuro, porque é base do
Reino dos Céus, que começa aqui e plenifica-se na eternidade.
As
criaturas foram criadas para a felicidade, não para a desgraça. Isso
equivale a dizer que fomos criados para Deus e não para o inferno. O desejo de
felicidade nos faz entender que, se iniciou antes do nascimento das
criaturas humanas e sempre continua. As bem-aventuranças proclamam a felicidade
perfeita que, com toda a certeza, não se radica em bens materiais e glórias
esfumadas. Felicidade que abarca em primeiro lugar a vida presente. A plenitude
da felicidade depende da vivência feliz nesse mundo, porque o Reino dos Céus,
começa e se constrói na vida presente. Jesus de Nazaré é o modelo de quem viveu
na terra a plenitude das Bem-aventuranças. Por isso é ele também o modelo
da felicidade eterna.
O
discurso das Bem-aventuranças apresenta as contradições da vida. De fato,
encontramos e vivemos situações absurdas, mas reais: sucessos e fracassos,
fartura e fome, tristeza a alegria.
As
palavras de Jesus no Evangelho que nos é apresentado, concentram-se em
torno do "por quê" da vida. Para que vivemos? Qual é o fim do homem?
Quais são as coisas essenciais de nossa vida?
Todos
nós necessitamos de uma meta na vida, de um valor supremo que possa dirigir a
nossa visão e a nossa ação no mundo. Enfim, o homem não é Deus, e só se sente
bem quando for ao seu encontro, buscando nele proteção confiança e solução para
os seus inúmeros problemas.
Para
Jesus o acúmulo de riquezas não é o que importa, isso pode até contrariar o
destino humano. E as riquezas não consistem apenas em dinheiro, mas também no
poder, prestígio, fama, competições humanas, etc.
Ao
contrário, Jesus nos exorta a reunir "tesouros nos céus", tesouros
que se identifiquem com os valores evangélicos, os quais ele proclamou no
sermão da montanha.
"Bem-aventurados
sereis quando os homens vos rejeitarem, insultarem vosso Nome como infame, por
causa do Filho do Homem." Há nesse relato uma oposição entre pobres e
ricos. De um lado temos os pobres, não só no sentido financeiro, mas os que
estão abertos para a graça que vem de Deus e são capazes de partilhar o que
possuem.
Nem
toda a pobreza é relativa. Existe pobreza absoluta: não ter o que comer, o que
vestir, onde morar, não ter os meios mais elementares de subsistência, não
podendo participar dos bens da cultura, da vida social e política.
Do
outro lado, há uma crítica muito forte aos ricos, porque muitas vezes se fecham
no seu eu, no seu mundinho, o seu deus é o ter, o dinheiro, o poder e, às
vezes, oprimem os outros.
Na
medida em que o Reino De Deus é graça, corresponde melhor à pobreza do homem do
que à sua riqueza.
Meus
irmãos e irmãs: Jesus nos ensina a sermos cada vez mais simples, humildes,
sinceros. Esta linguagem nos torna aptos a divulgar no dia a dia o
comportamento de Jesus, no esforço de uma imitação concreta que reveste nossos
anseios para a santidade.
PERMANECEMOS
NA SANTA PAZ DE DEUS!
-Adélio
Francisco.