Domingo, 20 de setembro de
2020.
Evangelho de Mt 20, 1-16.
A liturgia de hoje nos fala
do amor sem limites de Deus para conosco e nos convida amar os irmãos que
caminham conosco, semelhantes às atitudes e o amor de Jesus.
Jesus está a caminho de Jerusalém com
seus discípulos e continua instruindo-os dentro dos valores do Reino porque
eles serão os continuadores da sua missão. Os discípulos e as multidões, que o
seguiam, sonhavam com a restauração do reino de Israel e que Jesus expulsasse
os romanos a qualquer custo e, por isso, tinham dificuldades de compreender e
aceitar a sua proposta de vida porque a justiça da nossa sociedade é diferente
da justiça do Reino. Conhecendo os pensamentos dos seus discípulos e apóstolos, Jesus
procurava cada vez mais apresentar as características do Reino dos céus e a
mudança de mentalidade que esse exigia, novo modo de pensar e agir, sobretudo
no que diz respeito à religião, ao mundo do trabalho, à prática da justiça e a tudo
que se refere à vida humana.
Naquele tempo, havia na Galileia muitos camponeses desempregados
porque tinham perdido suas terras por causa dos altos impostos ou por causa de uma
colheita fracassada. Para sobreviverem trabalhavam por dia, desde que alguém os
contratasse. Reuniam-se na praça a espera de quem quisesse contratá-los para
trabalhar nas suas propriedades.
A parábola de hoje mostra claramente a resistência dos primeiros
trabalhadores contratados na hora do pagamento, pois entendiam que cada um recebe
pelo que faz, sem se preocupar com a necessidade do outro.
Essa parábola,
que Jesus contou, fala que o dono de uma vinha contratou trabalhadores para a
colheita em sua propriedade. Uns ele chamou pela manhã, outros ao longo do dia
e outros, no fim do dia. Combinou o preço por um dia de serviço.
No fim da tarde, o dono da propriedade falou para o administrador fazer o pagamento
começando pelos últimos contratados. Pagou igual para todos. Os
empregados que começaram a trabalhar ainda cedo reclamaram ao patrão por
ter recebido o mesmo salário dos outros, que trabalharam apenas uma pequena
parte do dia. O
patrão se justificou dizendo que não estava sendo injusto, pois pagou a todos
conforme o combinado e estava usando o dinheiro que é seu e que poderia usá-lo
como quisesse.
O proprietário dessa parábola
simboliza Deus, que sai à procura dos homens sem trabalho e os convida a
trabalhar na santificação de suas almas. Deus convida todos para participarem
do seu Reino, todas as raças e as nações, a humanidade inteira. Quer que todos
entrem na sua vinha, que é a Igreja, e trabalhem nela. Os que aceitam a Igreja
formam o povo de Deus e se tornam membros corpo místico de Cristo. Uns recebem
o convite desde a infância, outros na vida adulta, outros quase na hora da
morte.
Esse é o Reino de Deus, Reino acolhedor, inclusivo, não exclui
ninguém, basta querer participar dele. Deus está pronto a aceitar o seu serviço,
sua colaboração, sua caminhada para a santificação. Não importa quando a pessoa
ouve o chamado de Deus, se na juventude ou na velhice. Deus valoriza todos, que
descobrindo o Reino, queiram participar dele não importa se é justo ou pecador.
Para Jesus, o importante é a gratuidade, a generosidade e o amor. Infelizmente
nem todos entendem e aceitam esse jeito de ser de Jesus.
Somos iguais ao empregado que reclamou do salário, mas para Deus o
mérito de um serviço não se deve medir pelo tempo que gastou para executá-lo, mas
depende do amor e da dedicação como realizou a tarefa.
Essa história quer nos mostrar a generosidade de Deus. Para Ele, não importa o tempo que estamos
na Igreja ou tudo que já demos e fizemos, importa sim com que amor nos
dedicamos e desempenhamos nossa função de acordo com o dom recebido do próprio
Deus. O Senhor nos dá Sua graça e essa Ele dispõe como
deseja. Nisso o ser humano entende diferente, ao contrário de
Deus. Nós entendemos que o pagamento deve ser correspondente ao tempo do
trabalho. Deus não. Ele entende que
pode dispor do que é seu e dá a cada um o que precisa para que tenha uma vida
digna.
Deus
nosso Pai chama todos os cristãos para trabalharem em sua vinha, que é a
Igreja, seguindo os ensinamentos de Jesus, testemunhando com a vida e
anunciando a todos o nome santo de Jesus. Não importa a hora, nem nossas
qualidades, meios ou posição social. O que importa para Deus é a nossa disposição
em trabalhar pelo Reino de Deus, servindo com muito amor no coração.
Precisamos
compreender o comportamento misericordioso e generoso de Deus, que é muito
diferente do nosso modo de ser e pensar. Esse evangelho nos ensina que o
pensamento de Deus não é igual ao nosso. A justiça de Deus eleva à dignidade
todos os seus filhos e filhas.
“Na nossa sociedade, uma pessoa vale
pelo que produz – logo, quem não produz não tem valor. Assim se faz pouco caso do
idoso, aposentado, doente, excepcional. Na parábola, o patrão (símbolo do Pai)
usa como critério de pagamento, não a produção, mas o sustento da vida – também
o trabalhador da última hora precisa sustentar a família, e por isso recebe o
valor suficiente, uma moeda de prata”.
O Senhor sempre nos chama para participar do seu Reino. Enquanto
tivermos vida Ele nos chamará.
Feliz de quem atende ao chamado do Senhor logo cedo na vida, pois usufruirá de
tudo quanto Ele providenciou para que tenhamos uma qualidade de vida melhor.
Quando
nós
aceitamos o convite de Jesus para entrar no Seu reino e O proclamamos Rei e Senhor da nossa vida, automaticamente
nós nos tornamos seus colaboradores para atrair nossos irmãos que ainda não
conhecem Jesus, sua generosidade, sua misericórdia, seu amor e seu perdão. Quem
acolhe e aceita Jesus tem como recompensa a vida eterna. Não importa a hora da
nossa vida, até na hora da nossa morte nós teremos a chance de ganhar o prêmio
da vida eterna.
Deus
Pai misericordioso nos enviou Jesus para nos salvar, por isso não importa se
seremos os primeiros ou os últimos. Os últimos serão acolhidos sem nenhuma
discriminação. O importante é pertencer ao Reino de Deus, ser de Jesus, nosso
salvador, acolher essa mentalidade nova, para isso é preciso conversão.
Abraços
em Cristo!
Maria
de Lourdes
Uma bela reflexão, que Deus continue te concedendo sabedoria para nos ensinar a sua palavra.
ResponderExcluirAmém
Excluir"Nós entendemos que o pagamento deve ser correspondente ao tempo do trabalho. Deus não. Ele entende que pode dispor do que é seu e dá a cada um o que precisa para que tenha uma vida digna". Deus é maravilhoso! Que consigamos colocar em prática suas palavras!
ResponderExcluirAmém!
ExcluirMaravilha
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