10 de Setembro de 2020
Evangelho Lc 6,27-38
Qualquer um de pouca fé ao ler este trecho do Evangelho, poderia pensar que Jesus quer que nós sejamos bobinhos, ou trochas, engolidores de sapos pela vida afora.
Porém, na verdade, sabemos que a convivência sem o perdão não pode
existir. Ao começar pela nossa própria família, notamos que cada um tem as
suas características pessoais tanto de
caráter, como de personalidade.
Só para lembrar, PERSONALIDADE é o conjunto de características
psicológicas de cada indivíduo: Inteligência, humor, ambição, preguiça, vontade
de vencer na vida, etc.
Enquanto que o CARÁTER, é uma sequência voluntária, um pedaço da
personalidade, envolvendo valores morais, tais como: Inclinações ao pecado,
vícios, falta de caridade, ou presença de fraternidade, fé, compaixão, amor ao
próximo, etc. (É uma sequência
voluntária de valores morais, por que são valores adquiridos na convivência
social, por tanto são modificáveis, ou possíveis de serem eliminados. Ao passo
que as características psicológicas, são hereditárias, são inatas.)
Cada pessoa tem uma personalidade única. Não existe ninguém
exatamente igual neste mundo de Deus. Pode haver muitos que são parecidos,
inclusive se tratando de feições, ou traços faciais. Mas iguaizinhos, não
existem!
O termo indivíduo, quer dizer indiviso, único, sem igual.
Deste modo, é natural, é da própria natureza humana, que as pessoas
entrem constantemente em atritos, pois cada um é de um jeito, e com tendências
de moldar, modificar o outro ou a outra,
para que ele ou ela se adapte aos seus gostos, ao seu jeito de ser, de
preferir, de escolher...
E isso acontece principalmente na
convivência amorosa. Ela quer que
ele pense como ela, e ele, por sua vez, quer que ela seja como ele quer.
O bom católico é aquele e aquela que respeita esta individualidade
do outro, seja no convívio amoroso, seja na convivência familiar e social.
Notamos que na convivência, tanto nós erramos, ofendemos, como também
os outros nos ofendem, nos criticam nos magoam direto. Todos os dias, acontece
o aparamento das arestas, e isso nunca
acaba. Quando parece que os dois se conhecem, que se entendem, lá vem as discussões,
pelas coisas mais banais da vida
cotidiana.
E depois que passa tudo, chega o momento do perdão, que nem sempre
se verifica pelo pedido de desculpa, mais pelo retorno da conversa, da
brincadeira, pois UM PRECISA DO OUTRO, para tocar a vida, para continuar a caminhada, a qual se for na solidão, ficará muito mais difícil.
É comum a esposa dizer no dia do enterro do marido. E agora? Eu não
tenho mais com quem brigar...
Quanto à sociedade, é bom ressaltar aqui, que muitas das contendas
judiciais a que enfrentamos, muitas delas nós ganhamos mais não levamos
principalmente quando estamos brigando judicialmente com uma família
poderosa. Sabemos muito bem que pessoas
de grande poder podem comprar muitos
resultados. Não vamos aqui entrar em detalhes desta questão. Mas o que queremos dizer, é que muitas vezes, o
melhor é deixar como estar, e entregar para Deus, a injustiça que estamos
sofrendo.
Aquele empregado foi pressionado, coagido tanto pelo patrão que ele acabou pedindo as contras
do emprego. E era exatamente esse o objetivo daquele empregador, o qual já
havia feito isso com outros empregados
só para não ter de pagar a indenização.
Porém, a justiça divina não falha! Hoje aquele patrão tirano, está
exatamente na miséria. Sua empresa faliu, e ele está sem saber o que fazer da
vida. Enquanto os seus ex-funcionários
que deram o seu sangue pelo crescimento daquela empresa e foram forçados a
pedir as contas sem direito a nada, hoje estão em outros empregos, ganhando o
dobro do que ganhava antes.
Faça isso. Pois dependendo do caso, é melhor não entrar na justiça.
Entrega para Deus, e você será recompensado! Acredite.
Tenha um bom dia. José Salviano
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