Evangelhos Dominicais
Comentados
27/setembro/2020 – 26o Domingo
do Tempo Comum- Jorge Lorente
Evangelho: (Mt
21, 28-32)
Disse Jesus: O que vos
parece? Um homem tinha dois filhos. Foi até o mais velho e disse: ‘Filho, vai
hoje trabalhar na vinha’. Ele, porém, respondeu: ‘Não quero ir’. Mas depois se
arrependeu e foi. Foi, então, até o outro filho e falou a mesma coisa, e ele
respondeu: ‘Vou, senhor’. Mas não foi. Qual dos dois fez a vontade do pai?” “O
primeiro”, responderam eles. Jesus lhes disse: “Eu vos garanto que os
cobradores de impostos e as prostitutas entram antes no reino de Deus do que
vós. Porque João veio a vós no caminho da justiça e não acreditastes nele, ao
passo que os cobradores de impostos e as prostitutas acreditaram. E vós, vendo
isso, nem assim vos arrependestes para crerdes nele.
COMENTÁRIO
As
palavras do evangelho de hoje não deixam a menor dúvida, elas deixam claro que
só entra no Reino Celeste quem faz a vontade de Deus. “Nem todo aquele que diz
Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus; mas aquele que faz a vontade de meu
Pai, que está no céu”. Ou seja, a oração precisa ser complementada com a ação.
Os
dois jovens da parábola são cópias perfeitas de nós mesmos. Cópia moderna, em
cores, sem tirar e, nem por. Assemelham-se demais conosco. Quantas vezes
dizemos sim e nada fazemos. Outras vezes, negamos nossa ajuda, porém o remorso
bate no peito, alguma coisa “cutuca” o coração e, de repente, lá estamos nós
executando a tarefa.
Essa
coisa que mexe com o coração é a Palavra de Deus, é o chamado que nem sempre
estamos dispostos a ouvir ou, se ouvimos, dizemos sim sem convicção, sem
vibração e sem nada entender. Resultado, nada é feito.
Nesta
parábola Jesus vai direto ao assunto, deixa bem claro que deve ser feita a
vontade de Deus, e não a nossa. Ensina também que não basta falar, tem que
fazer. Pouco ou nada vale o discurso inflamado e vazio. Para Deus, não existe
oração sem ação.
Este
exemplo de Jesus me faz lembrar daquele fariseu ao pé do altar, gritando bem
alto e louvando a Deus por não ser um pecador como os outros que se encontravam
no templo. Quantas vezes assumimos essa postura. Batemos no peito, exaltamos a
nossa disponibilidade para jejuar e só!
O
jejum, a abstinência, os sacrifícios e as orações, complementam-se através das
obras. Nada tem valor se não estiver acompanhado do gesto concreto. Dizer sim e
não cumprir é traição; é pior do que dizer não!
Sim
é sim, não é não. Quem diz sim e não cumpre, está comprometendo a execução da
tarefa. Está atrasando a construção do Reino. A obra não pode esperar. É preciso
decidir-se.
Quem
se decide por Jesus tem que estar empenhado em cumprir o Plano de Deus. Cumprir
a vontade do Pai é colocar o fazer acima do dizer. É muito mais do que cumprir
rituais e recitar longas orações. Cumprir a vontade do Pai é cumprir o mandamento
do amor.
Amar
é dizer não ao egoísmo e à prepotência. Certamente a vontade do Pai é poder
encontrar em cada um dos seus filhos a obediência e a disponibilidade.
Acredito
que a vontade do Pai é que nessa parábola exista mais um filho. Deus quer que
sejamos nós esse terceiro filho. Um filho diferente desses dois. Não quer que
sejamos aquele que diz sim, e não vai, nem aquele que diz não, porém se
arrepende e vai. Ele quer um filho sincero e que tudo faz por amor. Um filho
amoroso que diz sim... e vai mesmo!
jorge.lorente@miliciadaimaculada.org.br –
27/setembro/2020
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