11 de Setembro de 2020
Evangelho Lc 6,39-42
É muito comum às vezes uma pessoa desqualificada moralmente, ter a
mania de querer corrigir os que erram. Este é um exemplo típico do que Jesus
nos fala hoje neste Evangelho. Como posso oferecer, se não tenho? Como posso
ensinar, se eu não sei? Como posso criticar o erro do outro se levo uma vida
errada? Como posso dar aulas de moral se sou um imoral? Como posso dar aulas se
não estudei? Como posso fazer um sermão
se não estudei a palavra, e os ensinamentos de Jesus?
E aí você vai dizer: O Espírito Santo iluminará. Com certeza, que
sim. Mas a especialidade do Espírito de Deus é de nos lembrar o que nós
aprendemos antes. A sua inspiração é feita em cima do que já sabemos. E se não
aprecemos, não estudamos, como posso lembrar o que não está semeado em nossa
memória?
Se um cego se atrever a guiar outro cego, o que resultará é que os
dois cairão no primeiro buraco que encontrarão pela frente. E este exemplo é
muito válido para o catequista. (Lembremos que catequista é todo aquele e
aquela que anuncia a palavra de Deus). Se não sabemos, não podemos ensinar.
Pois quem não sabe é como um cego. E o catequista cego por não saber, também
pode ser cego por não viver a palavra.
Nós podemos nos fazer passar por muitas coisas nesta vida. Podemos
fingir que somos ricos, podemos disfarçar a feiura com maquiagem, podemos até
fingir que somos santos, tudo isso por algum tempo, é claro. Porém, só tem uma
coisa que nunca podemos fingir ser: É fingir que sabemos. Não dá para fingir
que conhecemos uma matéria. Na primeira tentativa, somos logo descobertos.
Ah! Mais aquele veterinário que se mudou para um lugar distante e
numa cidade pequena se instalou num consultório como médico e foi muito bem
sucedido, por um longo tempo? Ele resolvia todos os problemas de fratura óssea, era atencioso com os seus pacientes, e
acabou sendo muito querido por todos, ao ponto de fazerem uma grande
manifestação no dia em que a polícia veio lhe prender por uso indevido da
medicina.
Aconteceu que aquele veterinário era um bom homem. Muito estudioso,
era dedicado ao seu trabalho, um grande
pesquisador, ao ponto de causar a inveja do filho do fazendeiro que acabara de
se formar veterinário, porém não era nada talentoso como ele.
Por isso, ele foi forçado a sair daquela fazenda, indo para um
lugar distante. Assim, com a ajuda de amigos, teve a idéia de se instalar
naquela pequena cidade como médico ortopedista. Pois a sua especialidade maior
era cuidar dos ferimentos de fraturas ósseas dos animais não só da fazenda em
que trabalhava, mas também do gado dos amigos do seu patrão.
Depois de algum tempo de sucesso naquela pequena cidade, aquele bom
homem, que se fez passar de médico com muito sucesso, a sua fama se espalhou e
chegou até os ouvidos do seu rival, o filho do patrão. Então ele foi ao seu
encalço, levou a polícia e o prendeu. Isso causou um grande protesto nos
habitantes locais, que por meio de faixas, cartazes, gritos, diziam que o
médico era até melhor do que muitos médicos daquela redondeza!...
Prezadas irmãs, e irmãos. Não dá para fingir que sabemos. Isso
seria o mesmo que tentar fingir que enxergamos, se somos cegos. Assim como não
dá para fingir que somos puros, fingir que estamos em estado de graça, que
somos seguidores de Cristo, que somos católicos praticantes, etc.
Que Deus nos ajude a sermos verdadeiros, e não falsos cristãos.
Pois um cego nunca poderá guiar outro cego.
José Salviano.
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