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Novembro 2019
Lectio
Primeira leitura: 1 Macabeus 4, 36-37.52-59
Naqueles dias, Judas e os seus irmãos
disseram: «Os nossos inimigos estão aniquilados; subamos, pois, purifiquemos e
restauremos o santuário.» 37Reunido todo o exército, subiram ao monte de Sião.
38Ao verem a desolação do santuário, o altar profanado, as portas queimadas, os
átrios cheios de ervas, nascidas como num bosque ou nos montes, e os aposentos
demolidos, 39rasgaram as vestes, lamentaram-se e deitaram cinza sobre a cabeça.
40Prostraram-se com o rosto por terra, tocaram as trombetas, e clamaram ao céu.
41Então, Judas mandou um destacamento a combater os soldados da cidadela,
enquanto purificavam o santuário. 42Depois, escolheu sacerdotes irrepreensíveis
e zelosos pela lei, 43que purificaram o templo e transportaram para um lugar
impuro as pedras contaminadas. 44Deliberaram entre si o que se deveria fazer do
altar dos holocaustos, que fora profanado, 45e tomaram a boa resolução de o
demolir, para que não recaísse sobre eles o opróbrio vindo da profanação dos
gentios. Destruíram-no, portanto, 46e transportaram as pedras para um lugar
conveniente sobre a montanha do templo, até que viesse algum profeta e
decidisse o que se lhes devia fazer. 47E arranjaram as pedras intactas, segundo
a lei, e construíram um novo altar, semelhante ao primeiro. 48Restauraram também
o templo e o interior do templo e purificaram os átrios. 49Fizeram novos vasos
sagrados e transportaram para o santuário o candelabro, o altar dos perfumes e
a mesa. 50Queimaram incenso sobre o altar, acenderam as lâmpadas do candelabro,
para iluminar o templo, 51colocaram pães sobre a mesa e suspenderam os véus,
terminando completamente o trabalho empreendido. 52No dia vinte e cinco do nono
mês, que é o mês de Quisleu, do ano cento e quarenta e oito, levantaram-se
muito cedo 53e ofereceram um sacrifício, segundo a lei, sobre o novo altar dos
holocaustos, que tinham levantado. 54Precisamente no mesmo dia e na mesma hora
em que os gentios o haviam profanado, o altar foi de novo consagrado ao som de
cânticos, harpas, liras e címbalos. 55Todo o povo se prostrou com o rosto por
terra, para adorar e bendizer aquele que lhes deu tão feliz triunfo. 56Durante
oito dias celebraram a dedicação do altar e, com alegria, ofereceram
holocaustos e sacrifícios de comunhão e de acção de graças. 57Adornaram a
fachada do templo com coroas de ouro e com pequenos escudos, consagraram as
entradas do templo e as salas, nas quais colocaram portas. 58Foi grande a
alegria do povo, e foi afastado o opróbrio infligido pelas nações. 59Judas e
seus irmãos, assim como toda a assembleia de Israel, estabeleceram que os dias
da dedicação do altar fossem celebrados, cada ano, na sua data própria, durante
oito dias, a partir do dia vinte e cinco do mês de Quisleu, com alegria e
regozijo.
Os livros dos Macabeus interessam-se,
sobretudo, pela vertente religiosa da gesta que relatam. Daí a importância dada
ao templo, como centro da vida do povo e referência necessária para a
observância integral da Lei.
O nosso texto narra a purificação e consagração do templo, depois das primeiras vitórias de Judas Macabeu, em Dezembro do ano 164 a. C. O templo fora saqueado, e profanado com os sacrifícios pagãos, três anos antes. Depois do lamento e do luto pela desolação a que fora reduzido o santuário, decidem-se e realizam-se trabalhos de reconstrução. Chegado o dia do rito, são oferecidos logo de manhã, sobre o altar reedificado, sacrifícios ao som de cânticos acompanhados por diversos instrumentos. O altar é consagrado, e o povo prostra-se em adoração e dá graças a Deus. Os ritos prosseguem durante oito dias (v. 56). No templo remodelado, é apagada a vergonha da dominação pagã (vv. 57s.). E Judas Macabeu ordena que a festa seja celebrada todos os anos com alegria (v. 59).
O nosso texto narra a purificação e consagração do templo, depois das primeiras vitórias de Judas Macabeu, em Dezembro do ano 164 a. C. O templo fora saqueado, e profanado com os sacrifícios pagãos, três anos antes. Depois do lamento e do luto pela desolação a que fora reduzido o santuário, decidem-se e realizam-se trabalhos de reconstrução. Chegado o dia do rito, são oferecidos logo de manhã, sobre o altar reedificado, sacrifícios ao som de cânticos acompanhados por diversos instrumentos. O altar é consagrado, e o povo prostra-se em adoração e dá graças a Deus. Os ritos prosseguem durante oito dias (v. 56). No templo remodelado, é apagada a vergonha da dominação pagã (vv. 57s.). E Judas Macabeu ordena que a festa seja celebrada todos os anos com alegria (v. 59).
Evangelho: Lucas 19, 45-48
Naquele tempo, 45Jesus, entrando no templo,
começou a expulsar os vendedores. 46E dizia-lhes: «Está escrito: A minha casa
será casa de oração; mas vós fizestes dela um covil de ladrões.» 47Ensinava
todos os dias no templo, e os sumos sacerdotes e os doutores da Lei, assim como
os chefes do povo, procuravam matá-lo. 48Não sabiam, porém, como proceder, pois
todo o povo, ao ouvi-lo, ficava suspenso dos seus lábios.
Lucas começa por referir a palavra de Jesus
contra os vendedores. Depois apresenta um resumo dos episódios que marcaram os
últimos dias de Jesus na terra.
«Está escrito: A minha casa será casa de oração», diz Jesus (v. 45). Jesus não reza só no templo, e chega a criticar o apego às instituições religiosas vistas apenas em perspectiva materialista. Mas o templo, enquanto casa de Deus, tem de ser respeitado, e não pode ser usado para outros fins que não sejam o culto de Deus. O templo não pode tornar-se «um covil de ladrões» (v. 46). «Está escrito»: não são apenas as profecias que determinam o comportamento de Jesus, mas é também o comportamento de Jesus que realiza em plenitude as profecias. A luz que ilumina os gestos de Jesus vem da sua mensagem profética, mas sobretudo da sua consciência messiânica.
«Os sumos sacerdotes e os doutores da Lei, assim como os chefes do povo, procuravam matá-lo» (v. 47): os poderosos permanecem na sua cegueira diante de Jesus e das suas palavras. Mas o povo simples, que reconhece a necessidade de um Salvador e de um Mestre, está suspenso dos seus lábios (v. 48).
«Está escrito: A minha casa será casa de oração», diz Jesus (v. 45). Jesus não reza só no templo, e chega a criticar o apego às instituições religiosas vistas apenas em perspectiva materialista. Mas o templo, enquanto casa de Deus, tem de ser respeitado, e não pode ser usado para outros fins que não sejam o culto de Deus. O templo não pode tornar-se «um covil de ladrões» (v. 46). «Está escrito»: não são apenas as profecias que determinam o comportamento de Jesus, mas é também o comportamento de Jesus que realiza em plenitude as profecias. A luz que ilumina os gestos de Jesus vem da sua mensagem profética, mas sobretudo da sua consciência messiânica.
«Os sumos sacerdotes e os doutores da Lei, assim como os chefes do povo, procuravam matá-lo» (v. 47): os poderosos permanecem na sua cegueira diante de Jesus e das suas palavras. Mas o povo simples, que reconhece a necessidade de um Salvador e de um Mestre, está suspenso dos seus lábios (v. 48).
Meditatio
Os que escutavam Jesus, com coração simples e
bem disposto, experimentavam a doçura, a paz, a luz que se desprendia da sua
palavra e não sabiam afastar-se d´Ele. A palavra de Deus é, de facto, alegria
do coração.
Mas esta experiência de alegria e doçura é apenas o primeiro efeito, a primeira etapa, que corresponde aos mistérios gozosos. É a fase de quem começa a ouvir a Palavra de Deus com interesse e disponibilidade. Esta etapa prolonga-se na dos mistérios luminosos, em que vamos descobrindo, com uma profundidade cada vez maior, a verdadeira identidade de Jesus e o projecto da salvação que o Pai Lhe confiou, em nosso favor. Mas há também o segundo efeito, a segunda etapa, que corresponde aos mistérios dolorosos. A palavra de Deus provoca tensões, tanto em nós como à nossa volta. É como uma espada de dois gumes, que penetra até à medula dos ossos e que, portanto, provoca amargura profunda, porque há uma parte de nós que não a quer receber. É uma amargura necessária, que nos faz conhecer a verdade de nós mesmos e que nos purifica de tudo quanto em nós destoa da Palavra. Mas também não falta a etapa dos mistérios gloriosos, que encontramos bem descrita no Apocalipse: «Aquele que vence não será vítima da segunda morte...Ao que sair vencedor, dar-lhe-ei a comer do maná escondido e dar-lhe-ei também uma pedra branca; na pedra branca estará gravado um novo nome que ninguém conhece, a não ser o que a recebe...Ao que vencer, fá-lo-ei coluna no t
emplo do meu Deus. Entrará e não mais sairá dele» (Ap 2, 11ss.).
Manter-se fiéis à Palavra, sem ceder a compromissos, impõe opções difíceis. O reino dos céus conquista-se pela violência, diz Mateus (11, 12), e o próprio Lucas sublinha a necessidade de não se subtrair à luta: «Agora, quem não tem espada venda a capa e compre uma.» (Lc 22, 36).
Impressiona-nos Judas Macabeu, que consagra o templo com as mãos ainda manchadas pelo sangue dos inimigos. Impressiona-nos Jesus, quando não hesita e pôr-se contra os prepotentes, sabendo que o povo também Lhe voltará as costas brevemente. É precisa coragem e força para tomar e manter posições impopulares, mas ditadas pela consciência e pelo Evangelho. É preciso discernimento, humildade, e prolongado contacto com a Palavra de Deus, para conjugar o rigor dos princípios com a atenção às pessoas.
Mas esta experiência de alegria e doçura é apenas o primeiro efeito, a primeira etapa, que corresponde aos mistérios gozosos. É a fase de quem começa a ouvir a Palavra de Deus com interesse e disponibilidade. Esta etapa prolonga-se na dos mistérios luminosos, em que vamos descobrindo, com uma profundidade cada vez maior, a verdadeira identidade de Jesus e o projecto da salvação que o Pai Lhe confiou, em nosso favor. Mas há também o segundo efeito, a segunda etapa, que corresponde aos mistérios dolorosos. A palavra de Deus provoca tensões, tanto em nós como à nossa volta. É como uma espada de dois gumes, que penetra até à medula dos ossos e que, portanto, provoca amargura profunda, porque há uma parte de nós que não a quer receber. É uma amargura necessária, que nos faz conhecer a verdade de nós mesmos e que nos purifica de tudo quanto em nós destoa da Palavra. Mas também não falta a etapa dos mistérios gloriosos, que encontramos bem descrita no Apocalipse: «Aquele que vence não será vítima da segunda morte...Ao que sair vencedor, dar-lhe-ei a comer do maná escondido e dar-lhe-ei também uma pedra branca; na pedra branca estará gravado um novo nome que ninguém conhece, a não ser o que a recebe...Ao que vencer, fá-lo-ei coluna no t
emplo do meu Deus. Entrará e não mais sairá dele» (Ap 2, 11ss.).
Manter-se fiéis à Palavra, sem ceder a compromissos, impõe opções difíceis. O reino dos céus conquista-se pela violência, diz Mateus (11, 12), e o próprio Lucas sublinha a necessidade de não se subtrair à luta: «Agora, quem não tem espada venda a capa e compre uma.» (Lc 22, 36).
Impressiona-nos Judas Macabeu, que consagra o templo com as mãos ainda manchadas pelo sangue dos inimigos. Impressiona-nos Jesus, quando não hesita e pôr-se contra os prepotentes, sabendo que o povo também Lhe voltará as costas brevemente. É precisa coragem e força para tomar e manter posições impopulares, mas ditadas pela consciência e pelo Evangelho. É preciso discernimento, humildade, e prolongado contacto com a Palavra de Deus, para conjugar o rigor dos princípios com a atenção às pessoas.
Oratio
Senhor Jesus, que eu resista à tentação de
mascarar a minha cobardia com a desculpa da mansidão, que eu não confunda o
respeito pelas opiniões alheias com a incapacidade de dar testemunho do
Evangelho. Dá-me luz para discernir o que é sagrado, porque assim o quiseste,
do que nós mesmos revestimos de sagrado, porque tal nos convém. Dá-me coragem
para falar quando for preciso e de me calar quando é bom fazê-lo. Guia-me pelo
caminho da vida, nas minhas relações com os outros, porque, mais do que os
templos ou as igrejas, todo o homem é sagrado para Ti. Amen.
Contemplatio
S. Quintino era jovem, e simples clérigo ou
diácono, mas era da raça dos nobres romanos, como os Cecílio e os Agnes. Quis
consagrar-se para estender o império espiritual da Roma cristã, como os seus
antepassados se tinham consagrado à glória da Roma pagã. Tem a alma de um
comandante de exército. O soberano Pontífice confia-lhe um grupo de
missionários, bispos e padres para irem conquistar para a Igreja as províncias
da Gália. Ele é da raça dos fortes, aos quais se dirige S. João: «Escrevo-vos,
jovens, porque sois fortes, porque a palavra de Deus permanece em vós e porque
vencestes o demónio». Ele é forte porque ama. «O amor é forte como a morte». O
amor de Jesus dá a eloquência ao apóstolo e a coragem ao mártir. Nada deterá
Quintino, nem as promessas nem as ameaças, ele ama a Jesus e fará com que seja
amado. (Leão Dehon, OSP 4, p. 409).
Actio
Repete frequentemente e vive hoje a palavra:
«A minha casa é casa de oração» (Lc 19, 46).
«A minha casa é casa de oração» (Lc 19, 46).
Obrigado Senhor, Obrigado Dehonianos!!!
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