SEXTA FEIRA DEPOIS DAS
CINZAS 7/03/2014
1ª Leitura Isaias 58, 1-9 a
Salmo 50 (51) , 19b “Um
coração arrependido e humilhado, ó Deus, não havereis de desprezar”
Evangelho Mateus 9, 14-15
-Diac. José da Cruz
Os Discípulos de João e os Fariseus representam aqui os cristãos que na
comunidade são metódicos e fazem tudo bem “certinho”, porque o Padre mandou, e
se julgam no direito de questionar os outros que não o fazem. O Jejum por
aquele tempo, fazia parte da prática penitencial e também como sinal da espera
Daquele que haveria de vir. E assim, vendo que, enquanto eles se privavam de
alimentos, enquanto que o grupo dos seguidores de Jesus se esbaldavam em
banquetes ou Ceias aonde o Mestre era convidado, certamente sentiram uma
“Pontinha” de ciúmes e inveja, e decidiram questionar essa atitude.
A verdade é que, os discípulos de Jesus já estavam comendo e se
arregalando em uma festança danada de boa, com a presença entre eles, do
próprio Senhor, o Messias esperado por todos enquanto que os de João e os
Fariseus ainda estavam á espera, fazendo jejum á espera do noivo e assim
perdendo o melhor da festa....Enquanto estes vinham com o milho, os de Jesus já
retornavam com o Fubá...
Por que isso acontecia? Não é porque os discípulos de Jesus eram mais
espertos ou mais inteligentes mais sim porque abriram o coração para acolher
com alegria o Mestre Jesus que trazia algo de novo e inédito, que a velha
religião não tinha para oferecer. Crer em Jesus de Nazaré e tornar-se discípulo
exigia um desprendimento de todo pensamento antigo, da tradição religiosa do
passado. E daí, os que se julgavam muito entendidos em religião, os Fariseus,
não queriam abrir mão de suas convicções religiosas, era melhor ficar com o
legalismo e o religiosamente correto do que correr o risco de perder a
salvação.
Hoje o recado é muito válido a todos nós cristãos do segundo, a essência
da verdadeira relação com Deus é o amor, a busca da justiça e da igualdade, o
respeito e a valorização da vida humana, se não nos abrirmos e nos adequarmos
para o método novo de evangelização e de anuncio do Reino na pós modernidade,
ficando fechados em nossas velharias religiosas, com a mente e o coração
trancados para os que pensam diferente, estamos pregando retalho de pano novo
em roupa velha, o tecido não irá resistir.
A essência do
Cristianismo é sempre a mesma, anunciamos Jesus Cristo, o mesmo de Ontem, de
hoje e de sempre, mas precisamos usar os novos métodos nessa missão, senão
vamos todos "mofar" em nossas igrejas, pastorais e movimentos, com
nossas práticas espirituais que não levam a lugar nenhum repetindo assim o
comportamento farisaico....
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