30 de março - Evangelho - Jo 9,1-41
Apesar
de Jesus ter dado a vista ao sego de nascença, ainda continuou a ser para ele
um desconhecido. Não o vira quando Ele lhe untou os olhos com o lodo; só o
ouvia dizer: «vai, lava-te na piscina de Siloé». Depois quando do seu encontro
com Jesus, realizado só após algum tempo, travou-se esta conversa: «Tu crês no
Filho do Homem?…»; «Quem é Ele, Senhor, para que n’Ele creia?»…; «Tu já O
viste; é Ele que fala contigo». Respondeu: «Creio Senhor».
Esta
passagem do Evangelho tem a sua particular motivação histórica na 4ª semana da
Quaresma. Nos primeiros séculos o período de 40 dias foi, na Igreja, o tempo de
preparação especial intensiva para o Batismo. Foi o tempo dedicado de modo
especial ao catecumenato. Realizava-se deste modo, durante ele, o processo de
conversão que é necessário considerar como o primeiro e mais fundamental: a
conversão a Deus que nos dá a nova vida em Cristo. Devemos, de facto, ser
mergulhados na sua Morte para nos tornarmos depois, no sacramento do Batismo,
a nova criatura — participando, à custa desta Morte, na Sua Ressurreição. Para
nos tornarmos o sujeito vivo do Mistério em que Deus renova, em cada um de nós,
o homem velho criando-o de novo por meio da graça, à imagem do Seu Filho Unigênito.
Olhemos
com atenção para o comportamento deste homem. Logo depois de receber a vista,
torna-se objeto de interrogações e investigações. Primeiro, são-lhe feitas
perguntas pelos conhecidos e vizinhos. Estes, em seguida, levam-no aos escribas
e fariseus. Aqui muda o carácter das perguntas. Estes não se limitam ao pasmo
diante do facto de um cego de nascença ter adquirido a vista. Nem ainda se
limitam a aceitar — como os vizinhos e os conhecidos tudo o que ele declara,
quer dizer, ter recebido a vista graças ao homem que se chama Jesus. Mais,
procuram enfraquecer nele a certeza e levá-lo a negar precisamente esta
verdade. Mas não podendo negar o facto, que é evidente — era incontestável que
o cego de nascença agora via — procuram negar as circunstâncias e o significado
do acontecimento. As circunstâncias: «Este homem não vem de Deus, pois não
guarda o sábado»… «Sabemos que esse homem é pecador». E o significado do facto,
o que, precisamente para eles, é o mais importante: «Tu que dizes daquele que te
abriu os olhos?». E ele respondeu: «Que é profeta».
A
resposta perturba-os. Poderia ser perigoso caso se difundisse entre o povo (é
preciso que Jesus de Nazaré seja considerado como pecador que transgride a lei
do sábado). Os fariseus procuram influir nele por meio dos pais. Em vão. Todos
os esforços destinados a desacreditar o Taumaturgo aos olhos do curado, acabam
por gorar-se. Apertado por tais perguntas, ele mantém grande prontidão de
espírito. Faz um raciocínio lógico e incontestável, e termina com as palavras:
«Se Ele não fosse de Deus, nada poderia fazer». Os fariseus só podem mostrar
desprezo e raiva: «Tu nasceste inteiramente em pecado e ensinas-nos a nós?». «E
expulsaram-no».
Mas ele
reconhecendo e acolhendo o dom de Deus se sente seduzido e encharcado por ele.
Acreditando, aposta e arrisca toda a sua vida seguindo atrás de Jesus, porque
sabe que não se engana nem na vida nem na morte. Para ele, Jesus é o Caminho, a
Verdade, a Luz e a Vida. E para ti quem é Jesus???
NA PAZ, peço se possível, reflexão tb das leituras para entendermos melhor cada uma delas e expressarmos mais convictos quando fizermos a PROCLAMAÇÃO DA PALAVRA.
ResponderExcluirGratos,
LEITORES