QUARTA FEIRA DA 3ª SEMANA DA
QUARESMA 26/03/2014
1ª Leitura Deuteronômio4,
1.5-9
Salmo 147,1 “Louva, ó
Jerusalém, o Senhor; louva o teu Deus, ó
Sião”
Evangelho Mateus 5, 17-19
Confesso que no método de
catequese da "Decoreba", nunca consegui tirar dez quando a catequista
perguntava sobre os mandamentos de Deus
e depois sobre os cinco da Igreja . Não tenho vergonha de dizer que, se for
responder ali na "lata", ainda vou me enroscar. Entretanto é bom que
se diga que o problema estava no método e não no conteúdo, claro que nos anos
60 esse método servia. Hoje é quase impossível continuar-se com essa catequese
conceitual e formativa.
Quando a Igreja se preocupa
hoje em rever e modificar o método de catequese, adequando-o ao nosso contexto,
ela não está "jogando fora" todo o ensinamento doutrinal da Tradição,
o conteúdo doutrinal, que aliás é riquíssimo, continua o mesmo, a mudança está
apenas no método, como apresentar tudo isso as crianças e aos catecúmenos
nesses tempos da pós modernidade.
O mesmo acontecia no tempo
da vida pública de Jesus, quando os seus opositores o acusavam de não seguir e
obedecer a Sagrada Lei de Moisés e de querer acabar com ela. No evangelho de
hoje o evangelista Mateus coloca na boca de Jesus a afirmação que quer recolocar
as coisas nos seus devidos lugares"Não vim para abolir a Lei e os
Profetas, mas para levá-los á sua perfeição".
Ninguém têm autoridade para
alterar a lei, ou manipulá-la de acordo com suas conveniências; possivelmente
na comunidade de Mateus onde esse evangelho foi refletido, haviam pessoas
zelosas e bastante preocupadas com a tradição apostólica que trazia em si a
Tradição de Israel, a Lei e os Profetas. O Cristianismo a princípio era uma
seita dentro do Judaísmo e as coisas não aconteceram da noite para o dia, foram
muitos anos até que o Cristianismo tivesse uma identidade própria. Com toda
certeza a comunidade vivia esse dilema: abrir-se totalmente para a Plenitude
que é Jesus ressuscitado e a novidade do evangelho, ou manter a raiz em Israel,
seguindo a Lei de Moisés?
Hoje entendemos a
importância e o valor do Antigo Testamento, caminho seguro percorrido pelos
Santos Homens e pelo Povo de Deus, para se chegar a Jesus Cristo, desta forma
nada se pode acrescentar e nem diminuir neste legado de Fé da Antiga Aliança, o
Novo Testamento ilumina o Antigo e o Antigo ilumina o Novo, pensar que a
História da Salvação tem o seu início na Encarnação do Verbo, e desprezar a
experiência de Fé de todos os que nos antecederam, seria o mesmo que destruir o
alicerce, as vigas mestras de uma construção, onde o Edifício virá abaixo....
Diácono José da Cruz
Paróquia Nossa Senhora
Consolata – Votorantim SP
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