DIA 20 - DOMINGO - Evangelho - Jo
20,1-9
Ele devia ressuscitar dos mortos.
Hoje é o dia da Páscoa. A ressurreição
de Jesus é o mistério maior de todo o ano litúrgico, mistério que celebramos
todos os domingos na Santa Missa. É a verdade nuclear do cristianismo e a razão
da nossa fé esperança. É também o ponto mais alto da vida de Jesus, nosso
salvador. A ressurreição de Jesus é fonte de vida nova para todos nós. “A mão
do Senhor fez maravilhas; exultemos de alegria!” (Salmo responsorial)
A ressurreição de Jesus transcende a
vida material, por isso não dá para ser comprovada “cientificamente”; pertence
ao âmbito da fé, que é sobrenatural. Entretanto, a nossa fé na ressurreição tem
fundamento sólido; baseamo-nos no testemunho dos Apóstolos e das mulheres, para
os quais Cristo ressuscitado apareceu várias vezes, ou se manifestou através de
anjos. Essas experiências deram aos discípulos a segurança absoluta de que
Jesus, a quem tinham visto morrer, estava vivo e presente entre eles. E assim
continua até hoje.
A ressurreição de Cristo nos enche de
alegria e nos leva a ser suas testemunhas em toda a nossa vida. Nós, pela fé,
vemos e experimentamos o invisível e transcendente. E também testemunhamos,
convidando todos a ressuscitarem com Cristo. “Anunciamos, Senhor, a vossa morte
e proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus!”
Maria Madalena “viu que a pedra tinha
sido tirada do túmulo”. Essa pedra não foi removida só do túmulo de Jesus. Ela
foi removida da nossa vida. Ela simboliza tudo o que impede a nossa realização
e felicidade. Todos os males, inclusive a morte, foram sepultados junto com
Jesus, e destruídos para sempre. A ressurreição já nos está garantida, e ela
não é uma realidade futura apenas, é presente: “Se ressuscitastes com
Cristo...” (2ª Leitura)
As pedras do nosso caminho foram todas
removidas. Podemos ter a cabeça erguida e o sorriso nos lábios. Essa é a
atitude pascal.
Todos nós encontramos pedras em nosso
caminho. Grandes e pequenas. Não precisamos mais nos preocupar com elas, porque
Deus é providente e na hora certa as retira do nosso caminho.
Todos nós encontramos pedras em nosso
caminho. Às vezes aparece, em vez de pedra, uma muralha. Neste caso, a nossa
melhor atitude não é ficar dando cabeçadas na muralha, mas procurar a brecha,
uma saída. Porque Deus não permite barreira sem brecha em nossa vida. Sempre há
uma saída. Pode ser que levemos alguns arranhões, mas sempre dá para vencer.
Havia, certa vez, um cientista que era
um dos homens mais cultos e estudados do seu país. Ele era conhecido
mundialmente, devido aos seus livros e publicações na internet.
Um dia este senhor foi visitar um
parente pobre, que morava em um sítio. O seu parente ficou feliz, e toda a
família saiu de casa e foi passear pelo sítio com o ilustre parente cientista.
Eles tinham de atravessar um rio, onde
havia uma pinguela. Mas o cientista não teve coragem. As crianças, a vovó,
todos iam e vinham na pinguela para lhe dar coragem, mas não adiantou. Tiveram
de voltar para trás.
Jesus ressuscitado, não só remove todas
as pedras do nosso caminho, mas nos dá condições de passar em qualquer
pinguela; não só isso, mas de enfrentar qualquer tempestade. “Cristo
ressuscitou e nós com ele, aleluia!”
Maria Santíssima encontrou também muitas
pedras em seu caminho. A primeira veio logo na Anunciação: “Como acontecerá
isso, já que eu não convivo com um homem?” Mas o anjo logo retirou essa pedra:
“O Espírito Santo descerá sobre ti...”
Quando S. José queria deixá-la, foi
outra pedra. Mas Deus interveio e, através de um sonho, revelou a José o seu
papel no mistério, acalmando-o.
As sete dores foram sete pedras, e foram
todas removidas. Que Maria nos ajude a também removermos todas as pedras que
aparecerem.
Ele devia ressuscitar dos mortos.
Pe. Queiroz
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