DIA 19 - SÁBADO - Evangelho - Mt
28,1-10
Vê se pode, Deus mandou seu único filho
pra morrer por mim...
Quando penso nisso é difícil acreditar.
Eu mereço tal sacrifício? Eu mereço a
vida do filho de Deus?
Isso me faz lembrar de um assassino
condenado à morte. Ele se chamava Barrabás e ia ser crucificado. Vocês lembram
daqueles filmes de bang-bang ou dos desenhos do pica-pau onde um dono de
funerária vestido deterno preto media o tamanho das pessoas pra fazer o caixão?
Pois é, assim como o caixão era feito
sob medida, a cruz, naquela época, também era. E foi construída uma cruz do
exato tamanho de Barrabás.
E Barrabás estava lá, deitado em uma
cela imunda, fétida, cheia de lodo e seu corpo já estava todo surrado. Ele
sabia que aquele era seu último dia. Mas de repente alguém apareceu e disse que
ele não ia mais ser crucificado, pois, em Seu lugar, morreria uma outra pessoa.
Se Barrabás perguntou quem era essa pessoa a resposta foi: “Jesus, um tal de
Jesus morrerá em seu lugar.”
Eu até posso imaginar Barrabás saindo da
cela e, depois, indo acompanhar a multidão para tentar ver quem era o tal Jesus
que ia morrer em seu lugar.
Se Barrabás fez isso eu não sei. Mas sei
o que ele viu se procurou ver o tal Jesus: Barrabás viu um homem carregando uma
cruz que não era dele. Viu um homem levando chibatadas que não eram pra ele.
Barrabás viu pingando um sangue que era inocente. Viu um homem coroado com
espinhos de uma polegada cada. Barrabás viu um homem ser pregado em uma cruz
que não pertencia a ele. E viu Jesus morrer a morte que não era pra ele – Jesus
– morrer. Jesus carregou e foi morto em uma cruz que, sequer, tinha o Seu
tamanho.
Pensando nisso, meu amigo, eu só consigo
entender uma coisa: a cruz que Jesus carregou não era dele, era minha. Não era
pra Jesus ter vertido seu próprio sangue. Naquele dia, era o meu sangue que
tinha que escorrer. A morte que Jesus morreu – morte de cruz – era a minha
morte. Jesus carregou e foi morto em uma cruz que tinha, exatamente, o meu
tamanho. Aquela cruz que Cristo morreu, era minha.
Esse tal de Cristo, segundo a Bíblia,
morreu por mim.
Por que? Eu valho tanto assim?
Eu sou um nada. Um grão de areia nesse
mundão de meu Deus. Tenho falhas em todos os setores de minha vida. Por que
então esse tal de Jesus morreu por mim?
Eu não sei te responder não... mas um
dia quero ter a oportunidade de, lá no céu, olhar nos olhos desse Jesus e dizer
“obrigado, Jesus. Mas sem querer ser ingrato, por que o Senhor morreu por mim?”
E confesso, não faço a mínima idéia de
qual vai ser a resposta dele...
Mas isso me faz lembrar de uma outra
coisa: minha filha, que tinha pouco mais de um aninho e se chama Lívia, tinha
uma bonequinha de pano. Nós a acostumamos dormir com a tal boneca. E a Lívia
acostumou de tal forma que não vai pra cama sem a dita cuja. Com o passar do
tempo, por óbvio, a boneca de pano foi ficando velha, furada, e com uma
etiqueta toda suja (pra dormir, a Lívia fica enrolando no dedo na etiqueta).
Apesar dessa bonequinha estar velha, com espuma saindo pelo buraco, minha filha
não dorme sem ela. Às vezes a boneca se perde pela casa, e antes de dormir a
Lívia sai procurando e chamando com a aquela voz de anjo: “néquim...
néquim...”. E quando ela acha é a maior festa, beijos e abraços na “néquim”
dela, e lá vão as duas dormir. Sem medo de errar, eu posso dizer: a Lívia ama
aquela bonequinha, por mais velha que ela esteja.
Sim... eu também estou meio
estragado... com meus defeitos e erros brotando pelos meus poros. Mas mesmo
assim o meu Deus me ama. Às vezes também me perco por essa vida, me
desvio e erro o caminho... Mas Deus me procura e me reencontra... Aí, meu
amigo, é só alegria.
Eu não sei por que Ele faz isso. Mas eu
sei que Ele faz. Eu sinto isso todos os dias em minha vida... Jesus está ao meu
lado, me ajudando, me carregando no colo e me fortificando.
Meu Jesus não só morreu na minha cruz.
Ele ressuscitou para que eu, igualmente, tenha a vida eterna.
Eu não mereço nem uma gota de suor desse
tal Jesus. Mas ele deu o próprio sangue por
mim.
Nesta Páscoa, lembre-se de seu real
significado: Um Deus que me ama – e te ama – deixou o Seu Trono deGlória e veio
até esta terra, sujar seus pés com poeira, passar fome, frio e calor, ser
xingado, apedrejado, vaiado, perseguido e, finalmente, morrer em uma cruz que
pertencia a uma pessoa que sou eu e, se você quiser, que era sua também.
Por que ele fez tudo isso?
Vamos combinar: no céu, vamos juntos, eu
e você meu amigo, perguntarmos pra ele “Jesus, por que o Senhor morreu por
nós?”
Denis Clebson da Cruz (Kzar)
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