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domingo, 23 de março de 2014

4o Domingo da Quaresma - Jorge Lorente (Escritor)

Evangelhos Dominicais Comentados

30/março/2014 – 4o Domingo da Quaresma

Evangelho: (Jo 9, 1-41)


Estamos no quarto Domingo da quaresma. Continuamos confiantes nossa caminhada, preparando-nos para a Páscoa da Ressurreição do Senhor. No evangelho de hoje, João relata um milagre de Jesus.

Trata-se da cura de um cego de nascença. É um texto longo e muito rico de conteúdo. Nele Jesus se revela como Luz do mundo. E mostra também que os sofrimentos e as desgraças desta vida não são castigos de Deus.

Deus é Pai, é Amor e Perdão, não castiga ninguém, somente ama. Ama sobretudo aqueles que erram. A misericórdia de Deus é muito maior que os nossos pecados. Os discípulos de Jesus querem saber o porquê da cegueira. Que pecado ele ou seus pais cometeram para que fosse acometido de tamanha desgraça?

A ideia religiosa dominante naquele tempo era de que os sofrimentos, a doença e a pobreza eram castigos de Deus. Jesus corrige essa maneira de pensar que não deixava as pessoas enxergarem a realidade opressora em que viviam.




Culpar a Deus pelas desgraças e dissabores aumenta o sofrimento, impede a libertação, além de inocentar os opressores e donos do poder. A missão de Jesus e nossa como seus seguidores, é apresentar ao mundo o Projeto de Deus, que nos criou para sermos livres, felizes e construtores da nossa própria história.

As duras discussões dos fariseus com o antigo cego e, depois, com Jesus, mostram que o apego ao poder e o abuso de autoridade causam cegueira e fechamento do espírito. Como os poderosos não querem enxergar a verdade, Jesus os adverte dizendo que eles permanecerão no seu pecado. 

É importante ressaltar que o cego curado, agora já restituído à sua dignidade como pessoa, discute com os fariseus em pé de igualdade. De forma bastante clara, aquele que era cego, deixa transparecer a sua fé e passa a dizer verdades duras que são recebidas como verdadeiras ofensas pelos fariseus.

Quando se tem culpa no “cartório”, estas palavras não são muito agradáveis: “Eu era cego e agora vejo... Deus não ouve os pecadores... Esse homem é um profeta”. A ousadia do cego ao contestar a sabedoria dos fariseus, e proclamar sua fé, custou-lhe a expulsão da sinagoga pelos donos do poder.

Realmente, fé é algo que não combina com autoritarismo e apego ao poder. Mesmo que isso lhe custe a própria vida, o verdadeiro cristão precisa proclamar a humildade e gritar bem alto a sua fé em Jesus, a Verdadeira Luz, que retira das trevas, que devolve ao cego a luz dos olhos e dá ao mundo a luz da fé.

Vamos encerrar nossa meditação com esta singela oração: “Aumenta Senhor a minha fé e abre meus olhos para o amor, para a justiça e para a fraternidade. Guia meus passos e me dê coragem para enfrentar os opressores”.

Com a fé daquele cego, certamente, nós vamos mudar. E, quando nos perguntarem o porquê dessa mudança, com muita convicção diremos: “Eu era cego e agora vejo!”                           

(1512)

Um comentário:

  1. NA PAZ, peço se possível, reflexão tb das leituras para entendermos melhor cada uma delas e expressarmos mais convictos quando fizermos a PROCLAMAÇÃO DA PALAVRA.

    Gratos,

    LEITORES

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