28 de março - Evangelho - Mc
12,28b-34
Qual é o mais importante de todos os
mandamentos da Lei?Partimos do princípio de que os escribas eram intelectuais, conhecedores
profundos e pormenorizados dos textos da Lei de Moisés. A ser assim, não havia
nenhuma razão para perguntar a Jesus sobre qual seria o maior mandamento. Por
outro lado Jesus olhando bem para ele, poderia até se questionar como é
possível, este homem sendo doutor da Lei não saber qual era o maior. Mas tudo
bem: Escuta Israel! O Senhor, vosso Deus, é o único Senhor. Amarás o
Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com toda a tua
mente e com todas as tuas forças. E o segundo mais importante é este: Amarás
próximo como a ti mesmo. Não existe outro mandamento mais importante do que
esses dois.
Jesus, fazendo uma análise da figura
deste escriba, e pelo seu interesse, chega a conclusão de que ele não está
longe do Reino de Deus. Pelos detalhes, esta narrativa assemelha-se à cena do
jovem rico (Mc 10,17-22), ao qual apenas faltou dar tudo aos pobres e seguir
Jesus. Ao escriba faltava romper seus laços com as doutrinas e observâncias
legais.
E para ti o que falta? Que barreiras deves romper para seguir e adorares
ao Deus Único e verdadeiro? Saiba que a expressão da sua adesão ao amor de Deus
não é o culto religioso, não é a observância do domingo, cumprimento de
liturgias, mas sim o amor concreto e solidário ao próximo, que se resumem no:
amar a Deus sobre todas as coisas e amar ao próximo como a ti mesmo.
Nesta resposta de Jesus vemos duas
realidades: A relação do homem com Deus e do homem com o próximo, para depois
voltarem os dois para Deus, o princípio e o fim do homem. Portanto o segundo
mandamento completa o primeiro e que, em conjunto, resumem toda a lei e todos
os profetas. Sendo assim, Jesus explica ao escriba a impossibilidade que existe
em cumprir o primeiro mandamento sem o segundo.
Para João não é possível amar a Deus,
que não vemos, se não amarmos o nosso próximo a quem vemos. Se a assim for, não
passamos de mentirosos. Porque Deus é amor e quem o ama deve amar o irmão.
Logo, os dois mandamentos se abraçam e se completam. Este é o modelo que o
próprio Evangelho nos apresenta na relação amistosa entre Jesus e o escriba,
pois ambos se elogiam reciprocamente. Nisto consiste o amor: no reconhecimento
de uma recíproca igualdade e numa mútua e perpétua fidelidade. É assim com
amor: dá e recebe como Jesus. N’Ele está constantemente a cumprir-se o tudo,
dar de Deus ao mundo no Filho e o tudo receber por parte do Filho para tudo dar
ao Pai nos seus irmãos.
A fé pregada por Jesus apóia-se em dois
pilares: o amor a Deus e o amor ao próximo. Isto é o essencial. Tudo o mais é
complemento, e pode ser relativizado. Quem ama a Deus, recusa toda forma de
idolatria, não aceitando ser subjugado por nenhum outro Absoluto fora dele.
Quem ama o próximo, põe freios ao seu egoísmo, de modo a jamais desejar-lhe o
mal, ou a fazer algo que possa prejudicá-lo.
Ante a sábia resposta do Verdadeiro
Mestre, assim como o mestre da Lei, no diálogo com Jesus enxergou e afirmou que
o amor a Deus e ao próximo supera todos os holocaustos e sacrifícios, que
também eu possa ver e reconhecer nEle o caminho, a verdade e a vida, que me
aproximam cada vez mais do Reino e da Casa do meu Pai que está no Céu.
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