QUINTA
FEIRA APÓS CINZAS 06/03/2014
1ª
Leitura Dt 30,15-20
Salmo
39(40),5 a “Feliz o Homem que pôs sua
esperança no Senhor”
Evangelho
Lucas 9, 22-25
Nos dias
de hoje inventaram um CRISTIANISMO sem cruz e sem calvário, criaram um atalho
para se chegar a ressurreição, sem que seja preciso passar pelos tropeços e
vergonhosa humilhação de se carregar a cruz. Diante de uma sociedade que
apregoa e incentiva a busca desenfreada de todos os prazeres, era mesmo
necessário se criar um Cristo mais "folgado" e menos exigente, para
se ostentar a fachada de um Cristianismo milenar, mas adaptado as conveniências
humanas.
Nosso
Deus não é masoquista, Jesus, o Filho de Deus, nunca buscou o sofrimento físico
ou moral, ao contrário, veio para nos dar Vida Plena, isso significa alegria,
felicidade e realização humana na vocação do amor. O sofrimento veio como
consequência da sua postura séria e da sua fidelidade aos Desígnios Divino.
Ser
cristão é saber perder e morrer a cada dia, como é que isso pode ser aceito e
compreendido em uma sociedade tão competitiva onde somos sempre impelidos a
vencer e a dominar ? Que morte é essa e que perdas são essas que fala esse
evangelho?
A
resposta vem da comunidade, melhor lugar para se exemplificar esse ensinamento.
Dona Maria - Ministra dos enfermos e das exéquias, já tinha trabalhado arduamente
naquela semana, dois velórios na quinta, visita a quatro enfermos na sexta, e
no sábado ainda cuidou de uma vizinha enferma que estava acamada e precisava
tomar banho não tendo quem o fizesse. No domingo o esposo e os filhos haviam
programado um passeio a chácara da Família para um merecido descanso pois
também o esposo e os filhos atuavam na comunidade em trabalhos
pastorais....Entretanto....
Justo
naquele domingo o Padre convocou os agentes de pastorais para um retiro
espiritual e formação, a presença era obrigatória - avisou a coordenadora.
Tristeza e desânimo naquele manhã de domingo, cheia de sol e de vida, a família
guardou os apetrechos de lazer, roupas de banho para a piscina, varas de
pescar, pois na chácara tinha um riozinho que dava bons peixes, a carne do
churrasco, e seguiram para a comunidade logo cedo, onde o almoço foi um lanche
comunitário em lugar do churrasco. Foi uma perda e tanto, algo morreu dentro
deles naquele domingo...O amor pela comunidade e pela Igreja falou mais alto
que suas necessidades de lazer, que ficaram para uma próxima oportunidade.
Essa
renúncia e desapego, esse esvaziamento de si mesmo e aniquilamento, são as
marcas características do Senhor, e que torna autêntica toda e qualquer ação
dessa natureza. Essa linguagem e essa conduta, o mundo jamais compreenderá! Não
tiremos a cruz de nossa vida, senão não haverá ressurreição.....
Diácono José da Cruz
Paróquia Nossa Sra. Consolata - Votorantim
E-mail cruzsm@uol.com.br
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