SEXTA FEIRA DA 2ª SSEMANA DA QUARESMA 21/03/2014
1ª Leitura Gênesis 37,3-4.12-13ª.17b-28
Salmo 104(105), 5ª
“Recordará as maravilhas que o Senhoroperou”
Evangelho Mateus 21, 33-43.
45-46
O Termo apropriação indébita se refere a posse ilegal de algo que
não nos pertence.Deus edificou o seu Reino no meio dos homens, mas não se trata
de uma parreira qualquer, abandonada á beira da estrada, dessas que parece que
não tem dono. Ela foi cercada com uma sebe, cavada um lagar onde se pisoteia a
uva para produção do vinho, e construída uma torre para vigiar, afastando
intrusos ou animais silvestres que irão danificar a parreira.
No meio da humanidade Deus escolheu o povo de Israel, estabelecendo
com ele uma vida de comunhão, dando-lhes todas as condições necessárias para
viverem bem, sempre na amizade e proteção do Deus da ALIANÇA. Deus esperava
desse povo uma vida íntegra, pautada pela justiça e igualdade, solidariedade,
para assim ser um sinal entre todas as Nações, sinal visível de um Deus que ama
e que caminha junto.
Não podemos dizer que Deus antes fez um rascunho do que seria o
Reino Ideal e depois passou a limpo, o Antigo Testamento já é o início da
edificação do Reino de Deus, claro que de maneira prefigurada, mas os Santos
Homens que por aqueles tempos ajudaram nessa obram, têm os seus méritos e nem
precisaram ser canonizados, a própria História da Salvação os canonizou.
O que o evangelho nos mostra é que Deus confia a administração do
seu Reino aos Homens, que tornam-se seus colaboradores ou arrendatários, a
Igreja está a serviço do Reino, mas ela não é o Reino, apenas um sinal visível
dele. O Reino é maior e está acima de qualquer instituição humana.
Evidentemente que, exatamente como o Proprietário da Vinha, Deus espera sempre
colher os frutos da sua obra, mas não pensemos que Deus é um explorador como os
Latifundiários da Galiléia, os frutos aqui mencionados, e que Ele sempre cobra
daqueles a quem confiou o Reino, são frutos que beneficiam os irmãos e irmãs, é
na relação com as pessoas que o cristão produz os frutos da Parreira do Senhor:
uvas doces da Justiça, igualdade, solidariedade, fraternidade e misericórdia.
Interessante porque o evangelho traz uma crítica duríssima contra
os arrendatários do Reino de ontem e de hoje: além de serem péssimos
administradores, porque só ocupam espaço enão produzem nenhum fruto, ainda por
cima se apossam do que não lhes pertence tornando-se os detendores da Salvação
Divina, porque mataram o Herdeiro, issso é, aquele que é o verdadeiro Dono do
Reino, o Filho de Deus, ou seja, Jesus deixa de ser uma referência para esses
trapaceiros da Religião de Israel, e eles próprios tornam-se a referência como
Zeladores da Lei antiga e Fiscais da Salvação, determinando quem vai se
salvar....
É claro que Deus Pai abandonou esse projeto inadequado, pois o seu
Reino de Santidade e perfeição tornou-se uma grotesca caricatura, e a partir da
morte e ressurreição Daquele que os homens pensaram haver destruído
definitivamente, o Reino se refez e tornou-se definitivo, e de propriedade
exclusiva de Deus, manifestado em Jesus de Nazaré. E assim, a pedra que os construtores
de araque rejeitaram , tornou-se a pedra angular.
Longe de ficarmos olhando para o passado e condenando os que
rejeitaram a Pedra Angular que é o Cristo, e se apossaram da Vinha do Senhor, é
melhor olharmos o presente onde temos enquanto cristãos essa responsabilidade
confiada pelo Senhor, de trabalharmos em sua Vinha que é a Igreja, a serviço do
mundo. Também nós, se não correspondermos á Vontade de Deus, iremos perder
nosso lugar nessa obra, porque o Dono da Vinha chama quem ele quiser para vir
tomar conta de sua Vinha.....
Diácono José da Cruz
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim SP
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