DIA 05 - SÁBADO - Evangelho- Jo 7,40-53
Porventura o Messias virá da Galiléia?
Este Evangelho mostra que o povo estava
dividido a respeito de Jesus: uns achavam que ele era um profeta, ou até o
Messias, e outros objetavam, pelo fato de ele ser galileu: “Da Galiléia não
surge profeta”. Também a cidade dele era vista com preconceito: “De Nazaré pode
sair algo de bom?”.
Preconceito, como a própria palavra diz,
é um conceito formado antecipadamente, sem maior ponderação ou conhecimento da
pessoa, baseado em fatores externos a ela. É um prejulgamento. A pessoa
preconceituosa baseia-se nas aparências, e forma já o seu julgamento sobre a
pessoa.
Entre nós, há preconceito entre Estados,
entre cidades, entre pessoas que tem a pele de outra cor, entre os que têm
estudo e os que não têm, até entre os que moram na cidade e os que moram na
roça. Quanta gente sofre por causa do preconceito!
Nós cristãos não devíamos ter
preconceito de ninguém, pois o batismo nos igualou a todos. “Vós todos sois
filhos de Deus... Vós todos que fostes batizados em Cristo, vos revestistes de
Cristo... Não há mais judeu ou grego, escravo ou livre, homem ou mulher, pois
todos vós sois um só, em Cristo Jesus” (Gl 3,26-28).
O preconceito é um tabu difícil de
combater, porque ele cega a pessoa. Veja a resposta que deram a Nicodemos, que
tentou combater o preconceito contra Jesus, foi também atacado: “Também tu és
galileu, porventura? Vai estudar...”
O encontro do humano com o divino na
pessoa de Jesus é paradoxal. É o encontro do relativo com o absoluto, do
imperfeito com o perfeito, do limitado com o absoluto. A humanidade nunca
entendeu direito, nem assimilou esse encontro. Houve épocas na história em que
divinizavam tanto a Jesus que sacrificavam a sua humanidade, e houve épocas
contrárias.
Também a Igreja carrega em si esse paradoxo,
pois ela é, ao mesmo tempo, humana e divina, santa e pecadora. Há pessoas que
querem fazer dela um grande movimento social no mundo. Outro, ao contrário, a
espiritualizam demais, distanciando-a da vida humana do dia a dia. Inclusive o
padre, muitos querem que ele viva só na sacristia, outros querem que ele viva
só na rua, envolvendo-se no temporal e nos problemas sociais.
Conta-se que Santo Afonso Maria de
Ligório, o fundos dos missionários redentoristas, no final de sua vida ficou
acamado durante um tempo.
Um dia ele pediu ao Irmão que cuidava
dele que o levasse até a capela. O Irmão lhe disse: “Não precisa! Jesus está em
toda parte, e está aqui neste quarto também”. O velho bispo respondeu: “Sim,
ele está aqui. Mas lá na capela ele está fisicamente presente, na eucaristia, e
eu quero visitá-lo”. E o Irmão teve de levá-lo, na cadeira de rodas, até a
capela.
Vendo o Evangelho de hoje, nós pesamos:
se eu estivesse lá, não ia desprezar Jesus. Mas o mesmo Jesus que estava lá
está em todas as nossas igreja, na eucaristia. Que não o desprezemos!
Campanha da fraternidade. O meio
ambiente e a natureza também têm sido alvo de violência. A exploração econômica
sem critérios, a situação em que se encontram as florestas, a poluição dos rios
e das águas em geral, a contaminação do ar, a extinção de espécies vegetais e
animais são resultantes da ação predatória dos seres humanos e sintomas de
grave doença que avança sobre nossa civilização.
Hoje, estamos sofrendo sérias
conseqüências das ações contra o meio ambiente como o efeito estufa, o
aquecimento global, a indisponibilidade cada vez maior de água potável e o
aumento dos diversos tipos de poluição nas grandes cidades. Tudo isso gera medo
crescente em relação ao futuro e ao agravamento dessas conseqüências. O próprio
planeta torna-se inseguro para todos.
Maria Santíssima viveu numa sociedade
que tinha vários preconceitos contra a mulher, a qual tinha de ser caseira e
não podia nem falar em público. Ela, porém, passou por cima de tudo isso. Que
ela nos ajude a vencer os preconceitos e a entender o seu Filho como ele
realmente é: verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
Porventura o Messias virá da Galiléia?
Padre Queiroz
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