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terça-feira, 18 de março de 2014

"A MULHER SAMARITANA" - Diac. José da Cruz

III DOMINGO DA QUARESMA 23/03/2014

1ªLeitura Êxodo 17, 1-7

Salmo 94(95), 8 “Vinde, manifestemos nossa alegria no Senhor,
aclamemos o rochedo de nossa salvação”
2ªLeitura Romanos 5, 1-2.5-8

Evangelho João 4, 5-42


Cada um de nós tem o seu “poço” onde em todos os dias se busca matar a sede das
realizações humanas, procurando de alguma forma concretizar os nossos ideais. É uma
tarefa constante e que se torna monótona e rotineira, correndo até o risco de perder o seu sentido. Um belo dia se descobre que, aquilo que buscamos de maneira tão insistente, está fora do nosso alcance. É verdade que em nossa trajetória conseguimos chegar a alguns horizontes que vislumbramos, mas onde pensamos ser o ponto de chegada, acaba se tornando ponto de partida porque novos horizontes são vislumbrados. Na infância eu gostava de fazer essa tentativa de ficar perto das nuvens do céu, e certa ocasião, em férias na capital, escalamos o pico do Jaraguá, um lugar muito alto de onde se avista a grande São Paulo, mas que está muito longe das nuvens que eu imaginara poder tocar, na minha visão lá de longe e foi frustrante.

Quando colocamos toda nossa esperança nesses horizontes aqui de baixo, encarnamos o personagem de “Dom Quixote de Lã Mancha”, e corremos atrás de ilusões, uma carreira bem sucedida, no esporte, na arte, na vida profissional, ambições e escaladas de postos que vão sendo galgados, mas quando chegamos ao topo, percebemos que ainda falta A mulher samaritana, que se encontra com Jesus á beira de um poço, vem dessa busca humana, de algo que a satisfaça plenamente. A água do poço de Jacó, que ela vai buscar diariamente, parecer ser suficiente para alcançar seus objetivos, ela experimenta Deus no cumprimento da Lei e nas Tradições religiosas do seu povo, e isso lhe basta.

A catequese quaresmal nos atiça a mente e o coração para intensificarmos a busca do transcendente. Na história da Igreja, Santo Agostinho, que julgava ter encontrado a plena alegria nos prazeres carnais, após a conversão irá afirmar, com base nessa experiência; “o meu coração inquieto, só terá sossego quando em Deus repousar...”

Todo ser humano traz em si essa inquietude que perpassa toda a existência, corremos sempre atrás de algo que parece inatingível... Jesus encontra-se diante de alguém que não conhece outro caminho na busca dessa realização, que não seja a esperança humana, fundamentada na tradição, para a mulher, nada é mais importante do que o Pai Jacó, que ouviu de Deus as promessas, e que fez aquele poço para saciar a sede do seu povo. Nós cristãos, às vezes nos apegamos em demasia á igreja Instituição e esquecemos do essencial que é ser a “Eclésia” dos que conhecem a Verdade e a buscam, não nas ambições humanas, mas Naquele que é a Se não nos acautelarmos, o ativismo pastoral e religioso na igreja ou nos movimentos, poderá ser esse Poço do Pai Jacó, que nos satisfaz por aquilo que somos e que fazemos.

Quando por alguma razão, somos tirados de certas funções, parece-nos que falta o chão.
Por que será? O poço de água viva em nossas comunidades cristãs, não é o que somos, ou quem somos, ou o que fazemos, mas é Jesus Cristo, quando fazemos com ele e nele
essa experiência, o que somos, quem somos ou o que fazemos, ganha um novo sentido e um novo significado.  Mas é preciso um diálogo franco e aberto com o Senhor, por isso esse terceiro domingo do grande retiro quaresmal somos convidados a fazer esse encontro e a compararmos a diferença dessas duas águas, aquela que nós oferecemos á comunidade, naquilo que somos e fazemos, e a que Jesus nos oferece com sua graça. Em nossas pastorais e movimentos, muitas vezes nos achamos o máximo, mas se alguém disser que a nossa água está salobra o mundo se acaba e desistimos de tudo.

Aquela mulher vai confrontando a sua vida conforme o diálogo com Jesus se aprofunda. Ela não é um personagem isolado criado pelo evangelista João, mas representa o Povo de Israel e as nossas comunidades com todos os organismos e instituições que a compõe. E como essa mulher, muitas vezes não nos damos conta de que na comunidade encontramos Aquele que é a verdadeira e única água Viva. Perdemos tempo enchendo nossos baldes de ambições, prestígio, sucesso, poder. Nossa doação é na verdade um “alisar” o nosso ego e exaltar nosso carisma. Não nos damos conta de que o Reino é muito maior do que aquilo que enxergamos, e que as coisas que fazemos irão passar pois outros virão, melhores do que nós.

A mulher, que começou o diálogo de maneira ríspida, logo se dá conta de que Jesus oferece algo que ela ainda não havia experimentado. Algo que com seu próprio esforço jamais iria conseguir. Quem está á sua frente não é um estrangeiro, nem um homem comum ou Profeta, como chegou a pensar, mas descobre que ele é o Messias, e que Nele poderá encontrar algo muito mais significativo do que as tradições do seu povo, os ritos e a Lei. Sua atitude não é mais a de isolar-se em seu grupo, raça ou cultura, mas agora se torna anunciadora da Verdade na região da Samaria. Parece que o viver em uma religião fechada, com sua doutrina, ritualismo e preceitos, ainda continuam para muitos, a ser o caminho mais fácil de percorrer. A Samaria do mundo aguarda impaciente o grito maravilhado dos cristãos, que fizeram a experiência com Cristo em sua vida, que o encontraram ao encontrarem-se a si mesmo e aos irmãos.

O homem não vai saciar a sua sede com a água salobra dos poços disponíveis,
perfurados pela tradição, ou pelas vãs idelogias, todos aguardam ansiosos por esse grito dos cristãos, sobre a descoberta de Jesus, a Água Viva que nos transforma em fontes borbulhantes saciando a todos com quem nos relacionarmos. A grande Samaria nos espera... Vamos em frente, e que sejamos bem sucedidos como a mulher Samaritana, que com seu testemunho conduziu muitos a Jesus.

Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP

José da Cruz é Diácono da


E-mail cruzsm@uol.com.br

Um comentário:

  1. Diác. José da Cruz, parabéns pela esclarecedora interpretação da Palavra de Deus, como sempre, atualiza-a. Muito obrigado, Abençoado dia do Senhor, Fraterno abraço. Diác. Dirceu Pereira, Paróquia Cristo Sacerdote, Diocese de Apucarana - Pr.

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