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terça-feira, 18 de outubro de 2016

-OS FASISEUS E OS PUBLICANOS DE HOJE-José Salviano

30º DOMINGO TEMPO COMUM
23 de Outubro de 2016-Ano C

1ª Leitura - Eclo 35,15b-17.20-22ª

Salmo - Sl 33

2ª Leitura - 2Tm 4,6-8.16-18

Evangelho - Lc 18,9-14




PRIMEIRA LEITURA
Que bom seria se todos os juízes da Terra fossem iguais a Deus! Quão maravilhoso seria este mundo se eles julgassem como Deus julga! Sem discriminar nenhuma pessoa, sem ser parciais defendendo os direitos dos poderosos e em prejuízo dos fracos, dos oprimidos, dos pobres.


SALMO
Deus vê o sofrimento dos fracos, e atende os seus clamores. O que não quer dizer que todos os pobres são puros e santos. Bem o sabemos que muitos crimes ocorrem entre eles. Porém, se o pobre aceita a sua condição de fraqueza com fé e devoção, entregando sua vida nas mãos de Deus procurando fazer o bem e evitar o mal, esse terá sempre a mão protetora do Pai, que atenderá os seus clamores.

SEGUNDA LEITURA
Paulo reconhece que chegou a sua hora, e fala que combateu o bom combate. Ele conta com a recompensa do Senhor, por toda a sua entrega, sua doação pelo serviço do Reino.
Caríssimas e caríssimos. Nós também contamos com a recompensa do Pai por todos os nossos trabalhos, por toda a nossa dedicação pelas causas do Reino.  Porém, não é bom que estejamos certos de que somos merecedores da glória eterna, não obstante o nosso trabalho missionário. Pois no último momento, podemos ceder às tentações e nos perder para sempre. Sejamos vigilantes, e busquemos a nossa conversão diariamente.
Ele explica que em sua primeira defesa, ninguém o assistiu, todos os abandonaram. Mas Deus esteve presente do seu lado todo o tempo. 
Por vezes, nós somos abandonados pelos amigos e até por alguns dos nossos parentes, nos momentos em que mais precisamos de uma força, de um estímulo, de um conselho, enfim, de uma mão. De um ombro amigo que nos alivia o sofrimento.
Não fique triste se seus filhos não vierem visitar você no leito do hospital. Não tenha rancor, nem se entregue aos prantos por causa do abandono dos seus entes queridos. Pois com certeza, Deus não lhe abandonará. É com Ele que contamos sempre. É Jesus que nos fará sempre companhia nos momentos de solidão, de tristeza, nos momentos de dor. Perdoa seus filhos, perdoa a todos que lhe abandonaram! Peça a Deus por eles, para que não sejam também abandonados um dia. E peça perdão se você já fez o mesmo. Peça o perdão de Deus por Jesus, se você um dia também abandonou alguém que contava muito com a sua presença num momento de grande dor, de solidão, de tristeza!


EVANGELHO
O fariseu reza como se estivesse exigindo de Deus, uma recompensa por sua vida de obediência à Lei, por uma vida de santidade.
Já o cobrador de impostos, reconhecendo-se pecador, pede misericórdia a Deus.
Muitos de nós, beatas e beatos, acreditamos que a prática da fé, já basta para alcançarmos a salvação.  E assim como o fariseu, muitos de nós se julgam puros, e “separados” dos impuros. O fariseu seguia ao pé da letra toda a doutrina da Lei, e por isso era reconhecido como um homem santo, justo, e desfrutava de prestígio social. Não obstante, ele ter se distanciado dos pobres, dos órfãos, das necessidades das viúvas, por levar uma vida de profundo ascetismo o qual o isolava dos demais.
Observação: porque se fala tanto em viúvas nos tempos de Jesus, e hoje isso não é uma realidade relevante?
Veja: naqueles tempos as guerras eram uma constante entre as nações. E quem iria expor suas vidas nas batalhas? Os homens, os maridos, os esposos, os quais morriam nos campos de batalhas. Logo, essa realidade explica a existência de tantas viúvas naqueles tempos.
O publicano, por sua vez, era uma figura odiada, ou no mínimo, mal vista pelos judeus. Isso, pelo fato deles serem os sanguessugas da economia local. Eram eles que pegavam o dinheiro do povo, e o remetia ao Império Romano. Eles, embora sendo judeus, estavam a serviço dos dominadores romanos. Por isso eram considerados traidores e pecadores públicos.
O Fariseu, em sua oração, se vangloria publicamente, relatando suas virtudes, e agradecendo a Deus pelo fato dele ser um homem que cumpre toda a Lei, um homem puro e santo. Ele se acha o tal, se considera perfeito, e pensa que a sua salvação já está garantida.
Meus irmãos. Será que algum de nós não pensamos assim? Será que pelo fato de estarmos servindo no altar, pelo fato de rezarmos o terço todos os dias, de dar esmolas, de catequisar, será que em nenhum momento não nos consideramos como aquele fariseu?
Paremos para pensar, para reavaliar. Todos nós somos seres humanos, seres pecadores, que pecamos todos os dias, mesmo que nos julgamos em estado de graça, e capazes de receber a hóstia diariamente.  Reconheçamo-nos pecadores diante de Deus, meus irmãos. E peçamos perdão em todas as nossas orações.
Sejamos como aquele publicano! Por mais que estejamos na intimidade com Deus, desconfiemos sempre da nossa santidade, desconfiemos sempre da nossa capacidade de resistir às tentações de falar mal do próximo, de nos considerar os melhores, tentações que nos levam a tirar vantagens, etc, e portanto, recorramos sempre a ajuda de Jesus para que possamos sermos dignos das suas promessas.
O erro daquele fariseu, é o mesmo erro de muitos fariseus que existem por esse mundo afora. São pessoas que amam a Deus e desaprovam o próximo. Pessoas que se julgam perfeitos, e condenam todos os demais, julgando-os cheios de defeitos.  São pessoas que acham que estão com Deus, e que todos os demais estão condenados.
Ao contrário, sejamos como o publicano do Evangelho. Ele pede perdão por ser um miserável pecador. Ele se considera imperfeito, e impuro, como todos nós, embora todo esse nosso esforço para atingir a perfeição.
Lembremos que perfeito é só Deus. Nós, por mais que tentamos, nunca atingiremos a perfeição! É por isso que a nossa salvação em última instância, depende da bondade, da misericórdia de Deus.

Tenha um bom domingo. José Salviano


4 comentários:

  1. Reflexão perfeita. Muito me ajuda a entender melhor a Palavra e a preparar a liturgia dominical. Deus o abençoe e o ilumine sempre, para que você possa continuar a nos ajudar com as suas reflexões.

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  2. Reflexão perfeita. Muito me ajuda a entender melhor a Palavra e a preparar a liturgia dominical. Deus o abençoe e o ilumine sempre, para que você possa continuar a nos ajudar com as suas reflexões.

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  3. São palavras perfeitas que nos levam a grande reflexão, quem realmente somos, fariseus ou publicanos, nossas escolhas nos remetem a pensar e agir de forma que Cristo nos presenteie com bençãos

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