XXX Semana – Sexta-feira – Tempo Comum
– Anos Pares
28 Outubro 2016
Tempo Comum – Anos
Pares
XXX Semana – Sexta-feira
Lectio
XXX Semana – Sexta-feira
Lectio
Primeira leitura:
Filipenses 1, 1-11
Irmãos: 1Paulo e
Timóteo, servos de Cristo Jesus, a todos os santos em Cristo Jesus que estão em
Filipos, com seus bispos e diáconos: 2a vós a graça e a paz da parte de Deus
nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo! 3Todas as vezes que me lembro de vós, dou
graças ao meu Deus, 4sempre, em toda a minha oração por todos vós. É uma oração
que faço com alegria, 5por causa da vossa participação no anúncio do Evangelho,
desde o primeiro dia até agora. 6E é exactamente nisto que ponho a minha
confiança: aquele que em vós deu início a uma boa obra há-de levá-la ao fim,
até ao dia de Cristo Jesus. 7É justo que eu tenha tais sentimentos por todos
vós, pois tenho-vos no coração, a todos vós que, nas minhas prisões e na defesa
e consolidação do Evangelho, participais na graça que me foi dada. 8Pois Deus é
minha testemunha de quanto anseio por todos vós, com a afeição de Cristo Jesus.
9E é por isto que eu rezo: para que o vosso amor aumente ainda mais e mais em
sabedoria e toda a espécie de discernimento, 10para vos poderdes decidir pelo
que mais convém, e assim sejais puros e irrepreensíveis para o dia de Cristo,
11repletos do fruto da justiça, daquele que vem por Jesus Cristo, para glória e
louvor de Deus.
A carta aos
Filipenses, escrita da prisão, é das mais afectuosas de S. Paulo, manifestando
as excelentes relações do Apóstolo coma primeira comunidade cristã na Europa.
Paulo, que associa a si Timóteo, não sente necessidade de explicitar a sua
condição de apóstolo, totalmente reconhecida pelos Filipenses. Paulo augura-lhes
a plenitude dos dons de Deus e de Jesus Cristo ressuscitado e glorioso (v. 2).
E, da comunidade dos baptizados, chamados «santos» porque participam da
santidade de Deus, apenas menciona os «bispos e diáconos» (v. 1b), a quem está
confiado um particular serviço, provavelmente o governo e a administração da
comunidade a uns, e o cuidado dos pobres e o anúncio do Evangelho a outros.
Ao agradecer a Deus, o Apóstolo manifesta o seu afecto pelos Filipenses. Lembra-se continuamente deles, reza por eles e manifesta a sua alegria por se terem tornado missionários entusiastas. Paulo verifica que o Espírito do Senhor os anima e está certo de que os fará perseverar até à parusia (v. 6). A estima de Paulo pelos Filipenses tem sólido fundamento: partilham a sua missão, não o abandonam durante o cativeiro, e dão-se activamente à evangelização. Por isso, o Apóstolo tem por eles uma especial ternura, fundada na caridade de Cristo. E Paulo reza e augura o crescimento da caridade que os anima, tornando-os capazes de compreenderem em todas as circunstâncias qual é a vontade de Deus, para que a cumpram e se enriqueçam de boas obras. E assim os encontrará o Senhor quando voltar no fim dos tempos. E Deus será glorificado (vv. 9s.).
Ao agradecer a Deus, o Apóstolo manifesta o seu afecto pelos Filipenses. Lembra-se continuamente deles, reza por eles e manifesta a sua alegria por se terem tornado missionários entusiastas. Paulo verifica que o Espírito do Senhor os anima e está certo de que os fará perseverar até à parusia (v. 6). A estima de Paulo pelos Filipenses tem sólido fundamento: partilham a sua missão, não o abandonam durante o cativeiro, e dão-se activamente à evangelização. Por isso, o Apóstolo tem por eles uma especial ternura, fundada na caridade de Cristo. E Paulo reza e augura o crescimento da caridade que os anima, tornando-os capazes de compreenderem em todas as circunstâncias qual é a vontade de Deus, para que a cumpram e se enriqueçam de boas obras. E assim os encontrará o Senhor quando voltar no fim dos tempos. E Deus será glorificado (vv. 9s.).
Evangelho: Lucas 14,
1-6
Naquele tempo: 1Tendo
entrado, a um sábado, em casa de um dos principais fariseus para comer uma
refeição, todos o observavam. 2Achava-se ali, diante dele, um hidrópico.
3Jesus, dirigindo a palavra aos doutores da Lei e fariseus, disse-lhes: «É
permitido ou não curar ao sábado?» 4Mas eles ficaram calados.Tomando-o, então,
pela mão, curou-o e mandou-o embora. 5Depois, disse-lhes: «Qual de vós, se o
seu filho ou o seu boi cair a um poço, 6não o irá logo retirar em dia de
sábado?» E a isto não puderam replicar.
Jesus aproveita a
refeição em casa de um chefe dos fariseus para reafirmar a subordinação da lei
do sábado à lei do amor (cf. Lc 6, 1-11; 13, 10-17) e evidenciar a redução
hipócrita que dela fazem os doutores da lei e os fariseus. Lucas sublinha como
a atenção de todos está centrada em Jesus: «todos o observavam» (v. 1b). É,
mais uma vez Jesus que, como no caso da cura da mulher curvada, toma a
iniciativa. E levanta, Ele mesmo, a controvérsia sobre a observância do
preceito sabático, perguntando: «É permitido ou não curar ao sábado?» (v. 3).
Realizada a cura, Jesus interpela, mais uma vez os seus interlocutores com uma questão retórica que tem subentendida a não observância escrupulosa da lei pelos seus adversários, quando nisso há interesse pessoal (v. 5). O silêncio (vv. 4ª.6), com que reagem às perguntas de Jesus, torna clara a incapacidade de impugnar os argumentos do Mestre e as insuficientes razões com que eles defendem a sua interpretação da Lei.
Realizada a cura, Jesus interpela, mais uma vez os seus interlocutores com uma questão retórica que tem subentendida a não observância escrupulosa da lei pelos seus adversários, quando nisso há interesse pessoal (v. 5). O silêncio (vv. 4ª.6), com que reagem às perguntas de Jesus, torna clara a incapacidade de impugnar os argumentos do Mestre e as insuficientes razões com que eles defendem a sua interpretação da Lei.
Meditatio
Jesus desmascara a
hipocrisia dos seus adversários que têm dois pesos e duas medidas para julgar,
conforme estejam ou não em jogo os seus interesses. Se os seus interesses
estiverem em jogo, nem o sábado tem importância. Mas se não estão interessados,
então sabem recorrer a todo o tipo de objecções, inclusivamente religiosas.
Podemos facilmente ver-nos retratados neste evangelho. Quando estamos
interessados numa coisa, movemos tudo e todos para alcançá-la ou realizá-la.
Mas se nos pedem algo que não queremos dar ou fazer, encontramos mil
argumentos, inclusivamente: «agora tenho que ir rezar!». Peçamos ao Senhor que
nos ilumine e torne dóceis ao amor. Então saberemos julgar sem preconceitos
interessados, teremos o coração livre, puro e magnânimo, tal como o vemos em
Paulo no começo da carta aos Filipenses. O Apóstolo diz-lhes que os leva no
coração ou, mais precisamente, «nas vísceras» (segundo o termo grego).e que
anseia «por todos com a afeição de Cristo Jesus». O amor de Paulo revela-se
muitas vezes nestas linhas: vê o bem, alegra-se com ele… E recorda a cooperação
dos Filipenses na difusão do Evangelho. Porque os ama, deseja que a sua
caridade cresça e torne possível o discernimento e o cumprimento da vontade de
Deus. Quanto precisamos de uma caridade idêntica à de Paulo. Há que pedi-la a
Deus.
Paulo mostra-nos que, ao contrário do que dizem alguns antigos lugares comuns, o conhecimento de Jesus, acolhê-lo, segui-lo, faz aumentar (e não diminuir) a nossa humanidade, liberta em nós os sentimentos mais profundos e torna-nos capazes de os manifestar na vida com verdade, intensidade e concreção. E onde se manifesta o amor, aí está Deus, aí é glorificado.
Recordemos as desconfianças em relação a certas amizades, dentro ou fora da comunidade. A prudência não deve levar à pusilanimidade e, muito menos, à obsessão pelo medo de eventuais perigos. Pode haver desvios e abusos, quando a relação entre duas pessoas se manifesta como atracção forte e exclusiva, emocional, mórbida, quando isola as pessoas da comunidade, quando é uma amizade fechada. Mas é preciso lembrar a parábola do trigo e do joio, actuando à maneira do dono (Deus) e não à maneira dos servos precipitados e impacientes que, com o jo
io, arrancaram a boa semente (cf. Mt 13, 24-30). Se assim fizermos, pode ficar por realizar aquela importantíssima formação que leva a gerir a nossa afectividade e a saber distinguir a verdadeira amizade, boa e sadia, da amizade adolescente, ciumenta, possessiva, emocional, mórbida, que fecha as pessoas no seu egoísmo e as inclina para a voluptuosidade.
A amizade, é, em primeiro lugar, um dom do Espírito. Quanto mais entramos na intimidade com Deus ou, melhor, quanto mais Deus nos atrai para a Sua intimidade, «para o Seu do Pai» (Jo 1, 18), por meio de Cristo, especialmente na oração contemplativa, mais bebemos o amor na sua fonte, mais experimentamos o Espírito de amor que se derrama sobre nós e verificamos, por experiência própria, a veracidade da afirmação de Paulo: «O amor de Deus foi derramado nos nossos corações por meio do Espírito Santo que nos foi dado» (Rm 5, 5). Verificamos que o amor, não é tanto uma difícil conquista nossa, quanto um dom de Deus. Amamos com um amor verdadeiro porque Deus nos ama.
Paulo mostra-nos que, ao contrário do que dizem alguns antigos lugares comuns, o conhecimento de Jesus, acolhê-lo, segui-lo, faz aumentar (e não diminuir) a nossa humanidade, liberta em nós os sentimentos mais profundos e torna-nos capazes de os manifestar na vida com verdade, intensidade e concreção. E onde se manifesta o amor, aí está Deus, aí é glorificado.
Recordemos as desconfianças em relação a certas amizades, dentro ou fora da comunidade. A prudência não deve levar à pusilanimidade e, muito menos, à obsessão pelo medo de eventuais perigos. Pode haver desvios e abusos, quando a relação entre duas pessoas se manifesta como atracção forte e exclusiva, emocional, mórbida, quando isola as pessoas da comunidade, quando é uma amizade fechada. Mas é preciso lembrar a parábola do trigo e do joio, actuando à maneira do dono (Deus) e não à maneira dos servos precipitados e impacientes que, com o jo
io, arrancaram a boa semente (cf. Mt 13, 24-30). Se assim fizermos, pode ficar por realizar aquela importantíssima formação que leva a gerir a nossa afectividade e a saber distinguir a verdadeira amizade, boa e sadia, da amizade adolescente, ciumenta, possessiva, emocional, mórbida, que fecha as pessoas no seu egoísmo e as inclina para a voluptuosidade.
A amizade, é, em primeiro lugar, um dom do Espírito. Quanto mais entramos na intimidade com Deus ou, melhor, quanto mais Deus nos atrai para a Sua intimidade, «para o Seu do Pai» (Jo 1, 18), por meio de Cristo, especialmente na oração contemplativa, mais bebemos o amor na sua fonte, mais experimentamos o Espírito de amor que se derrama sobre nós e verificamos, por experiência própria, a veracidade da afirmação de Paulo: «O amor de Deus foi derramado nos nossos corações por meio do Espírito Santo que nos foi dado» (Rm 5, 5). Verificamos que o amor, não é tanto uma difícil conquista nossa, quanto um dom de Deus. Amamos com um amor verdadeiro porque Deus nos ama.
Oratio
Senhor, quero hoje
pedir-te por tantos irmãos e irmãs que, em certos momentos, foram e são
mediação do teu amor e da tua ternura para outros irmãos e irmãs. Fortalece-os
para que, nas inevitáveis provações, não desistam mas se confirmem e robusteçam
na sua opção. Dá a todos nós um coração acolhedor, compreensivo e bom, para que
possamos ser apoio dos nossos irmãos, especialmente nas horas difíceis.
Mas livra-nos também, nós to suplicamos, da instrumentalização das leis, mesmo religiosas, e das reduzirmos a um pragmático caminho para o céu. Livra-nos de uma cómoda fé privada. Dá-nos o gosto e a alegria da docilidade ao Espírito, fazendo da nossa vida um serviço ao Evangelho.
Mas livra-nos também, nós to suplicamos, da instrumentalização das leis, mesmo religiosas, e das reduzirmos a um pragmático caminho para o céu. Livra-nos de uma cómoda fé privada. Dá-nos o gosto e a alegria da docilidade ao Espírito, fazendo da nossa vida um serviço ao Evangelho.
Contemplatio
Consideremos agora
Jesus nas suas relações com as pessoas amigas e benevolentes. Por toda a parte
espalha benefícios e eleva as almas para Deus.
Eis em primeiro lugar as bodas de Caná. Jesus assiste a elas, porque tem laços de parentesco com os esposos. Maria e Ele próprio estão atentos às necessidades desta família e a sua bondade é testemunhado com um belo milagre.
Quando Jesus chama Mateus Levi ao apostolado, aceita uma refeição em sua casa; é para semear um pouco de verdade num meio de publicanos e de mundanos.
Aceita também o convite de Zaqueu, mas que generosidade lhe inspira! Zaqueu dá a metade dos seus bens aos pobres e repara o quádruplo dos danos que pôde causar.
A refeição em casa de Simão de Betânia é muito importante. Jesus queria justificar Madalena e receber a unção que devia pressagiar a sua sepultura próxima. É benevolente para com Simão, mas dá-lhe também úteis lições pondo o seu orgulho farisaico em oposição com a humildade de Madalena.
Jesus acolhe o fariseu Nicodemos que vem vê-lo uma noite para esconder o seu respeito humano. Jesus instrui-o e prepara-o para a fé.
Podemos finalmente considerar Jesus em casa dos seus amigos de Betânia. Como Ele ama esta família! Converte Madalena, encoraja Marta, chora a doença e a morte de Lázaro e ressuscita-o.
Não é proibido ao padre ter amizades puras e sobrenaturais. (Leão Dehon, OSP 2, p. 577).
Eis em primeiro lugar as bodas de Caná. Jesus assiste a elas, porque tem laços de parentesco com os esposos. Maria e Ele próprio estão atentos às necessidades desta família e a sua bondade é testemunhado com um belo milagre.
Quando Jesus chama Mateus Levi ao apostolado, aceita uma refeição em sua casa; é para semear um pouco de verdade num meio de publicanos e de mundanos.
Aceita também o convite de Zaqueu, mas que generosidade lhe inspira! Zaqueu dá a metade dos seus bens aos pobres e repara o quádruplo dos danos que pôde causar.
A refeição em casa de Simão de Betânia é muito importante. Jesus queria justificar Madalena e receber a unção que devia pressagiar a sua sepultura próxima. É benevolente para com Simão, mas dá-lhe também úteis lições pondo o seu orgulho farisaico em oposição com a humildade de Madalena.
Jesus acolhe o fariseu Nicodemos que vem vê-lo uma noite para esconder o seu respeito humano. Jesus instrui-o e prepara-o para a fé.
Podemos finalmente considerar Jesus em casa dos seus amigos de Betânia. Como Ele ama esta família! Converte Madalena, encoraja Marta, chora a doença e a morte de Lázaro e ressuscita-o.
Não é proibido ao padre ter amizades puras e sobrenaturais. (Leão Dehon, OSP 2, p. 577).
Actio
Repete muitas vezes e
vive a palavra:
«Seja tudo para glória e louvor de Deus» (cf. Filip 1, 11; cfr Cst 25)
«Seja tudo para glória e louvor de Deus» (cf. Filip 1, 11; cfr Cst 25)
| Fernando Fonseca,
scj |
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