Quarta-feira, 02 de
novembro de 2016.
I Leitura – Sabedoria
3,1-9
Salmo – 41 (42)
II Leitura – Apocalipse
21,1-7
Evangelho: Mt 5, 1-12
Hoje, dia dos finados, nos lembra da “morte”, não para nos remeter
ao medo, mas para nós fazer descobrir o sentido desta vida e a alegria sobre a
qual está fundamentada a nossa fé. A
morte é um nascimento, marca a entrada no mundo de Deus, é o início da festa na
casa do Pai. Nada se deve temer das pessoas que morreram, elas vivem com Deus e
só podem fazer o bem aos que permaneceram neste mundo.
Contudo a morte é o encontro maravilhoso com os amigos e
parentes, que foram na nossa frente, e com o melhor dos amigos que é nosso
Deus. Na certeza da Ressurreição através da fé, acreditamos que ao morrer para
o mundo renascemos para junto do Pai no Paraíso. Lá no céu estaremos juntos na
harmonia da eternidade com todos os irmãos que souberam respeitar e viver a
dignidade dos ensinamentos de Cristo.
Por isso que a missão do cristão não se remete somente a sua
salvação, mas na tenacidade do anúncio da Boa Nova, para sedimentar a palavra no
coração em conflito com Deus, e na renúncia de tudo aquilo que atrapalha o projeto de libertação do Pai. Deve-se atentar
para as belezas da vida e do amor entre os víveres da terra para que na outra
vida possa viver a eternidade na alegria do Senhor.
O que o homem deve contemplar é a vida após a morte,
renascida do Espírito junto do Pai. Ter a certeza desse encontro. Viver a
plenitude da Graça. Contudo as vicissitudes
da vida terrena deve elevar coisas boas. Perceber a gratuidade de nosso
Deus nas entrelinhas da vida e apaixonar-se para a salvação. Isto é, ter olhos
somente para a vida plena.
Sabemos que a vida na terra é passageira, feita de momentos, ora momentos bons ou momentos
não tão bom como deveria ser. Todo apreço pelas coisas boas são os juros
acumulados para o dia do julgamento. Diante de Deus, o cristão deve apresentar uma vida de paz,
harmonia, de cumplicidade com os mais pobres, de comprometimento no fazer
acontecer novas todas as coisas. Mostrar
a renovação e a transformação de um projeto de um Reino novo, onde todos os
irmãos puderam usufruir com dignidade.
O pensamento do homem deve voltar-se para o livro da Sabedoria
quando afirma: “a vida dos justos está
nas mãos de Deus e nenhum tormento os atingirá”. Nada vai separar o homem
do amor de Deus, nem o mal que possa atormentar o tempo todo, separará a vida
dos justos das mãos de Deus. Por isso que o cristão deve amar a Deus e
sentir-se protegido, porque as coisas boas acontecem quando há uma cumplicidade
entre o homem e Deus. Ele estará guiando os passos e mostrando o caminho certo
a seguir. Um caminho que leva para o encontro dos céus. São tantas maldades
tentando impedir que o justo desvie do caminho para tomar rumo diferente e para
não enxerga Deus. Mas quando tem um
apreço dos ensinamentos do Pai, e tem Deus no coração, nada de tormento
atingirá. A crença e a fé devem estar acima das maldades do mundo, e o que deve
prevalecer é a certeza da Ressurreição.
Pode até ter morrido aos olhos dos insensatos e aos olhos dos
homens que afirmam ter sido castigado, mas para os olhos de Deus veio à nova
vida. Uma vida plena, cheia de fé e nostalgia, uma vida que contagia todas as
pessoas para a eternidade. Nada importa aos olhos daqueles que não acreditam na
vida eterna, pois nada para Deus impedirá que aquele que lutou para uma
sociedade justa e fraterna conquista uma vida feliz nos céus.
O que importa é a confiança para nosso Deus. Como no livro da
Sabedoria volta a dizer: “os que nele
confiam compreenderam a verdade, e os que perseveram no amor ficarão junto
dele, porque a graça e a misericórdia são para seus eleitos”.
Belas palavras do livro da Sabedoria, pois aquele que revela
a doutrina do bem viver e cumpre as regras da libertação tem um lugar garantido
junto de Deus. Seu esforço e sua dedicação são as provas de que o entendimento
da Palavra revelada foram ouvidas e praticadas.
O que o cristão visualiza na essência de uma vida terrena
feliz é a sede ardente de um Deus vivo. Não um Deus morto, cabeça caída e
pregado numa cruz inerte. Mas um Deus atuante que faz maravilhas sempre que
necessário. Porque ao peregrinar na caminhada feliz para a casa do Pai, entre
louvores e gritos, a multidão entra no reino que está à espera. Mas para chegar nesse Reino Santo a luz do
Espírito, que é a luz da verdade, guiará a longa caminhada, livrando de todos os
males.
O salmista termina sua oração aclamando: “Por que te entristece, minha alma, a gemer
no meu peito? Espera em Deus! Louvarei novamente o meu Deus Salvador”. O
Salvador que é Deus-Pai, com toda certeza, estará dando o aconchego e
protegendo o filho na vida em preparação para a vida eterna. A certeza da Sua
presença não permite dor e nem choro, porque condiz com a Verdade Absoluta.
O que se almeja é um novo céu e uma nova terra como na
leitura do Apocalipse descreve. “Vi um
novo céu e uma nova terra. Pois o primeiro céu e a primeira terra passaram e o
mar já não existe”. Tudo é passado! Nada levará desta vida terrena a não
ser o discernimento para com Deus. Aquilo que fazermos na terra poderá reverter
no céu em grandes conquistas e/ou poderá reverter contra a alegria da Verdade.
Por isso que nesta vida devemos satisfazer a vida nos justos e a felicitação
com os irmãos. Assim, a vida nova no novo céu será completa.
A mensuração da Palavra certa ganhará de graça da fonte da
água viva. Assim o vencedor receberá a herança de uma vida feliz, pois
Deus será o Pai amado e o cristão será o filho bem amado.
No santo Evangelho São Mateus adverte ao afirmar sobre as
bem-aventuranças. A alegria da partida para uma vida junto de Deus está
alicerçada no fazer terrena. Por isso que os bem-aventurados tem um lugar
reservado, mas somente os mansos, os que têm sede de justiça, os
misericordiosos, os puros de coração, os que promovem a paz, os perseguidos e
injuriados. Jesus, sentando no monte,
educa seus discípulos e toda multidão com as palavras das bem-aventuranças. Com
isso afirma que aqueles que entregaram de coração e de alma na construção de
uma vida melhor, receberão as recompensas nos céus. Ele mesmo mostrou para
todos de sua época que o trabalho seria incansável. Mas a missão era um
compromisso com o criador. Tanto que no
final do Evangelho Mateus escreve lindamente, “alegrai-vos e exultai, porque
será grande a vossa recompensa nos céus”.
Portanto, na comemoração dos fiéis defuntos nos faz descobrir
que o projeto de Deus para o homem é um projeto de vida. “No horizonte final do homem não está à morte, o fracasso, o nada, mas
está à comunhão com Deus, a realização plena do homem, a felicidade definitiva,
a vida eterna” (Roteiro homilético
dos finados). Amém.
Abraços
Claudinei M. Oliveira
Claudinei M. Oliveira; Belíssima reflexão. Um grande abraço e, que DEUS te ilumine sempre.
ResponderExcluirClaudinei M. Oliveira; Belíssima reflexão. Um grande abraço e, que DEUS te ilumine sempre.
ResponderExcluirObrigado José Efigênio. Deus te abençoe sempre.
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