“João Batiza Jesus!” - Claudinei M. Oliveira.

Segunda-feira, 08  de janeiro  de 2018.

Evangelho:  Mc 1, 7-11

“Depois de mim virá alguém mais forte do que eu. Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar suas sandálias” (Mc 1,7).

         João Batista percorreu longos caminhos anunciado que o Messias viria e trazeria consigo a mudança para uma vida melhor, porém não contava que batizaria Jesus no rio Jordão, pois seu batismo era de conversão dos pecados e Jesus não tinha pecado para ser limpo, uma vez que nasceu santo. Contudo, João também anunciava que “alguém mais forte” do que ele (Mc 1,7), que trará o Espírito Santo (Mc 1,8) e que não seria digno de desatar suas sandálias. É o reconhecimento de João Batista  que ele não é o Messias esperado e sim apenas um servidor dele. Ao dizer também que o Messias é mais forte, indica que haverá luta, um conflito com forças poderosas. Realmente isso aconteceu!

         Para nós cristãos o batismo deveria ser um sinal de disposição para rever a própria vida e seguir o caminho de Deus traçado por Jesus. Abraçar o propósito de renunciar os males para creditar na pessoa de Jesus o bem. Ser solícito a Deus e encaminhar para a salvação. Sabendo, mesmo assim, que não ficaremos livres das tentações,  mas agora com o batismo, estaremos protegidos dos males e do encardido.

         O batismo  é a disponibilidade para receber a boa notícia, da missão evocada pelo espírito santo, a fim de estar aberto para o perdão de Deus. Disse o evangelista: “toda a região da Judeia e, todos os moradores de Jerusalém iam ao encontro de João. Confessavam seus pecados, e João os batizava no rio Jordão” (Mc 1,5). Até hoje continua os pais procurando a igreja para batizar seus filhos. Sinal da presença de Deus na família. Isso significa uma ligação direta com o Pai, para que o pecado não venha permanecer nas ações do cristão.

         Mas o batismo deve ser vivido cotidianamente; buscar todas as manhas a renovação do batismo através da oração e rezando: creio o senhor, mas aumentai minha fé. Ter o compromisso com Deus e com a igreja através dos gestos diante dos irmãos.

         O batismo com o Espírito Santo (Mc 1,8) indica que o Messias concederá aquele  que o segue uma capacidade de distinguiu entre aquilo que é o caminho de Deus e o que não é. Ao mesmo tempo, o Espírito é a força necessária para combater os poderes que o próprio Messias enfrentou. Isso significa que ser batizado é estar pronto para um conflito, mas agora certificado de que o Espírito Santo estará junto no combate.

         Veja essa historinha.

Era uma vez um peixinho que ouviu falar em mar. Ficou tão encantado com a ideia que não queria outra coisa a não ser ver o mar.  Firmemente decidido a conseguir o que queria, viajou pelo oceano inteiro, sem o encontrar.
Um dia, já enjoado da procura, comentou com uma ostra:
- Puxa, eu queria tanto ver o tal “mar”, mas só vejo água por todo lado!

Muitas pessoas parecem o tal peixinho que procura pelo mar: são batizados, recebem o nome e a missão de cristãos, mas não dão conta disso!  Mesmo entre as pessoa da comunidade que passam a vida dedicando à pastoral, há quem ainda não tenha “despertado”  para a presença de Jesus! Aí, basta um pequeno desentendimento para que desistam de tudo. Algumas até saem desiludidos  em busca de um “Jesus” diferente, mágico, cheio de poderes. Não percebem  a seu lado a presença de Jesus real, manso e humilde de coração, que vem para proclamar a libertação aos pobres (Lc 4, 18).

Precisamos anunciar com entusiasmo a presença de Jesus em nosso meio.  Pelo sacramento do Batismo participamos do Corpo de Cristo, que é Igreja. Ser batizado é estar ligado em Jesus  (Jo 15,5), em sintonia com seu projeto e esparramando essa alegria para o mundo. O Batismo existe, para que  nasça em nós a  vida espiritual. Nos torna capazes de receber os outros Sacramentos.

Portanto, O batismo nos dá direito de participarmos da filiação divina e da fraternidade de Jesus. Somos Filhos de Deus pela graça do Batismo que recebemos. Amém.

Abraços

Claudinei M. Oliveira