5º DOMINGO TEMPO COMUM
04 de fevereiro -
Ano B
Evangelho - Mc 1,29-39
PRIMEIRA LEITURA - As
lamentações de Jó diante de seu sofrimento, nos conduz a uma só conclusão. É
melhor sofrer nesta vida do que sofrer no inferno, na outra vida! Não
reclamemos das nossas dores. Não nos irritemos com o que temos de sofrer,
muito menos nos revoltemos contra o Pai. Não se trata de castigo, mas sim, de
provação e purificação.
SALMO - Caríssimos.
Aconteça o que acontecer. Louvemos sempre ao Senhor nosso Deus, porque Ele é
bom, misericordioso e justo. O seu jugo é leve e o seu peso é suave. Isso
significa que pelo certo, deveríamos sofrer muito mais. Lembremos sempre que o
nosso sofrer é causado pelo mau uso que fazemos da nossa liberdade, e também
pela vontade do Pai. Ele pode até permitir que passemos por dificuldades para
que aprendamos, para que sejamos redimidos, nos convertamos, e tudo isso é para
o nosso próprio bem.
SEGUNDA LEITURA
O inspiradíssimo Paulo
nos explica hoje que pregar o Evangelho não deve ser motivo de glória para nós.
Isso quer dizer que se fui ordenado, se fui escolhido por Deus para a missão de
evangelizar e de salvar em nome de Cristo, eu não devo me comportar como se eu
fosse melhor do que os demais irmãos, com ar de arrogância, mesmo por que, ai
de mim se eu não evangelizar! Anunciar o Evangelho é um dever de todos nós. Uns
anunciam pela palavra, outros pelo testemunho e pelo bom exemplo. Mais ninguém
está dispensado dessa missão.
Evangelizar é um encargo
que nos foi confiado por Deus, e portanto, devemos nos sentir felizes por essa
escolha, e nunca exigir nada em troca. E ao contrário de me apresentar
como o maior de todos, o mais importante de todos, eu devo me comportar como um
escravo de todos os demais irmãos. Por que sem Deus, não sou nada! Sem o
poder de Deus em mim, eu não passo de um reles mortal, formado de carne osso e
pele, que só está fazendo o que deveria ser feito.
Devo me adaptar aos
irmãos aos quais me dirijo. Se eu sou da alta sociedade, e tenho de fazer um
trabalho missionário na periferia, jamais devo me apresentar lá com roupas e
joias caras... Pelo contrário, preciso fazer o possível para parecer um deles.
Preciso fazer o possível para me por no lugar deles. Chegar lá bem vestido e com um ar de
arrogância, com uma cara de quem sabe tudo, só causarei o repúdio daquela gente
humilde e a minha palavra não vai converter ninguém. Agindo assim, eu mostro a
eles com minha soberba que não sei o que é sofrer, que não sei o que é passar
necessidades, que não preciso de Deus, o qual eu ouso anunciar para eles.
Não se trata de ser um
falso, um fingido. Porém, é preciso ser simples para falar aos simples. Desde o
vestir, até o palavreado usado. Se não consigo me apresentar assim, se não
consigo interiorizar o modo de ser do povo sofrido, é melhor ficar no grande
centro falando a linguagem dos que me ouvem. Por que lá na favela, se não
consigo ser um deles, estarei jogando conversa fora! Pois eu não pertenço ao
mundo deles.
Do mesmo modo, se sou da
classe média baixa e pretendo dirigir a palavra a uma plateia da classe média
alta, devo cuidar da minha aparência e rebuscar a minha linguagem. Porém,
de modo geral, é muito difícil ser um deles. Tanto para os da periferia, onde
muitos vão me olhar de baixo para cima, como os da classe alta, alguns
vão me olhar e pensar: Coitado! Ele é pobre! Mas ele está se esforçando!...
Mas em que consiste então
o meu salário, a minha recompensa por pregar o Evangelho? Jesus foi bem claro
quanto a isso: "Terás cem vezes mais nesta vida e mais a vida eterna,
com direito a perseguições!"
Caríssimos. Pode
acreditar, caso você desconheça. Deus trata de maneira especial quem se dedica
ao anúncio da palavra. Tudo dá certo em sua vida. Os seus problemas do dia a
dia são resolvidos com a ajuda especial do Todo Poderoso. Sua sobrevivência é
mantida pela força do Alto, a qual também cuida da sua segurança. Seu esforço é
reconhecido por Deus e se pode perceber isso pelo reconhecimento dos irmãos.
Porém, nem tudo são rosas.
Pois podemos sofrer a inveja, daqueles que se sentem incomodados com o nosso
talento, com a nossa presença. É o resultado das mazelas humanas! "...com
direito a perseguições!". Mas tirando isso, o resto é lucro. É
maravilhoso servir ao Senhor do Céu e da Terra!
EVANGELHO -
E Jesus segurou a mão da
sogra de Simão e ajudou-a a levantar-se. Aí a febre desapareceu e ela começou a
agir como se nada tivesse acontecido. Espetacular! Maravilhoso o poder de
Deus!
Jesus desafiou os
costumes dos judeus, que tratava a mulher com muita injustiça. Nenhum homem
poderia tocar em uma mulher, muito menos uma mulher doente, ou simplesmente
menstruada. Pois o doente era considerado impuro, não pelas bactérias, fungos
ou vírus. Mas por causa dos seus pecados que o fez ficar doente! Que absurdo!
Jesus, em vez de se afastar daquela mulher, aproximou-se, e deu-lhe a
mão, levantando-a.
Jesus é aquele que nos dá
a mão, e nos levanta do fundo do poço, nos tira de toda encrenca em que nos
metemos. Para isso basta que peçamos a sua ajuda, o seu socorro, com
muita fé. Basta que nós decidimos mudar de vida. Basta que nos convertamos.
Jesus libertou a sogra de
Simão do seu quadro de mal-estar, daquela febre que a impossibilitava de uma
vida digna e com abundância, libertou-a daquele sofrimento. Porque Jesus nos
liberta de todo mal. Principalmente do cativeiro do pecado, do vício, da
maldade, do egoísmo e dos nossos inimigos. Jesus é o médico dos médicos. Busca
Jesus em seus momentos de dor e de aflição, e terás a solução de todos os seus
males.
Mas você precisa
realmente acreditar. Porque aquele, aquela que tem fé, mesmo no sofrimento,
mesmo na dor, encontra a paz de Deus. Porque Deus nunca nos abandona a nossa
própria sorte, por mais pecador e cruel que sejamos, somos filhos de um Pai que
nos ama e quer a nossa salvação, mesmo para aqueles que se encontram em plenos
caminhos do mal.
Algumas vezes Jesus disse
ao fazer uma cura: "A tua fé te salvou". Se a nossa fé for
pequena, não adianta rezar, e rezar. Por falar nisso, você já rezou hoje?
Boa pergunta para fazer aos seus melhores amigos mesmo em tom de brincadeira...
A liturgia desse domingo
nos revela que através do sofrimento nós nos aproximamos de Deus. Por outro
lado, esse mesmo Deus está sempre empenhado em nos libertar do desconforto,
causado pela doença. E isso deve acontecer depois de nos ter purificado. Depois
de ter aceito com paciência a dor, e de nos reconhecer pecadores, e aceitar a
mão estendida do Pai para nos levantar não só do mal que nos aflige o corpo,
mas principalmente do mal que sufoca a nossa alma, que é o pecado mortal.
Desejo
a você e sua família, um bom e santo
domingo. José Salviano
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