NOSSA SENHORA DAS DORES QUINTA FEIRA 15/09/2016
1ª Leitura Hebreus 5, 7-9
Salmo 30(31), 17b “Salvai-me pela vossa
misericórdia, ó Senhor Deus!”
Evangelho João 19, 25-27
A Dupla Maternidade de Maria...
Hoje é Dia de Nossa Senhora das
Dores, o título se refere ao quadro doloroso de uma Mãe, ao pé da cruz, diante
do Filho agonizante. Pode se meditar sobre o sofrimento desta vida, em virtude
da nossa adesão a Jesus Cristo, a partir da Fidelidade de Maria de Nazaré. Este
é um enfoque grandioso e profundo, importantíssimo a espiritualidade de todos
nós. Mas com o Evangelista João todo
cuidado é pouco, não dá para pegar a primeira interpretação e dizer que era
essa a única intenção do autor. A Teologia Joanina é uma fonte inesgotável da
Palavra de Deus...
O sofrimento faz parte da vida e da
missão de Ser Mãe, aliás, um poeta já escreveu que “Ser Mãe é padecer no
paraíso”. Maria está de pé, junto com outras mulheres, diante da cruz.
Provavelmente uma comunidade lá dos anos 90, final do primeiro século onde
mulheres tinham um destaque especial pela sua atuação na comunidade. Hoje
também é assim, as mulheres dão vida as nossas pastorais! A Expressão “estar em
pé” é uma forte e explícita alusão a Ressurreição.
Os cristãos daquele tempo
encontravam aconchego e segurança no seio das comunidades, a Igreja Nascente
era na verdade uma Mãe, que acolhia, protegia, dava consolo, na hora da dor e
do sofrimento. Essa mulher a quem Jesus dá por Mãe ao Discípulo amado, é ao
mesmo tempo Maria e a Igreja. Desde os primeiros dias após a morte do Senhor na
cruz do calvário, Maria de Nazaré acolheu em sua vida e coração aquele temeroso
grupo dos discípulos que nos primeiros dias se reuniam sempre a portas
fechadas. Era ela a terna Mãe onde aqueles homens abatidos pela dor sentiam-se
fortalecidos e consolados. Se imaginarmos que ouve um certo tempo de ausência
Física de Jesus na comunidade nascente, o elo de ligação com o Ressuscitado era
Maria de Nazaré. Maria não ficou em casa, trancada, curtindo sua dor e tristeza
profunda, mas foi na comunidade viver a comunhão, porque em seu coração a
Esperança lhe dava a certeza de que o Filho estava Vivo!
Maria e a Igreja, a Igreja, Maria e
nós discípulos e discípulas do Senhor. Uma relação que se eterniza pelos
séculos, marcada por intensas alegrias, mas também por dores e tristezas. Maria
é Mãe que se faz irmã, Maria é a Igreja, que se faz Mãe, gerando no útero da
Pia Batismal tantos filhos e Filhas, alguns fiéis como aquele Discípulo amado,
outros não tão fiéis assim, que o negaram, que o traíram. Mas todos os Filhos e
Filhas que foram acolhidos pela Igreja e por Maria, na Missão e Papel de Mãe.
E por último uma constatação: João
a acolheu como Mãe, em sua casa, em sua vida e em seu coração, é preciso que
nós também acolhamos a nossa querida Igreja, em nossa casa, em nossa vida e em
nosso coração pois, só quem aceita se relacionar com essa Mãe –Maria – Igreja,
estará em comunhão com o Filho Jesus. Neste Dia de Nossa Senhora das Dores,
pensemos nas Dores de Maria ao Pé da Cruz, mas pensemos também nas Dores da
Igreja diante da cruz de tantas rejeições e incredulidades. Nossa Senhora das
Dores, intercedei por todos nós, vossos Filhos e Filhas! Amém. (Diácono José da Cruz – Paróquia Nossa
Senhora Consolata – Votorantim SP – E-mail jotacruz3051@gmail.com)
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