Comentários Prof.Fernando* A
parábola do Pai misericordioso
24º Dom.Tpo.Com/17ºpós-Pentec. 11 de setembro de-2016
Não acredito que seja possível
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A parábola de hoje por mais conhecida que seja e de fama universal na
literatura e na religiosidade, mesmo fora do mundo cristão, é difícil de ser
compreendida por nós. A figura de Deus como Pai misericordioso que “esquece” a
irresponsabilidade de um filho e a intolerância do outro não “fecha” nem
sintoniza com nossas caducas ultrapassadas imagens da autoridade divina.
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Na verdade preferimos crer num Deus todo-poderoso do que num “pai” (todo-poderoso
criador do céu e da terra...). Ao sair da casa paterna o Pródigo se pensava
mestre autônomo dono de si mesmo e de todo universo (como qualquer ser humano em
sua tola ignorância). Com o tempo e com o desperdício da vida o Pródigo vê que
aquilo que julgava ser sua propriedade, dela o «des-apropriava»
a vida...
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Mais cedo ou mais tarde já não
nos resta nem a identidade de filho: quem sou eu ? de onde vim ?
aonde vou? Mas do fundo da dor, nossa memoria do coração grita uma esperança:
só me resta a casa do meu pai !!! Como dizia Madre Teresa numa sua oração: « no
final das contas é tudo entre você e Deus. Nunca foi entre você e os
outros » : estamos sozinhos frente ao Mistério.
O grito pela
distância de sentir o abraço paterno
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Escrevo esta semana com o
coração amargurado e o pensamento voltado para amigos queridos amarrados no
sofrimento de um hospital. Eles o que é um sentimento de distância de sentir –
sentir-se abraçado pelo Pai.
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Uma amiga sofreu grave
acidente que por pouco não a precipitou na morte. Outro amigo, que tem dedicado
a vida inteira na medicina à cura dos outros, luta agora pela própria vida
ameaçado por doença gravíssima.
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Ambos pegos de surpresa, numa
mesma segunda-feira, dão-se conta, de repente, da fragilidade de nosso
tempo-espaço. Difícil hora do Horto das Oliveiras e da Cruz.
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Longe deles, penso em cada um
deles como no filho Pródigo, ruminando consigo mesmo: queria estar me sentindo perto
do meu Pai. Queria ser pelo menos um empregado em sua casa, vê-lo, e acreditar
na sua presença e proximidade.
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A pobreza de nossa fé – que nos impede de compreender a misericórdia de
Deus para com quem se afastou – é a mesma que dificulta acreditar na presença
misteriosa do amor em meio à dor e às
incertezas da vida.
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Peço a todos quantos puderem se unir em oração de intercessão, que « reclamem”
junto do Pai, para que sua luz, conforto, consolação, esperança, venham em
socorro de nossa fraqueza. Que seu Espirito traga apoio para as famílias, e esperança
de cura e superação das presentes dificuldades. Por todos os nossos parentes,
amigos e conhecidos, doentes e angustiados, especialmente por estes dois amigos
meus, hoje hospitalizados sob tratamento delicado e difícil.
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