TERÇA FEIRA DA 24ª SEMANA DO TC 13/09/2016
1ª Leitura 1 Cor 12,
12-14.27-31 a.
Salmo 99/100.3 c
"Somos o teu povo e as ovelhas do teu Rebanho"
Evangelho Lucas 7, 11-17
“O SENHOR DA VIDA”
Jesus não ressuscitou
muita gente naquele tempo, os evangelhos mencionam apenas três: Lázaro de
Betania, irmão de Marta e Maria, a filhinha de Jairo, Chefe da Sinagoga, e o
filho da viúva de Naim, que Lucas narra no evangelho desse domingo.
Conclui-se, portanto, que
não era propósito de Jesus libertar e salvar os homens da morte biológica, pois
se fosse assim, sua missão teria sido um fracasso já que ressuscitou apenas
esses três e nem José, seu pai adotivo, ele teria conseguido livrar da morte.
Há ainda outra questão importante a ser considerada: que vantagem teria se
ressuscitar fosse apenas retornar a esta vida, com todas as suas limitações e
aprendizado, suas angústias e tribulações? Por acaso não iríamos morrer
novamente, como o próprio Lázaro, a filha de Jairo e o moço que Jesus
ressuscita nesse evangelho? Não, não valeria a pena, com toda certeza!
Essa vida nova que Cristo
nos dá, através de sua paixão, morte e ressurreição, é infinitamente melhor e
superior a esta existência terrena, a ponto do apóstolo Paulo afirmar em uma de
suas cartas “os sofrimentos do tempo presente nem se comparam àquilo que Deus
irá nos revelar”, ou ainda “o que vemos hoje é como se fosse em um espelho, mas
depois nos veremos como de fato o somos”.
A chave que decifra esse
mistério da Vida e da morte está precisamente em Cristo, nele o Pai não só se
revela, mas revela também quem é o homem. A graça de Deus que em Cristo
recebemos nos faz criaturas novas onde o mistério é iluminado pela luz da Fé.
Essa grande e feliz
Verdade chegou até nós por causa do evangelho, anunciado pelo próprio Cristo –
filho de Deus feito homem, que ao trazer-nos a Boa Nova permitiu-nos conhecer a
Deus, descobrindo o sentido da nossa vida na Vida de Cristo, onde todos os
limites humanos foram superados, ao dar-nos acesso a Deus, rompendo para sempre
a barreira do pecado.
Sem este anúncio e esta
graça, a nossa esperança por uma Vida Nova, seria vã, não passaria de uma
grande utopia, uma fantasia e ilusão que um belo dia chegaria ao seu final, mas
o homem que vive pela fé, a comunhão com Cristo, sabe em seu coração que não
caminha para o fracasso da morte e esta esperança viva é que dá a esta vida
terrena um sentido novo.
Portanto, nossa Vida está
em Cristo porque nele nos movemos e somos, sem ele, nossa caminhada terrena não
passa de um cortejo fúnebre, onde somos como um morto vivo, caminhando para a
ruína da morte biológica, para ser devorado pela terra.
A vida do homem que tomou
a decisão de viver sem Deus, ignorando esta Salvação e Libertação oferecida por
Jesus, é muito triste, porque ele se ilude com toda pompa que esta vida
oferece, satisfazendo seus desejos egoístas, colocando toda sua esperança nas
coisas que passam, e no final, descobre que foi enganado, quando percebe que
caminha para a morte. Mas nunca é tarde para reverter esse quadro doloroso,
pois, para quem caminha assim, como se fosse um corpo sem vida, irradiando
tristeza e dor aos que o acompanham, o evangelho desse domingo anuncia algo
maravilhoso: no sentido contrário, vem chegando Cristo Jesus, Senhor da Vida,
aquele que movido de compaixão, como na entrada da cidade de Naim, irá dizer a
viúva e aos que a seguiam no enterro de seu filho: não chores!
Hoje há tantas mães
caminhando tristes, levando seus filhos para a sepultura, há tanta gente
caminhando cabisbaixa, sem uma perspectiva de vida e sem esperança no coração.
Não chores mais – diz o Senhor, que ao tocar no esquife, que são as misérias do
homem, dirá com firmeza “Moço, eu te ordeno, levanta-te!”.
E diante de sua palavra
libertadora e restauradora, o homem renasce e se torna uma nova criatura, só
Cristo é a nossa vida, só ele tem a palavra de ordem, capaz de nos levantar de
todos os nossos pecados que querem nos arrastar inexoravelmente para a morte.
Longe de Deus e da sua Salvação oferecida por Jesus, iremos fatalmente morrer,
mas com ele teremos a Vida Eterna, que extrapola os nossos limites e nos
reconduz ao paraíso da plenitude, resgatando a nossa imagem e semelhança com
que fomos criados por Deus.
É missão nossa como
Igreja anunciar a toda criatura esta vida que vem de Jesus, mas isso só será
possível se como ele, tivermos no coração essa compaixão, que nos leve a sofrer
e chorar com quem sofre e chora, onde um sorriso, um abraço, uma palavra de consolo
ou um gesto de caridade, sempre feito em nome de Jesus, terá a mesma força de
sua palavra libertadora, capaz de levantar quem se julga morto. O cristão, como
qualquer ser humano, também pranteia seus mortos, mas a diferença está naquilo
que ele espera: a plenitude da Vida, reservada aos que crêem que esta vida é
uma peregrinação para a casa do Pai, predestinados que fomos desde toda a
eternidade.(Diácono José da Cruz - Paróquia Nossa Senhora Consolata -
Votorantim SP - jotacruz3051@gmail.com)
Parabéns, muito linda homilia, fica com Deus.
ResponderExcluirParabéns, muito linda homilia, fica com Deus.
ResponderExcluirEu todos os dias faço a leitura do dia e complemento com os comentários dessa equipe para complementar meus ensinamento e por em prática muito obrigado, que o Senhor Deus continue derramando benção a todos na Paz de Cristo, Jair Ferreira.
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