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quarta-feira, 7 de setembro de 2016

O Deus da misericórdia-Instituto Humanitas Unisinos

11/09/2016

 O Deus da misericórdia
O texto que hoje nos é oferecido, o capítulo 15 de Lucas, é considerado geralmente o coração deste Evangelho. Nele o evangelista através de três parábolas apresenta o Deus de Jesus, o Deus da misericórdia e da ternura.

É interessante o contexto em que é situada esta longa e colorida perícope. Os cobradores de impostos e os pecadores rodeiam Jesus para escutá-lo enquanto os fariseus e doutores da lei o criticam.

Isso nos faz lembrar as palavras de Jesus: "As pessoas que tem saúde não precisam de médico, mas só as que estão doentes. Em não vim para chamar justos, e sim pecadores para o arrependimento" (Lc5, 31-32). Jesus traz uma novidade radical. Sua predileção pelos pequenos e marginalizados escandaliza a elite religiosa de época.

Mas Ele não desiste da sua missão de fazer presente o Amor de seu Pai com sua vida e palavras. Sentemo-nos, então, aos pés de Jesus para acolher seus ensinamentos que no dia de hoje vão nos revelar o verdadeiro rosto de Deus.

Chama a atenção que as duas primeiras parábolas têm a mesma estrutura. Trata-se de um homem ou uma mulher que perderam algo ou alguém querido. Saem em sua busca, sem importar-lhes os riscos, e, quando encontram a ovelha perdida ou a moeda, fazem festa!!! A alegria toma conta de todos/as.

Talvez, desta maneira, Lucas nos queira apresentar o rosto paterno e materno de Deus que, movido pela compaixão, princípio ativo de sua misericórdia, vai ao encontro do que estava perdido. Não para condenar, culpar, senão para salvar, amar. E ali está sua alegria.

Como já dizia Santo Irineu, a alegria de Deus é o homem e a mulher vivente, que tenham vida, e vida em abundância.

Esse permanente amor de Deus que vai ao encontro de seus filhos/as, não importando onde se encontrem, é o que moveu Jesus durante sua vida pública e há de ser também o que move seus discípulos/as de todos os tempos.

Do mesmo que seu Mestre, a comunidade cristã é convidada a viver em um permanente despojamento de si mesma, indo ao encontro das pessoas nas diferentes situações em que elas se encontram.

Percorrer o caminho da compaixão e da solidariedade especialmente com os "excluídos" deste mundo, aqueles que, para mentalidade de hoje, já não são mais considerados só como "explorados", mas "supérfluos" e "descartáveis", com sinaliza o documento de Aparecida no número 65.

A Igreja é portadora e instrumento de paz e reconciliação, de libertação e comunhão num mundo desgarrado pela violência, desigualdade e injustiça.

No Angelus de Domingo 1º de setembro de 2013 o Papa Francisco dirigiu ao mundo o forte apelo: "Nunca mais a guerra! Nunca mais a guerra". "Vivo com particular sofrimento e com preocupação as várias situações de conflito que existem na nossa terra; mas, nestes dias, o meu coração ficou profundamente ferido por aquilo que está acontecendo na Síria, e fico angustiado pelos desenvolvimentos dramáticos que se preanunciam", continuou.

Já à terceira parábola daremos o nome de "Família abandonada", porque o filho deixa sua casa, com todas as pessoas que nela habitam!

Não podemos esquecer a mentalidade patriarcal que permeia os evangelhos,  própria da cultura de época na qual a figura paterna ocupa um lugar central.

Com certeza, a mãe junto com o pai sofreu a partida do filho, mas o amor de ambos era tal que respeitaram sua decisão. Seu amor se viu "limitado" pela opção do filho menor.

O ser humano, por meio de suas atitudes e opções, coloca limites ao Amor de Deus! Não deixa que ele aja livremente na sua vida, fecha sua "porta" e busca construir sua vida além da presença misericordiosa de Deus.

Mas Deus não desiste do ser humano! O filho menor nos mostra isso claramente, quando, depois de gastar tudo e se encontrar entre os porcos, cai em si e diz: "Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome... Vou me levantar, e vou encontrar meu pai...".

A saudade da casa do pai, da origem, é a presença do Espírito no coração da pessoa, acordando-a para iniciar o caminho de busca de uma vida digna, plena.

Claro que uma vez mais Deus se submete à decisão do ser humano, ele motiva, impulsiona, acorda, até incomoda, mas o colocar-se de pé e iniciar o caminho de salvação é uma livre opção de cada um/a.



É muito bonita a imagem do Pai, da Mãe que sai todos os dias para ver se o filho se aproxima. Como afirma Francisco: Deus ama as pessoas como uma mãe. Quanta paciência a de nosso Deus! Não se cansa de nos aguardar com o os braços abertos e coração pronto para nos oferecer sua misericórdia.

A sua confiança no ser humano é um desafio à nossa! Somos capazes de esperar o tempo, o processo das pessoas com as quais caminhamos em nosso serviço pastoral, com alegria e ternura?

A parábola nos narra a festa que se organiza pela volta do filho. Toda a casa se organiza para que ele se sinta bem acolhido, revestido novamente com a dignidade de filho. O amor de Deus Pai e Mãe apaga os erros do passado e coloca em seus pés sandálias novas, símbolo do novo caminho que se abre para ele.

Entretanto, para que a festa seja completa, falta a participação de um dos membros da família, o filho mais velho, do qual geralmente se fala severamente nos comentários.

Talvez precisemos ter mais em conta que ele também sofreu pela partida do irmão e viu seu trabalho reforçado. Ele ainda não tem o coração de seus pais para acolher o irmão menor com tanta generosidade e desprendimento.

E uma vez mais o pai, a mãe entendem. Esperam-no na festa, sabem suportar seu não, mas não deixam de mostrar-lhe por que é preciso celebrar: “esse seu irmão estava morto, e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado”.

Deixam as portas abertas, respeitando o tempo que o filho maior precise a fim de que seu amor cresça o suficiente para perdoar e aceitar os limites próprios e dos outros.

E as portas continuam abertas para também participarmos da festa da misericórdia, à qual todos/as somos continuamente convidados e amorosamente esperados!

Fonte: Instituto Humanitas Unisinos



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