A FESTA DO PERDÃO – Maria de Lourdes Cury Macedo
Domingo, 11 de setembro de 2016.
Evangelho de São Lucas 15,1-32.
Jesus, nosso Salvador veio ao mundo nos revelar o rosto
misericordioso do Pai e nos ensinar a ser misericordiosos como Ele. Nesse ano
santo da misericórdia, chegamos ao coração do evangelho da misericórdia, o
Evangelho de Lucas. A misericórdia de Deus pede a nossa misericórdia.
Jesus tinha muita compaixão dos pecadores, porque eram excluídos,
marginalizados! Jesus acolheu os cobradores de impostos, odiados pelo povo, e
pecadores que se aproximaram de dele para ouvi-Lo, admirados com suas palavras
e se mostravam simpáticos com seus ensinamentos. Ao contrário os fariseus e
escribas se mostravam inimigos e hostis com Jesus, mas de maneira bem disfarçada.
Não se sentiam pecadores, mas puros, sem pecados... Todos estavam voltados para
Jesus, uns com olhar de interesse, de aproximação, outros preocupados em ver,
em suas atitudes, erros, imprudência e contradições.
Jesus estava sendo criticado porque acolhia os pecadores, dos quais
se compadecia e para explicar os motivos de sua bondade e misericórdia para com
os pecadores, ele contou três parábolas. Sua intenção é lembrar que Deus é
misericordioso e deseja a salvação de todos. Nessas parábolas Jesus apresenta-nos
a bondade imensa de seu coração e o espírito de caridade que veio trazer para
todos nós, para a humanidade toda.
Jesus ao contar essas parábolas deixa claro o porquê delas, queria
dizer da misericórdia que todos precisam ter com os pecadores, da mansidão com
que devemos tratá-los. Se o pecador não mudar de vida não terá a vida eterna na
glória de Deus. Jesus sente compaixão por todos que estão nos caminhos errados
porque sabe o que os espera. Por isso em outra ocasião Ele disse: “O que quero
é misericórdia e não sacrifício; pois não vim chamar os justos, mas os
pecadores” (Mt 9,13).
Jesus dá exemplo da ovelha para comparar com as pessoas que andam
no pecado, porque a ovelha tem muito pouco sentido de orientação, se ela se
perde, se afasta do rebanho, terá dificuldades para reencontrá-lo. Dificilmente
achará o caminho de volta e estará sujeita a muitos perigos, pode ser presa por
um lobo e chacais. A ovelha perdida precisará muito dos cuidados do pastor para
defendê-la e conduzi-la novamente para o rebanho.
Com o exemplo da ovelha, Jesus queria dizer que nós somos fracos,
facilmente nos perdemos e corremos perigo. Ele veio para nos trazer a salvação,
para nos conduzir ao rebanho do qual ele é o único Pastor. Jesus veio ao mundo
para salvar os que se haviam perdido. Para que todos percebessem o amor que Ele
tem por todos, Jesus se compara ao pastor que deixa o rebanho e vai à procura
da ovelha que se desgarrou. E quando encontra a ovelha desgarrada, perdida,
sofrida, doente, chorando, fica muito feliz, faz festa, conta para todos os
vizinhos que encontrou a ovelha perdida. Ele deixa claro que fica muito alegre
em recuperar a que estava perdida, sua alegria é maior do que o interesse por
aquelas que permaneciam no rebanho, em segurança.
Assim deve ser a atitude do apóstolo cristão, que trabalha num
rebanho numeroso, unido e fiel, não deve desprezar a mais simples e pequena
ovelha que fugiu ou se perdeu e sim trabalhar para conduzi-la de volta a Deus,
porque Deus misericordioso não quer que nenhuma ovelha se perca. Jesus ensina o
que Ele faz por uma ovelha que se transviou e dá a lição a todos: que a ovelha
desgarrada tenha a mesma sorte daquelas que permanecem no rebanho.
Jesus nos compara também a uma moeda. A segurança da ovelha estava
na mão do pastor, nessa Jesus lembra que conservar uma moeda está nas mãos de
quem a possui. Tanto na parábola da ovelha como da moeda, Jesus quer deixar
claro que a alegria é muito grande quando um pecador se converte e volta para
Deus. E finalmente conta a parábola do filho arrependido que esbanjou toda sua
herança, mas arrependido volta para o pai para pedir-lhe perdão. O pai o recebe
de braços abertos, se alegra e faz festa, porque aquele que estava perdido foi
encontrado, estava morto e reviveu. A alegria do reencontro com o pai é
infinitamente superior ao pecado cometido. Reencontrou-se com o pai e com ele
mesmo. O irmão mais velho enciumou-se do tratamento que o pai deu ai filho
convertido, na verdade esse irmão é que mais precisava de conversão, não havia
experimentado o perdão do pai, pois se julgava bom, justo.
Jesus nos dá uma clara demonstração do enorme amor e misericórdia
de Deus por cada um de nós. Somos ovelhas, moedas, filhos ingratos, ciumentos, precisando de
amar mais o pai na liberdade, mas acima de tudo, é preciso lembrar que somos
amados e queridos por Deus. Por isso Jesus diz que haverá muita alegria por causa daquele que se converteu. Isso não
quer dizer que Deus ama menos aqueles que lhe foram fieis.
A misericórdia de Deus, sua bondade infinita nos leva à festa do
perdão com nosso próximo e conosco também, porque todos somos pecadores
precisamos de reconciliação, todos os dias. Que Deus tenha misericórdia de nós
e de todos que ainda resistem em voltar para o Pai.
Abraços em Cristo!
Maria de Lourdes
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