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quarta-feira, 2 de abril de 2014

Judas , o traidor -Canção Nova



Antes das celebrações da ceia e da paixão, a Igreja coloca para todos os cristãos a personalidade de Judas, que foi o traidor de Jesus, entregando-o aos seus algozes, depois preso e morto. No evangelho de hoje Jesus levanta a voz e dirigindo-se ao seu  homem de confiança diz: “Faça logo o que você tem de fazer”. Essas palavras devem ter soado nos ouvidos e no coração de Judas quase como uma obrigação, e ele saiu correndo, como se tivesse medo e vergonha da própria sombra, porque teve consciência, naquele momento, de que o Mestre sabia de seus planos e de sua traição. E entanto, não voltou atrás. É pena! Muita gente quis ver nesse fato, uma espécie de predeterminação, como se Judas tivesse sido escolhido por Deus para ser o protagonista de um ato infame, mas necessário.
Necessário por ser a hora da  manifestação plena de seu amor, até o fim, sem recuar diante das ameaças que pairavam sobre ele. É a plena manifestação de sua divindade e de sua eternidade. Contudo os discípulos, na figura de Pedro, ainda são vacilantes.
Voltando ao caso Judas, diríamos que na realidade não era necessário sua atitude. Pois, Jesus podia ter sido descoberto e preso de outro modo. Se Judas, apesar de ser discípulo de Jesus, de ouvir todos os dias seus ensinamentos, chegou a esse ato de traição, é porque tinha tendências e personalidade de traidor, tendências que nascem da ambição, inveja, egoísmo, falsidade, e falta de amor. O mais triste é que se tratava de uma pessoa íntima, porque, como disse o evangelista, ele comia no mesmo prato do mestre. O modo de comer nosso difere do modo de comer dos judeus.

Era do costume deles colocar no centro da mesa bandejas com comida, das quais cada um ia se servindo, e em geral com os dedos, com a mão; costume que vigora ainda entre muitos povos. Judas pertencia aos amigos íntimos de Jesus. E isso é o que causa mais estranheza e tristeza. Que essas considerações sirvam de alerta para nós, que pensamos estar livres de traição só pelo fato de sermos pessoas de igreja e de comunhão freqüente. Onde não existe amor verdadeiro tudo é possível.

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