QUARTA
FEIRA DA OITAVA DA PÁSCOA - 23/04/2014
1ª
Leitura Atos 3, 1-10
Salmo
104 (105), 3b
Evangelho
Lucas 24, 13-35
O
evangelho da Oitava da Páscoa vem mostrando de maneira mais clara e objetiva
essa presença de Jesus Vivo em nossas comunidades, e como ela motiva e
influencia diretamente a ação pastoral da Igreja, sempre direcionando-a para o
anúncio e o testemunho. O caminho de Emaús mostra, em um primeiro momento, que rumo tomou a
comunidade, marcada pela decepção, frustração, e um profundo desânimo. O que
faremos sem Jesus?
O
sonho do Novo Reino havia se acabado, o que era Eterno, Imortal e Poderoso,
havia sido submetido a uma morte infame, humilhante e vergonhosa. Não há nada
mais a fazer a não ser voltar para casa e ficar a espera de um Novo Messias,
guardar aquele sonho bom, e a esperança que ele havia despertado no coração dos
discípulos.
Mas um
estranho se junta a eles nessa estrada de Emaús, que não leva a lugar nenhum, o
estranho logo manifesta aquilo que os dois discípulos desanimados transmitem:
desânimo e tristeza. Nada pior do que quando em nossas comunidades instala-se o
desânimo e a tristeza, diante de projetos pastorais que fracassam, diante de
eclesiologias que não se harmonizam com a Vida Paroquial, diante da falta de
comunhão, pastores que não pastoreiam, evangelizadores que não evangelizam,
profetas que calam a boca....ah que quadro desolador!
Deixamos
que esses fracassos humanos ofusquem a presença da Vida Plena, Jesus, sua Graça
Operante e Santificante, seu ato Salvífico, que nos redime e nos revigora,
olhamos a instituição e não sentimos o seu Coração bater, uma Igreja sem alma e
sem dinamismo, nossos olhos velados pelo desânimo e tristeza, anda com o
Senhor, dialoga com Ele nessa caminhada,ouve sua Palavra proclamada na
liturgia, vê e toca no Jesus presente na Eucaristia, mas não o percebe.
Ora,
de onde vem tanto desânimo senão de uma má compreensão da Palavra Libertadora?
A Palavra é viva e eficaz e até a celebramos, mas não permitimos que a Palavra
se torne ação concreta em nossa vida pessoal e na vida em comunidade.
Teorizamos a Palavra, nos encantamos com ela, a achamos belíssima, mas não identificamos
a sua Fonte que é o Senhor, há quem confunda a Santa Palavra com alguma
ideologia....nascida da carne e não do Espírito.
O
Verbo Encarnado faz ferver o coração dos discípulos que finalmente se abrem
para ouvi-la, o quadro não havia mudado, o enredo ainda trazia a tristeza, mas
agora algo mudou no coração dos dois companheiros e irmãos de caminhada:
descobriram que não estavam mais sozinhos, que Jesus caminhava com eles. A
Palavra proclamada pelo próprio Senhor, aponta para sua presença real no partir do pão.
Palavra
e Eucaristia, a porta que se abre no mistério da Fé, para mostrar e revelar a
presença real de Jesus que caminha com a sua Igreja desde á sua origem até o
presente e assim será até o final dos tempos. Ter Fé é saber enxergar nas ações
da Comunidade o AGIR de Jesus, manifestado nas ações e pensamentos humanos, que
chegarão um dia á sua plenitude, percorrendo os mesmos caminhos de Jesus de
Nazaré, que não excluem o fracasso e a derrota, mas que o olhar da Fé consegue
descortinar o novo Horizonte para onde caminha e hão de chegar todos os que
crêem....
Os
discípulos compreenderam que tudo isso estava ali diante deles, como uma feliz
possibilidade, e por isso voltaram correndo para a Comunidade, lugar por excelência
onde Jesus tornou possível viver a aventura da Fé, celebrada e vivida.....
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