DIA 23- QUARTA - Evangelho - Lc 24,13-35
Após o encontro do
túmulo vazio pelas mulheres, Lucas narra as aparições do ressuscitado aos
discípulos de Emaús, e, agora, aos onze apóstolos e companheiros. Este texto,
exclusivo de Lucas, tem um sentido catequético. As comunidades de cristãos de
origem judaica devem reler as escrituras sob a ótica da ressurreição, para
perceberem a plenitude da vida de Jesus e o distinguirem do tradicional messias
glorioso esperado por Israel. O núcleo da narrativa é a comunicação da paz, a afirmação da realidade corpórea do ressuscitado e o testemunho missionário. As
comunidades de discípulos devem viver na paz, conscientes da presença de Jesus.
A paz é aspiração de todos os povos e religiões. Quem faz a guerra contra a paz
são os poderosos, para conquistar mais riqueza e poder. A paz só pode ser
encontrada em Jesus, que tem a vida eterna e a comunica a todos. A vida eterna,
ultrapassada a condição temporal, como ressuscitados, envolve a totalidade da
pessoa, corpo e alma, e não como um espírito desencarnado. O ressuscitado não é
um espírito. Apresentando-se em “carne e osso”, identifica-se com o próprio
Jesus de Nazaré. É o Jesus que partilhou o pão com o povo, que trouxe paz a
todos e que continua presente na comunidade. Agora, os discípulos devem
testemunhar a todas as nações a conversão à justiça para a remoção dos pecados
(primeira leitura). A conversão à prática da justiça leva à construção de um
mundo de paz, liberto do pecado, assumido por Deus. A conversão à justiça é a
prática do mandamento do amor (segunda leitura). E pelo amor se entra em
comunhão com Deus em sua vida eterna.
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