06 de maio-Evangelho - Jo 6,30-35
A multidão que participou da partilha dos pães na montanha e, depois, seguiu
Jesus em Cafarnaum, acaba percebendo que Jesus propõe algo novo. Pedem-lhe um sinal para crer. Não entenderam o sinal da
partilha. Querem um sinal extraordinário como o de Moisés e o maná. É o apego
do judaísmo às suas tradições, fechado à novidade de Jesus. Querem um messias
poderoso, mesmo que seja opressor e explorador. E então Jesus revela a Sua
verdadeira identidade bem como a daqueles que o recebem dignamente: Eu
sou o pão da vida. Quem vem a mim nunca mais terá fome, e quem crê em mim nunca
mais terá sede.
Ele é O
verdadeiro Pão que desceu do Céu. Diferente do maná, alimento que Deus enviou
por meio de Moises diz: Os nossos pais comeram o maná no deserto, como
está escrito: Deu-lhes a comer pão do céu. O maná avalizou Moisés
diante do povo como profeta enviado por Deus. Mas Jesus é o Próprio Filho de
Deus que se deu como alimento para os homens peregrinos. É o primeiro e o
último sinal. É a primeira e última palavra do Pai, por quem tudo começou a
existir. Sem Ele nada seria criado e nem salvo. Por Ele todos nós alcançamos
graças sobre graças. Pois onde abundou o pecado superabundou à graça.
Por duas
vezes no Evangelho de hoje se repete o tema do maná no discurso de Jesus sobre
o pão da vida; é um tipo ou referência fundamental para a comparação que se
estabelece entre Moisés e Jesus. Entre o alimento que nos leva à morte e pão de
vida eterna. O mana apareceu em circunstâncias providencias de tempo e lugar em
que apareceu para saciar a fome dos israelitas, perdidos no deserto dentro
enquanto caminhavam, reclamando e com saudades das panelas do Egito.
Infelizmente a crença popular judaica esperava que na era messiânica voltasse a
repetir-se o “milagre” do maná. Jesus faz-lhes um desafio. Apresenta-lhes não
um pão. Mas O Pão. Eis aqui um alimento material que simboliza outro superior e
mais completo: o pão da vida que é o próprio Cristo.
Por isso
Jesus instrui a multidão acerca da verdadeira natureza do pão do céu: Em
verdade vos digo que não foi Moisés quem vos deu o pão do céu, mas é meu Pai
quem vos dá o verdadeiro ao do céu. Porque o pão de Deus é aquele que desce do
céu e dá vida ao mundo.
A
expressão pão
descido do céu nos
remete hoje ao Pão eucarístico, que é o corpo de Jesus. Ele é o pão da vida.
Então as pessoas, de acordo com a sua interpretação material do pão de que
Cristo lhe fala – tal como a samaritana a respeito da água viva (Jo 4,14) -,
dizem a Jesus: Senhor dá-nos sempre desse pão.
Este pedido propicia a grande auto-revelação em que Jesus se identifica com o
pão em questão: Eu sou o pão da vida. O que vem a mim nunca
mais terá fome, e o que crê em mim nunca mais terá sede. Jesus é o
pão da vida que, tal como a água viva, satisfaz para sempre a fome e a sede do
que crê nele.
Assim, o
sinal que devemos pedir receber, acolher de Deus não deve ser outro senão
Jesus. Ele é o resgate e o cultivo da vida. É a transformação das pessoas que,
acolhendo o seu amor,
passam a ser também fonte de vida para outros. Jesus deixa
claro: o que vem do céu vem do Pai. O maná não foi dado por Moisés. É o Pai que
dá o verdadeiro pão do céu, o pão que dá vida ao mundo. E este pão é Jesus. Os
que o ouvem se sensibilizam de modo semelhante à samaritana quando Jesus
oferece a fonte d”água da qual quem beber nunca mais terá sede. Pedem desse pão
para sempre. Jesus identifica-se como sendo ele próprio o pão da vida. É Jesus
que alimenta a vida eterna em nós por sua palavra, seu amor e seu testemunho.
Como aquele povo diga você também: Senhor dá-nos sempre desse Pão.
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