29 de abril - Evangelho - Jo 3,7b-15
Jesus dá sentido àquilo que passamos e sofremos, pois passamos a
entender que tudo aqui é passageiro, tudo é momentâneo.
“Se ressuscitastes com Cristo,
esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à
direita de Deus” (Cl
3,1).
A
Palavra do Senhor está nos convidando a olharmos para as coisas do alto, a
aspirarmos as coisas do céu, buscarmos as coisas que dão sentido eterno à nossa
vida.
Meus
irmãos, nós caminhamos preocupados com tantas coisas, parece que estamos
construindo a eternidade aqui na Terra. Por mais que sejamos pessoas de fé, de
confiança em Deus, por mais que creiamos n’Ele, o nosso coração se encontra
preso pelas coisas terrenas. Assim, não voltamos nosso olhar, nossa direção
para a eternidade. Quando fazemos isso, qualquer sofrimento, qualquer perda,
qualquer situação que passemos aqui nessa terra, assume um outro sentido e um
outro significado.
Jesus dá
sentido àquilo que passamos e sofremos, pois passamos a entender que tudo aqui
é passageiro, tudo é momentâneo, que tudo que vivemos é para esse período longo
ou curto de vida na terra, porque nós nascemos para a eternidade, nascemos para
sermos de Deus.
As bem-aventuranças
proclamadas no Evangelho de Lucas (cf. Lc 6,20-26) chama a atenção para os
pobres, para aqueles que têm fome e choram, para aqueles que são odiados pelos
homens, porque estes sim serão saciados, consolados, terão em Deus a verdadeira
e a única riqueza.
Que não
deixemos as nossas ocupações de lado, não deixemos de trabalhar, de cumprir
nossos deveres, assumir as nossas responsabilidades, mas façamos bem o nosso
trabalho, sem nos esquecer que nós somos do céu e fomos feitos para ele. Que
nós tenhamos plena responsabilidade da missão que nos é confiada e busquemos os
valores eternos. Que façamos da nossa vida uma condição evangélica de viver.
Não nos
esqueçamos, em nenhum momento, daquele que deu a Sua vida por nós, daquele que
é o nosso Senhor e Salvador, que é o sentido da nossa vida. Um dia todos nós
estaremos com Ele na glória.
Para que
isso aconteça, despojemo-nos já do homem velho, corrompido pela mentira, pelo
pecado, por todos os desejos que o mundo desperta em nós; e possamos nascer
para a vida nova em Cristo.
Deus
abençoe você!
Outro
Estamos
diante de uma contradição entre a incredulidade dos judeus, representados por
Nicodemos, e o anúncio do novo trazido por Jesus. Nicodemos embora sendo meste
não entende por estar preso ao passado. Ainda não conseguiu enxergar a água que
regenera o homem tornando-o uma nova criatura.
Urge pôr
de uma vez por todas na cabeça que, quem se faz discípulo do Ressuscitado deve
dispor-se a viver a aventura do Espírito que o transforma. Esta exigência está
contida na afirmação enigmática de Jesus: “O vento sopra onde quer; você escuta
o barulho, mas, não se sabe nem de onde vem nem para onde vai. A mesma coisa
acontece com quem nasceu do Espírito”.
Este
alerta é fundamental para quem foi iniciado no processo de discipulado.
Tornar-se discípulo de Jesus comporta colocar-se à inteira disposição do
Espírito. Só assim, irá se precaver contra a tentação de querer aprisionar o
Espírito e colocar Deus dentro dos próprios limites humanos. Opção
empobrecedora, pois impede o ser humano de deixar desabrochar toda a riqueza de
dons que lhe foi confiada por Deus. Fechando-se dentro de seus próprios
limites, o discípulo tende a acomodar-se, a não ser criativo, e a contentar-se
com o pouco, a deixar-se abater pelas críticas, pelas incompreensões e pelos
insucessos.
Soprando
onde e como quer, o Espírito proporciona ao discípulo um dinamismo incomum, a
ponto de se admirar com os próprios feitos. Embora pequeno e frágil, não temerá
realizar grandes empresas. Tornar-se-á forte diante das contrariedades da vida,
a ponto de superá-las todas, e destemido em se tratando de dar testemunho do
Ressuscitado. Mostrar-se-á, também, possuidor de uma sabedoria, antes
desconhecida; e manterá viva a chama da fé e da esperança, quando o fracasso
bater à sua porta. Basta deixar-se conduzir pelo Espírito!
A subida
de Jesus para junto do Pai manifesta a sua origem divina e garante a verdade da
palavra que Ele nos anunciou. A sua Ressurreição é testemunho a favor de tudo o
que Ele nos ensinou. Quem dera meu irmão, minha irmã que todos nós nos
abríssemos profundamente para receber o dom de Deus que consiste em nascer pela
água e pelo espírito!
É,
necessário aceitar esse testemunho e ser-lhe fiel, para que o novo nascimento,
que é o Batismo, nos introduza verdadeiramente na Vida Eterna.
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