22 de abril - Evangelho - Jo 20,11-18
Os Evangelhos, além da Mãe de Jesus, falam explicitamente de três
mulheres de nome Maria: Maria, mãe de Tiago e José (Mc 15,40); Maria, irmã de
Marta e Lázaro (Jo 11,1-2) e Maria Madalena da qual foram expulsos sete
demônios (Lc 10,38) e finalmente se fala de mais uma mulher pecadora que ungiu
os pés de Jesus (Lc 7,44). Tudo quanto se saiba a partir do Evangelho. Ela é
Maria, proveniente de Mágdala, uma cidade muito próspera no tempo de Cristo. Maria Madalena foi das poucas pessoas
que estavam presentes ao pé da Cruz, ao lado da Virgem Maria. Duas mulheres,
dois extremos: a Imaculada e uma pecadora pública! Ambas receberam a redenção
de Cristo, mas em forma diversa: Maria por antecipação, por força da qual foi
concebida imaculada; Madalena, representando a humanidade pecadora, precisou
ser lavada pelo sangue do Redentor!
Maria Madalena foi a feliz mulher que,
por primeiro, viu o Cristo ressuscitado. Era a manhã de Páscoa. Maria tinha ido
ao sepulcro vazio. Andava quase desesperada, achando que alguém tivesse roubado
o corpo do Mestre. Vê a certo momento um jardineiro e, angustiada, lhe
pergunta: “Se foste tu que o levaste, dize-me onde o puseste”. Jesus a chama
pelo nome: “Maria…” A este nome abrem-se-lhe os olhos e exclama: “Rabboni”,
isto é, Mestre! Foi então levar a Boa-Nova da Ressurreição aos apóstolos.
A cena comovente do encontro de Maria de
Mágdala com Jesus evidencia a mudança de relacionamento entre o discípulo e o
Mestre, operada a partir da ressurreição. A nova condição de Jesus exigia um
novo tipo de relacionamento.
Maria expressou o carinho que nutria por
Jesus nos vários detalhes de seu comportamento. A notícia do desaparecimento do
corpo do Senhor deixou-a perplexa. Com isso, perdia um sinal seguro da presença
do amigo querido, mesmo reduzido a um cadáver. Sem ele, não teria um lugar
preciso ao qual se dirigir quando quisesse prantear a perda irreparável do
amigo. Por isso, mesmo que todos tivessem se afastado, ela permaneceu sozinha,
à entrada do túmulo, chorando.
Seu diálogo com os anjos ocorreu de
maneira espontânea, sem ela se dar conta de estar falando com seres celestes.
Só lhe importava saber onde puseram “o meu Senhor”. Da mesma forma aconteceu o
diálogo com o Ressuscitado. Num primeiro momento, Maria pensou tratar-se de um
jardineiro. Demonstrando uma admirável fortaleza de ânimo mostrou-se disposta a
ir, sozinha, buscar o cadáver do Mestre para recolocá-lo no sepulcro. Tão logo
reconheceu a voz do Mestre, tentou agarrar-se a ele. Ele, porém, exortou-a a
mudar de comportamento. Doravante, o sinal de amizade que o Senhor queria dela
era que se tornasse missionária da ressurreição. Já se fora o tempo em que
podia tocá-lo fisicamente.
Maria buscava a Jesus morto e queria
tocar o Seu corpo inanimado. Desejou permanecer na dor e não percebeu que o
túmulo estava vazio porque Jesus estava vivo. Muitas vezes nós também
procuramos a Jesus nos lugares errados ou então O imaginamos como um Deus
morto, sem vida, ausente da nossa história. Por isso Jesus também nos faz essas
duas perguntas básicas: porque choras e a quem procuras! Choramos a nossa falta
de fé e de confiança na Sua Palavra e nas Suas promessas. Procuramos Alguém que
está muito perto de nós e não O percebemos. Jesus quer ser encontrado vivo e
ressuscitado, atuando na nossa vida. Às vezes não entendemos as Suas
manifestações para nós e por isso, choramos. Sofremos pela nossa incapacidade
de “enxergar” as coisas de Deus. O mundo espiritual está tão perto de nós, e
nós somos incapazes de percebê-lo, absortos que estamos em prestar atenção às
coisas e as pessoas que nos rodeiam. Confundimos a presença de Jesus com a de
outras pessoas. O Senhor está perto, precisamos ter consciência disso. Quando
descobrimos esta verdade nós não ficamos parados. Jesus disse a Madalena: “Não
me retenhas”! Se percebêssemos a Sua presença viva e ressuscitada e ouvíssemos
realmente a sua voz que fala no nosso coração, sairíamos em disparada como fez
Maria Madalena a anunciar a todos: “Eu vi o Senhor!” E você: Já viu o
Senhor? – Já teve a experiência do Jesus Ressuscitado? E se já, correu para
contá-la a alguém? Você tem encontrado no caminho, mais mortos ou vivos?
Tem percebido a quem o seu coração procura? Abra os teus olhos da fé para que
possas enxergá-lo. Pois Ele como à Maria constantemente te dirige à palavra.
Porque choras, a quem procuras?
Pai ensina-me a ter um relacionamento
conveniente com o Ressuscitado, reconhecendo que ele quer fazer de mim uma
testemunha da ressurreição.
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