DOMINGO - 4 de Maio de 2014 - Evangelho - Lc 24,13-35
Reconheceram Jesus ao partir o pão.
Este Evangelho, da quarta-feira da oitava da Páscoa, narra a cena do
encontro de Jesus ressuscitado com os discípulos de Emaús. Após a morte de
Jesus, a tristeza tomou conta dos discípulos. E junto com ela veio o desânimo.
Estes dois discípulos estavam desistindo da vida em Comunidade e voltando para
as suas casas. Jesus, apesar de não ser mais a sua vez de se manifestar na
terra desta forma, resolveu dar um apoio à Igreja nascente, aparecendo
fisicamente. Ele chega e entra no meio da conversa dos dois, mostrando a forma
correta de encarar os fatos, que é à luz das Sagradas Escrituras. Os discípulos
estavam tão abatidos que nem perceberam que era o próprio Jesus. O acolhimento
ao desconhecido foi bonito: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem
chagando!” E a recompensa ao gesto de caridade foi generosa: “Reconheceram
Jesus ao partir o pão”.
Recuperam a alegria, e junto com ela o ânimo, voltando imediatamente
para a Igreja, a Comunidade cristã.
O que Jesus quis dizer é que ele não desapareceu, mas continua presente
no meio dos seus discípulos, agora na Eucaristia, que no começo da Igreja era
chama de “O partir do pão”.
Os discípulos estavam desanimados e até desistindo da Comunidade cristã.
O motivo eles mesmos falaram: “Nós pensávamos que ele fosse libertar Israel...”
Jesus veio realmente libertar, não só Israel mas toda a humanidade. Entretanto,
não é assim, de mão beijada; Deus quer fazer as coisas junto conosco e através
de nós.
“Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho e
nos explicava as Escrituras?” A Bíblia é a nossa força, a nossa luz na
caminhada. Ela nos ajuda a entender os fatos e nos mostra a resposta certa a
cada situação. Se aqueles discípulos lessem a Bíblia, talvez não tivessem
desanimado.
Mas é na Eucaristia que os nossos olhos se abrem e encontramos forças
para continuar a caminhada. A Missa realimenta a nossa fé, e nos dá o dom do
discernimento, mesmo no meio das maiores provações.
Logo que os olhos dos discípulos se abriram, Jesus desapareceu da frente
deles. Com isso ele quis dizer: eu já estou com vocês na Eucaristia. Por que
caminhar tristes, referindo-se a mim como alguém do passado, se estou no meio
de vocês na Eucaristia?
Imediatamente eles “se levantaram e voltaram para Jerusalém onde
encontraram os Onze reunidos com os outros”. A Eucaristia nos integra ou
reintegra na Comunidade cristã. Nenhum motivo justifica o afastamento da
Comunidade. Temos um compromisso com ela, feito no batismo, mais forte que o
compromisso matrimonial. É um compromisso na alegria e na tristeza, na saúde e
na doença, até o fim da nossa vida.
Ao longo das nossas viagens, cercadas às vezes de inquietações, o divino
viajante continua a fazer-se nosso companheiro, a fim de nos instruir. Depois
que Jesus subiu para o céu, não age mais dessa forma, manifestando-se
fisicamente. Entretanto, em seu poder divino, Jesus usa de mil outras maneiras.
Geralmente socorre os cristãos através dos próprios cristãos. O que ele não
quer é ver ninguém desanimado, e muito menos se afastando da Comunidade.
E quando e encontro se torna pleno, à luz da Palavra de Deus, segue-se a
luz que brota do próprio Jesus, presente no pão da vida.
“A Comunidade é força de Deus. Lugar abençoado onde moram os filhos
seus.”
Certa vez, um pai de família fez o Cursilho de Cristandade e chegou
entusiasmado em casa. Na hora da refeição, ele disse: “De hoje em diante, nós
vamos rezar todos os dias antes da refeição. Sou eu que vou puxar a oração”.
Assim fizeram durante vários dias. Num domingo, veio um amigo dele
visitá-lo, o qual não era muito de Igreja. Quando chegou a hora do almoço, o
pai ficou com vergonha de rezar na frente do amigo, e simplesmente convidou o
amigo para se sentar e começar a comer.
O seu filhinho de cinco anos disse: “Paiê, o senhor não disse que ia rezar
todos os dias antes da refeição?” O pai deu um sorrisinho amarelo e acabou
rezando, na frente do amigo.
Bem feito! Quem manda ter respeito humano e desobedescer a Deus por
causa da presença de um amigo! Sinal que a sua fé, apesar de renovada no
Cursilho, ainda precisava alguns retoques. E o alerta veio através da inocência
de uma criança. “Quem não receber o Reino de Deus como uma criança não entrará
nele!”
“A família que reza unida permanece unida.” Isso vale também para a
Família de Deus. Se perseverarmos na oração, nunca nos afastaremos da
Comunidade.
Maria Santíssimo nunca se afastou da Comunidade. Pelo contrário, lá
estava ela apoiando a Igreja nascente. Mãe da Igreja, rogai por nós! Que
tenhamos a graça de perseverar na vida em Comunidade, e nunca desistir, como
queriam fazer aqueles dois discípulos de Emaús.
Reconheceram Jesus ao partir o pão.
Um belo e profundo comentário. A Igreja precisa de pessoas como você. Continue sua missão de Evangelizar por este meio de comunicação tão importante.Que o Espirito Santo te ilumine sempre.
ResponderExcluirUM ABRAÇO FRATERNO DE QUEM MUITO TE ADMIRA.
Deus abençoe você...Deus caminha conosco através também de pessoas como você que alimentam a fé dos demais.
ResponderExcluir