13
Outubro 2018
Tempo
Comum – Anos Pares
XXVII Semana – Sábado
Lectio
Lectio
Primeira leitura: Gálatas 3, 21-29
Irmãos: 22ª Escritura tudo fechou sob o
pecado, para que a promessa fosse dada aos crentes pela fé em Jesus Cristo.
23Antes, porém, de chegar a fé, estávamos prisioneiros da Lei, estávamos
fechados, até à fé que havia de revelar-se. 24Deste modo, a Lei tornou-se nosso
pedagogo até Cristo, para que fôssemos justificados pela fé. 25Uma vez, porém,
chegado o tempo da fé, já não estamos sob o domínio do pedagogo. 26É que todos
vós sois filhos de Deus em Cristo Jesus, mediante a fé; 27pois todos os que
fostes baptizados em Cristo, revestistes-vos de Cristo mediante a fé. 28Não há
judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há homem e mulher, porque todos
sois um só em Cristo Jesus. 29E se sois de Cristo, sois então descendência de
Abraão, herdeiros segundo a promessa.
Paulo ao argumentar sobre a economia do amor
gratuito de Deus, a que se acede pela fé, não deixa de esclarecer também a
função da Lei. No plano de Deus, a Lei serve para levar o homem a compreender
que, por si só, não pode cumpri-la e que, portanto, o pecado é inevitável (v.
23; cf. Rm 7, 7-25). A Lei teve o papel de «pedagogo» (vv. 24ss.). Na cultura
greco-romana, o pedagogo custodiava as crianças, usando a vara e as
repreensões, e não o amor. Com esta imagem, Paulo quer levar-nos a compreender a
força libertadora da fé: «Uma vez, porém, chegado o tempo da fé, já não estamos
sob o domínio do pedagogo. É que todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em
Cristo Jesus» (vv. 25.26). A beleza deste novo tempo é expressa com dois
conceitos. O primeiro refere-se ao salto qualitativo do nosso “ser”, no momento
do baptismo e que consiste no facto de podermos participar na vida de Cristo:
«todos os que fostes baptizados em Cristo, revestistes-vos de Cristo», (v. 27)
é a metáfora usada por Paulo. Não se trata de um revestimento exterior, mas de
união profunda a Cristo (cf. Rm 6, 5).
O segundo conceito refere-se à absoluta novidade do ser em Cristo, que destrói toda a discriminação de tipo racial, social, sexual. Ser «um só em Cristo Jesus» (v. 28) significa, não só que os crentes formam uma só pessoa em Cristo (é o conceito da Igreja como Corpo Místico), mas que, formando um todo com Cristo, a unidade não se realiza na exterioridade da Lei, em no próprio Cristo, na fé n´Ele que, se for autêntica, muda a vida, informando-a de sentimentos de misericórdia, bondade, humildade, etc. (cf. Gl 3, 12).
O segundo conceito refere-se à absoluta novidade do ser em Cristo, que destrói toda a discriminação de tipo racial, social, sexual. Ser «um só em Cristo Jesus» (v. 28) significa, não só que os crentes formam uma só pessoa em Cristo (é o conceito da Igreja como Corpo Místico), mas que, formando um todo com Cristo, a unidade não se realiza na exterioridade da Lei, em no próprio Cristo, na fé n´Ele que, se for autêntica, muda a vida, informando-a de sentimentos de misericórdia, bondade, humildade, etc. (cf. Gl 3, 12).
Evangelho: Lucas 11, 27-28
Naquele tempo, 27Enquanto Jesus falava, uma
mulher, levantando a voz do meio da multidão, disse: «Felizes as entranhas que
te trouxeram e os seios que te amamentaram!» 28Ele, porém, retorquiu: «Felizes,
antes, os que escutam a Palavra de Deus e a põem em prática.»
Depois do discurso sobre o Demónio, Lucas
insere a “bem-aventurança” pronunciada por uma ouvinte desconhecida e que se
podia resumir assim: «Bem-aventurada a mãe que tem um filho como Jesus». A
ouvinte pensaria certamente na força da sua palavra que introduzia no mistério
das realidades espirituais. Mas, para Jesus, “bem-aventurado” é aquele que
escuta a palavra de Deus e a põe em prática. O “antes” parece contradizer as
palavras da mulher, e relegar Maria para a sombra.
Mas, se aprofundarmos esta perícopa, lendo-a à luz de outras, damo-nos conta de que é exactamente o contrário. De facto, a Mãe de Jesus, em Lc 1, 42-45, é proclamada “feliz” porque acreditou e obedeceu à Palavra (cf. 1, 38). No Magnificat, a própria Virgem profetiza que todas as gerações a proclamarão “bem-aventurada” por se ter rendido totalmente à Palavra que compromete a sua fé e a sua vida.
Por outro lado, já noutra ocasião, Jesus aproveitara o facto de sua mãe e os seus parentes terem ido à procura d´Ele para proclamar que sua mãe e seus irmãos são aqueles «que escutam a palavra de Deus e a vivem» (cf. Lc 8, 19-21). Esta é, portanto, a identidade profunda de Maria que também a nós é proposta. Escutar a palavra de Jesus, que é o Verbo, a substancial palavra do Deus vivo, é o segredo para ser bem-aventurado.
Mas, se aprofundarmos esta perícopa, lendo-a à luz de outras, damo-nos conta de que é exactamente o contrário. De facto, a Mãe de Jesus, em Lc 1, 42-45, é proclamada “feliz” porque acreditou e obedeceu à Palavra (cf. 1, 38). No Magnificat, a própria Virgem profetiza que todas as gerações a proclamarão “bem-aventurada” por se ter rendido totalmente à Palavra que compromete a sua fé e a sua vida.
Por outro lado, já noutra ocasião, Jesus aproveitara o facto de sua mãe e os seus parentes terem ido à procura d´Ele para proclamar que sua mãe e seus irmãos são aqueles «que escutam a palavra de Deus e a vivem» (cf. Lc 8, 19-21). Esta é, portanto, a identidade profunda de Maria que também a nós é proposta. Escutar a palavra de Jesus, que é o Verbo, a substancial palavra do Deus vivo, é o segredo para ser bem-aventurado.
Meditatio
Ser “bem-aventurados”, ser “felizes”, alcançar
a pacificação e a alegria de coração, é possível. Dizem-no os textos que lemos.
Mas a “bem-aventurança”, ou a “felicidade”, não se alcançam pelo papel que
desempenhamos ou pelas coisas que pensamos fazer para cumprir deveres ou
alcançar determinadas situações de primazia.
Ser “feliz” é deixar que os nossos dias, ainda que preenchidos no cumprimento de diversos compromissos e na realização de várias actividades, sejam unificados pelo primado da escuta da palavra de Deus. Mas, esta escuta, deve tender a tornar-se vida, evangelho vivido. Lucas recorda-nos que só a escuta, transformada em vida segundo Cristo, nos dá solidez semelhante à da casa construída sobre a rocha. Pelo contrário, ouvir e não pôr em prática é construir sobre a areia. Quem assim faz, logo que soprarem os ventos da dificuldade, ou irrompa a tempestade das tentações, soçobra (cf. Lc 6, 46-48). Conforta-nos ser baptizados. O baptismo é uma realidade activa na nossa existência, uma vida nova, a própria vida de Cristo que, pouco a pouco, penetra em nós e nos reveste interiormente, permitindo-nos “mudar de veste” interiormente.
A prioridade da escuta leva-nos a isto. A veste do homem velho que somos leva-nos ao egocentrismo, a preocupar-nos mais com aparecer do que ser, mais com o que pensam os outros do que com atitudes de benevolência, de compreensão, de paciência, de humilde gratuidade em que se manifesta o nosso ser, e ser-amor e dom para os outros. A verdade de um mundo cristão passa pela aceitação do primado de uma escuta que de nós pessoas fortalecidas no homem interior, porque “revestidas de Cristo”, da sua mentalidade, do seu estilo de amor (cf. Gl 3, 25).
«Escutamos com frequência a Palavra de Deus», dizem as nossas Constituições (n. 77). A escuta da Palavra é um excelente meio para «descobrir, cada vez mais, a Pessoa de Cristo e o mistério do seu Coração e a anunciar o seu amor que excede todo o conhecimento» (Cst 17). Sublinhamos a expressão “com frequência”. Não se trata só da escuta da palavra de Deus na Missa ou em eventuais paraliturgias; trata-se de acolher, na nossa vida, a Palavra, o Verbo eterno de Deus feito carne, conforme a exortação do Pai na Transfiguração: «Este é o Meu Filho muito amado, em Quem pus as minhas complacências: Escutai-O» (Mt 17, 5).
Este convite à “escuta” já estava expresso na famosa “shemá” (“escuta…”), com qu
e o piedoso israelita manifestava a Deus a sua fé, a adesão da sua vontade e a oblação da sua própria vida, cumprindo a Palavra de Deus: «Escuta, ó Israel! O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor! Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda as tuas forças. Estes mandamentos que hoje te imponho, serão gravados no teu coração. Ensiná-los-ás aos teus filhos…» (Dt 6, 4-7).
Assim Deus Se revelava na vida do piedoso israelita como Jahvé: «Eu sou aquele que sou» (Ex 3, 14). A presença da Palavra era a presença da Pessoa. Com maior razão tudo isto se realiza em Jesus, que é a Palavra, o Verbo de Deus feito carne: «Quem ouve as minhas palavras e as põe em prática é semelhante a um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha…» (Mt 7, 24). “Rocha”, “Rochedo” são as imagens típicas de Deus que exprimem solidez, segurança e, portanto, fé, adesão completa: «Deus é a rocha da minha defesa…» (Sl 62(61), 3): «Vós sois, meu Deus, a rocha da minha salvação…» (Sl 89(88), 27).
Jesus afirma: «A minha mãe e os meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática» (Lc 8, 21); «Quem escuta a minha palavra e acredita n´Aquele que Me enviou, tem a vida eterna…» (Jo 5, 24); «Quem é da verdade, escuta a minha palavra» (Jo 18, 35). Segundo S. João, Jesus é a Palavra ou «Verbo (logos) feito carne» (Jo 1, 14) e o autor da Carta aos Hebreus, depois de ter recordado as palavras dos profetas, afirma: «Deus… nestes últimos tempos, falou-nos, por meio do Filho”…, que é “resplendor da… glória (do Pai)… imagem da sua substância e sustendo todas as coisas pela Sua Palavra poderosa…» (1, 1-3).
Portanto, nas palavras (remata) dos profetas e de Jesus escutamos a Palavra (Logos) de Deus. Desta Palavra, de Quem «veremos a… glória (amor), glória como de unigénito do Pai, cheio de graça e de verdade» (Jo 1, 14). Esta é a compreensão plena do texto das Cst. Que nos convida à «escuta da Palavra (n. 17; cf. n. 17), para «descobrir, cada vez mais, a Pessoa de Cristo e o mistério do seu Coração e… anunciar o seu amor que excede todo o conhecimento» (n. 17).
Maria é o modelo de como se escuta e acolhe na vida a Palavra e: «Feliz d´Aquele que acreditou no cumprimento das palavras do Senhor…» (Lc 1, 45
“Escutar”, em sentido bíblico, é “compreender”, “acolher” na vida, “ir a Jesus”; é “acreditar”, “guardar no coração”; é “obedecer” e “fazer”. A verdadeira «escuta da Palavra» realiza-se quando se ama, não por palavras, mas “com obras e em verdade” (1 Jo 3, 18).
O «Ecce venio» de Jesus, «para fazer a Tua vontade» (Heb 10, 7) pertence a este tipo de escuta. Esta escuta do Pai é, para Jesus, o “lugar” da Sua união de amor com o Pai: «Guardei os mandamentos de Meu Pai e permaneço no Seu amor» (Jo 15, 10). O mesmo devemos dizer do «Ecce ancilla» de Maria.
Ser “feliz” é deixar que os nossos dias, ainda que preenchidos no cumprimento de diversos compromissos e na realização de várias actividades, sejam unificados pelo primado da escuta da palavra de Deus. Mas, esta escuta, deve tender a tornar-se vida, evangelho vivido. Lucas recorda-nos que só a escuta, transformada em vida segundo Cristo, nos dá solidez semelhante à da casa construída sobre a rocha. Pelo contrário, ouvir e não pôr em prática é construir sobre a areia. Quem assim faz, logo que soprarem os ventos da dificuldade, ou irrompa a tempestade das tentações, soçobra (cf. Lc 6, 46-48). Conforta-nos ser baptizados. O baptismo é uma realidade activa na nossa existência, uma vida nova, a própria vida de Cristo que, pouco a pouco, penetra em nós e nos reveste interiormente, permitindo-nos “mudar de veste” interiormente.
A prioridade da escuta leva-nos a isto. A veste do homem velho que somos leva-nos ao egocentrismo, a preocupar-nos mais com aparecer do que ser, mais com o que pensam os outros do que com atitudes de benevolência, de compreensão, de paciência, de humilde gratuidade em que se manifesta o nosso ser, e ser-amor e dom para os outros. A verdade de um mundo cristão passa pela aceitação do primado de uma escuta que de nós pessoas fortalecidas no homem interior, porque “revestidas de Cristo”, da sua mentalidade, do seu estilo de amor (cf. Gl 3, 25).
«Escutamos com frequência a Palavra de Deus», dizem as nossas Constituições (n. 77). A escuta da Palavra é um excelente meio para «descobrir, cada vez mais, a Pessoa de Cristo e o mistério do seu Coração e a anunciar o seu amor que excede todo o conhecimento» (Cst 17). Sublinhamos a expressão “com frequência”. Não se trata só da escuta da palavra de Deus na Missa ou em eventuais paraliturgias; trata-se de acolher, na nossa vida, a Palavra, o Verbo eterno de Deus feito carne, conforme a exortação do Pai na Transfiguração: «Este é o Meu Filho muito amado, em Quem pus as minhas complacências: Escutai-O» (Mt 17, 5).
Este convite à “escuta” já estava expresso na famosa “shemá” (“escuta…”), com qu
e o piedoso israelita manifestava a Deus a sua fé, a adesão da sua vontade e a oblação da sua própria vida, cumprindo a Palavra de Deus: «Escuta, ó Israel! O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor! Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda as tuas forças. Estes mandamentos que hoje te imponho, serão gravados no teu coração. Ensiná-los-ás aos teus filhos…» (Dt 6, 4-7).
Assim Deus Se revelava na vida do piedoso israelita como Jahvé: «Eu sou aquele que sou» (Ex 3, 14). A presença da Palavra era a presença da Pessoa. Com maior razão tudo isto se realiza em Jesus, que é a Palavra, o Verbo de Deus feito carne: «Quem ouve as minhas palavras e as põe em prática é semelhante a um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha…» (Mt 7, 24). “Rocha”, “Rochedo” são as imagens típicas de Deus que exprimem solidez, segurança e, portanto, fé, adesão completa: «Deus é a rocha da minha defesa…» (Sl 62(61), 3): «Vós sois, meu Deus, a rocha da minha salvação…» (Sl 89(88), 27).
Jesus afirma: «A minha mãe e os meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática» (Lc 8, 21); «Quem escuta a minha palavra e acredita n´Aquele que Me enviou, tem a vida eterna…» (Jo 5, 24); «Quem é da verdade, escuta a minha palavra» (Jo 18, 35). Segundo S. João, Jesus é a Palavra ou «Verbo (logos) feito carne» (Jo 1, 14) e o autor da Carta aos Hebreus, depois de ter recordado as palavras dos profetas, afirma: «Deus… nestes últimos tempos, falou-nos, por meio do Filho”…, que é “resplendor da… glória (do Pai)… imagem da sua substância e sustendo todas as coisas pela Sua Palavra poderosa…» (1, 1-3).
Portanto, nas palavras (remata) dos profetas e de Jesus escutamos a Palavra (Logos) de Deus. Desta Palavra, de Quem «veremos a… glória (amor), glória como de unigénito do Pai, cheio de graça e de verdade» (Jo 1, 14). Esta é a compreensão plena do texto das Cst. Que nos convida à «escuta da Palavra (n. 17; cf. n. 17), para «descobrir, cada vez mais, a Pessoa de Cristo e o mistério do seu Coração e… anunciar o seu amor que excede todo o conhecimento» (n. 17).
Maria é o modelo de como se escuta e acolhe na vida a Palavra e: «Feliz d´Aquele que acreditou no cumprimento das palavras do Senhor…» (Lc 1, 45
“Escutar”, em sentido bíblico, é “compreender”, “acolher” na vida, “ir a Jesus”; é “acreditar”, “guardar no coração”; é “obedecer” e “fazer”. A verdadeira «escuta da Palavra» realiza-se quando se ama, não por palavras, mas “com obras e em verdade” (1 Jo 3, 18).
O «Ecce venio» de Jesus, «para fazer a Tua vontade» (Heb 10, 7) pertence a este tipo de escuta. Esta escuta do Pai é, para Jesus, o “lugar” da Sua união de amor com o Pai: «Guardei os mandamentos de Meu Pai e permaneço no Seu amor» (Jo 15, 10). O mesmo devemos dizer do «Ecce ancilla» de Maria.
Oratio
Criaste-nos para Ti, Senhor, e o nosso coração
está inquieto enquanto não repousa em Ti. Criaste-nos para a alegria. Mas, Tu
és a alegria! A tua palavra enche-nos de alegria. Dá-me a graça da escuta. Que
a tua Palavra seja o meu principal interesse de todos os dias. Concede à minha
boca e ao meu coração o silêncio necessário para acolher a tua Palavra,
meditá-la, rezá-la. Que o teu Espírito me ajude a torná-la vida da minha vida.
Que a tua vida me revista interiormente, para que aprenda a amar como Tu amaste, sem qualquer tipo de discriminação. Nasça em mim a «nova criatura», capaz de actuar para que, à minha volta, surjam outras novas criaturas. Que todos, ricos e pobres, novos e velhos, brancos e negros, europeus ou asiáticos, sejam alvo do meu interesse, vendo neles unicamente um filho teu muito amado, e um irmão ou irmã que devo amar. Amen.
Que a tua vida me revista interiormente, para que aprenda a amar como Tu amaste, sem qualquer tipo de discriminação. Nasça em mim a «nova criatura», capaz de actuar para que, à minha volta, surjam outras novas criaturas. Que todos, ricos e pobres, novos e velhos, brancos e negros, europeus ou asiáticos, sejam alvo do meu interesse, vendo neles unicamente um filho teu muito amado, e um irmão ou irmã que devo amar. Amen.
Contemplatio
A união íntima (com Nosso Senhor), começada
aqui em baixo pela fé e pelo amor, deve ter a sua perfeição, a sua consumação
no céu. – «Meu Pai, dizia Nosso Senhor na sua oração, aqueles que me destes,
quero que onde eu estiver eles também estejam comigo, para que vejam a glória
que me destes. Reconheceram que me enviastes. Dei-lhes a conhecer o vosso nome,
as vossas divinas perfeições, a vossa santidade, a vossa misericórdia, o vosso
amor inefável, e pelo dom do Espírito Santo dá-los-ei a conhecer ainda mais,
para que vos conheçam melhor, vos amem mais e se tornem sempre mais dignos do
vosso amor e assim o amor com o qual me amastes esteja neles e ameis neles as
imagens do vosso Filho bem-amado, os membros do corpo místico do qual sou o
chefe…»
Nesta oração ao seu Pai, Nosso Senhor indicava toda a união que devemos ter com a santíssima Trindade e particularmente com Ele.
Por seu lado, Ele está unido a nós: deu-nos a conhecer o seu Pai, o Deus do amor, manifestavi nomem tuum hominibus, quos dedisti mihi de mundo. Comunicou-nos a palavra de seu Pai, a revelação divina, os segredos do seu conselho divino, Verba quae dedisti mihi, dedi eis.
Nós também estamos unidos a Ele. Como seus discípulos, recebemos a sua palavra e conservámo-la nos nossos corações com fidelidade, sermonem tuum acceperunt et servaverunt.
Reconhecemos que a sua palavra era a palavra do próprio Deus. Acreditámos na sua natureza divina e na sua missão, cognoverunt quia a te exivi et crediderunt quia tu me misisti (Jo 17). Esta união consumar-se-á no céu. (Leão Dehon, OSP 3, p.486s.)
Nesta oração ao seu Pai, Nosso Senhor indicava toda a união que devemos ter com a santíssima Trindade e particularmente com Ele.
Por seu lado, Ele está unido a nós: deu-nos a conhecer o seu Pai, o Deus do amor, manifestavi nomem tuum hominibus, quos dedisti mihi de mundo. Comunicou-nos a palavra de seu Pai, a revelação divina, os segredos do seu conselho divino, Verba quae dedisti mihi, dedi eis.
Nós também estamos unidos a Ele. Como seus discípulos, recebemos a sua palavra e conservámo-la nos nossos corações com fidelidade, sermonem tuum acceperunt et servaverunt.
Reconhecemos que a sua palavra era a palavra do próprio Deus. Acreditámos na sua natureza divina e na sua missão, cognoverunt quia a te exivi et crediderunt quia tu me misisti (Jo 17). Esta união consumar-se-á no céu. (Leão Dehon, OSP 3, p.486s.)
Actio
Repete muitas vezes e vive hoje a palavra:
«Felizes os que escutam a Palavra de Deus e a põem em prática.»
«Felizes os que escutam a Palavra de Deus e a põem em prática.»
| Fernando Fonseca, scj |
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