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Novembro 2018
Ano B
31° Domingo do Tempo Comum
31° Domingo do Tempo Comum
TEMA
A liturgia do 31° Domingo do Tempo Comum
diz-nos que o amor está no centro da experiência cristã. O caminho da fé que,
dia a dia, somos convidados a percorrer, resume-se no amor Deus e no amor aos
irmãos – duas vertentes que não se excluem, antes se complementam mutuamente.
A primeira leitura apresenta-nos o início do “Shema’ Israel” – a solene proclamação de fé que todo o israelita devia fazer diariamente. É uma afirmação da unicidade de Deus e um convite a amar a Deus com todo o coração, com toda a alma e com todas as forças.
O Evangelho diz-nos, de forma clara e inquestionável, que toda a experiência de fé do discípulo de Jesus se resume no amor – amor a Deus e amor aos irmãos. Os dois mandamentos não podem separar-se: “amar a Deus” é cumprir a sua vontade e estabelecer com os irmãos relações de amor, de solidariedade, de partilha, de serviço, até ao dom total da vida. Tudo o resto é explicação, desenvolvimento, aplicação à vida prática dessas duas coordenadas fundamentais da vida cristã.
A segunda leitura apresenta-nos Jesus Cristo como o sumo-sacerdote que veio ao mundo para cumprir o projecto salvador do Pai e para oferecer a sua vida em doação de amor aos homens. Cristo, com a sua obediência ao Pai e com a sua entrega em favor dos homens, diz-nos qual a melhor forma de expressarmos o nosso amor a Deus.
A primeira leitura apresenta-nos o início do “Shema’ Israel” – a solene proclamação de fé que todo o israelita devia fazer diariamente. É uma afirmação da unicidade de Deus e um convite a amar a Deus com todo o coração, com toda a alma e com todas as forças.
O Evangelho diz-nos, de forma clara e inquestionável, que toda a experiência de fé do discípulo de Jesus se resume no amor – amor a Deus e amor aos irmãos. Os dois mandamentos não podem separar-se: “amar a Deus” é cumprir a sua vontade e estabelecer com os irmãos relações de amor, de solidariedade, de partilha, de serviço, até ao dom total da vida. Tudo o resto é explicação, desenvolvimento, aplicação à vida prática dessas duas coordenadas fundamentais da vida cristã.
A segunda leitura apresenta-nos Jesus Cristo como o sumo-sacerdote que veio ao mundo para cumprir o projecto salvador do Pai e para oferecer a sua vida em doação de amor aos homens. Cristo, com a sua obediência ao Pai e com a sua entrega em favor dos homens, diz-nos qual a melhor forma de expressarmos o nosso amor a Deus.
LEITURA 1- Df 6,2-6
Moisés dirigiu-se ao povo, dizendo: «Temerás o
Senhor, teu Deus, todos os dias da tua vida,
cumprindo todas as suas leis e preceitos que hoje te ordeno,
para que tenhas longa vida,
tu, os teus filhos e os teus netos. Escuta, Israel, e cuida de pôr em prática
o que te vai tornar feliz e multiplicar sem medida na terra onde corre leite e mel,
segundo a promessa que te fez o Senhor, Deus de teus pais. Escuta, Israel:
o Senhor nosso Deus é o único Deus.
Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças.
As palavras que hoje te prescrevo
ficarão gravadas no teu coração».
AMBIENTE
cumprindo todas as suas leis e preceitos que hoje te ordeno,
para que tenhas longa vida,
tu, os teus filhos e os teus netos. Escuta, Israel, e cuida de pôr em prática
o que te vai tornar feliz e multiplicar sem medida na terra onde corre leite e mel,
segundo a promessa que te fez o Senhor, Deus de teus pais. Escuta, Israel:
o Senhor nosso Deus é o único Deus.
Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças.
As palavras que hoje te prescrevo
ficarão gravadas no teu coração».
AMBIENTE
O Livro do Deuteronómio é aquele “livro da
Lei” ou “livro da Aliança” descoberto no Templo de Jerusalém no 18° ano do
reinado de Josias (622 a.C.) (cf. 2 Re 22). Neste livro, os teólogos
deuteronomistas – originários do Norte (Israel) mas, entretanto, refugiados no
sul (Judá) após as derrotas dos reis do norte frente aos assírios – apresentam
os dados fundamentais da sua teologia: há um só Deus, que deve ser adorado por
todo o Povo num único local de culto (Jerusalém); esse Deus amou e elegeu
Israel e fez com ele uma Aliança eterna; e o Povo de Deus deve ser um único
Povo, a propriedade pessoal de Jahwéh (portanto, não têm qualquer sentido as
questões históricas que levaram o Povo de Deus à divisão política e religiosa,
após a morte do rei Salomão).
Literariamente, o livro apresenta-se como um conjunto de três discursos de Moisés, pronunciados nas planícies de Moab. Pressentindo a proximidade da sua morte, Moisés deixa ao Povo uma espécie de “testamento espiritual”: lembra aos hebreus os compromissos assumidos para com Deus e convida-os a renovar a sua aliança com Jahwéh.
O texto que hoje nos é proposto integra o segundo discurso de Moisés (cf. Dt 4,44- 28,68). Tanto pelo lugar que ocupa no livro, como pela sua importância, este segundo discurso de Moisés constitui o centro do Livro do Deuteronómio. Em linhas gerais, este discurso apresenta-se em três peças principais: uma introdução (cf. Dt 4,44-11,32), um código legal (cf. Dt 12,1-25,19) e uma conclusão (cf. Dt 26,1-28,68).
A primeira parte da introdução ao segundo discurso de Moisés (cf. Dt 4,44-9,5) oferece-nos uma apresentação do Decálogo (cf. Dt 5,1-33) – a Lei fundamental da Aliança estabelecida entre Deus e Israel, no Horeb – e, na sequência, um conjunto de exortações ao Povo para que viva na fidelidade aos mandamentos (cf. Dt 6,1-9,5). O nosso texto é um extracto dessa exortação.
Literariamente, o livro apresenta-se como um conjunto de três discursos de Moisés, pronunciados nas planícies de Moab. Pressentindo a proximidade da sua morte, Moisés deixa ao Povo uma espécie de “testamento espiritual”: lembra aos hebreus os compromissos assumidos para com Deus e convida-os a renovar a sua aliança com Jahwéh.
O texto que hoje nos é proposto integra o segundo discurso de Moisés (cf. Dt 4,44- 28,68). Tanto pelo lugar que ocupa no livro, como pela sua importância, este segundo discurso de Moisés constitui o centro do Livro do Deuteronómio. Em linhas gerais, este discurso apresenta-se em três peças principais: uma introdução (cf. Dt 4,44-11,32), um código legal (cf. Dt 12,1-25,19) e uma conclusão (cf. Dt 26,1-28,68).
A primeira parte da introdução ao segundo discurso de Moisés (cf. Dt 4,44-9,5) oferece-nos uma apresentação do Decálogo (cf. Dt 5,1-33) – a Lei fundamental da Aliança estabelecida entre Deus e Israel, no Horeb – e, na sequência, um conjunto de exortações ao Povo para que viva na fidelidade aos mandamentos (cf. Dt 6,1-9,5). O nosso texto é um extracto dessa exortação.
MENSAGEM
O texto começa com uma exortação a “temer” o
Senhor e a cumprir todas as suas leis e mandamentos (vers. 2-3). A expressão
“temer o Senhor” – muito frequente no Antigo Testamento – traduz, por um lado,
a reverência e o respeito e, por outro lado, a pronta obediência à vontade
divina, a confiança inamovível no Deus que não falha, a humilde renúncia aos
próprios critérios, a adesão incondicional à vontade de Deus, a aceitação plena
das propostas e dos mandamentos de Deus. Na perspectiva do catequista
deuteronomista autor deste texto, o crente ideal (o que “teme o Senhor”), é
aquele que está disposto a renunciar à auto-suficiência e não aceita procurar a
felicidade à margem das propostas de Deus; é aquele que, com total confiança, é
capaz de se entregar nas mãos de Deus, de aceitar as suas indicações, de
assumir os mandamentos do Senhor como caminho seguro e verdadeiro para chegar à
vida em plenitude. Àquele que aceita viver no “temor do Senhor”, o autor
promete vida em abundância.
Na segunda parte do nosso texto (vers. 4-6), temos o conhecido “Shema’ Israel” (assim denominado por causa da primeiras palavras hebraicas de Dt 6,4: “Escuta Israel”). É um texto central do judaísmo, que desde finais do séc. I é rezado diariamente, de manhã e de tarde, por todos os judeus piedosos. No universo religioso judaico, o verbo “escutar”, aqui usado, define uma acção em três tempos: “ouvir” com os ouvidos, “acolher” no coração, “transformar em acção concreta” aquilo que se ouviu e que se acolheu.
O “Shema’ Israel” começa com a afirmação solene da unicidade de Deus (vers. 4: “o Senhor é único”). O crente israelita deve ouvir e interiorizar esta realidade e actuar em consequência. Do seu horizonte fica, portanto, afastada qualquer possibilidade de adesão a outros deuses ou a outras propostas de salvação que não venham de Jahwéh.
Depois, vem a exigência de amar este Deus único com um amor sem divisão, um amor que implique a totalidade do homem (vers. 5: “amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todas as tuas forças”). Esse amor, interiorizado no coração e na alma do homem, deve depois traduzir-se na observância fiel dos mandamentos e preceitos da Aliança.
Na segunda parte do nosso texto (vers. 4-6), temos o conhecido “Shema’ Israel” (assim denominado por causa da primeiras palavras hebraicas de Dt 6,4: “Escuta Israel”). É um texto central do judaísmo, que desde finais do séc. I é rezado diariamente, de manhã e de tarde, por todos os judeus piedosos. No universo religioso judaico, o verbo “escutar”, aqui usado, define uma acção em três tempos: “ouvir” com os ouvidos, “acolher” no coração, “transformar em acção concreta” aquilo que se ouviu e que se acolheu.
O “Shema’ Israel” começa com a afirmação solene da unicidade de Deus (vers. 4: “o Senhor é único”). O crente israelita deve ouvir e interiorizar esta realidade e actuar em consequência. Do seu horizonte fica, portanto, afastada qualquer possibilidade de adesão a outros deuses ou a outras propostas de salvação que não venham de Jahwéh.
Depois, vem a exigência de amar este Deus único com um amor sem divisão, um amor que implique a totalidade do homem (vers. 5: “amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todas as tuas forças”). Esse amor, interiorizado no coração e na alma do homem, deve depois traduzir-se na observância fiel dos mandamentos e preceitos da Aliança.
ACTUALIZAÇÃO
• A afirmação da unicidade de Deus
convida-nos, antes de mais, a equacionar a questão dos “outros deuses” a quem,
tantas vezes, entregamos a condução da nossa vidacPor vezes, esquecemos que
Deus é a coordenada fundamental à volta da qual deve construir-se toda a nossa
existência e deixamos que o nosso coração se fixe em realidades efémeras, nas
quais pomos a nossa confiança, a nossa segurança e a nossa esperança (o
dinheiro, o poder, o êxito, a realização profissional, a posição social, os
títulos, as honrasü Essas realidades, contudo, mesmo que sejam agradáveis e
úteis, não podem servir de pedra angular na construção da nossa vida. Se as
erigirmos em realidade fundamental e construirmos toda a nossa existência em
função delas, tornamo-nos escravos. O verdadeiro crente, sem prescindir das
realidades efémeras, tem consciência de que só “o Senhor é o nosso Deus; o
Senhor é único”.
• Dizer que Deus é único, é dizer que Ele é o único e verdadeiro caminho para a vida em plenitude. Contudo, no nosso orgulho, convencemo-nos, por vezes, que a nossa realização e a nossa felicidade estão na concretização dos nossos projectos pessoais, dos nossos desejos egoístas, das nossas inclinações e paixões, à margem de Deus e das suas propostas. A isso, chama-se auto-suficiência. Prescindir de Deus e das suas indicações leva-nos, invariavelmente, a trilhar caminhos de egoísmo, de injustiça, de exploração, de sofrimento, de morte. Precisamos de interiorizar esta realidade: por nós próprios, sem Deus, contando apenas com as nossas frágeis forças, não conseguiremos encontrar o caminho da realização, da felicidade, da vida em plenitude.
• O nosso texto convida o crente a amar a Deus com um amor que implique a totalidade da vida do homem; ou, por outras palavras, convida o crente a viver no “temor do Senhor”. Como é que deve expressar-se, em termos práticos, esse amor ao Senhor que nos vai no coração? É através de declarações solenes e ocas de boas intenções? É através de fórmulas fixas de oração que papagueamos de cor? É através de solenes ritos litúrgicos? O nosso amor ao Senhor deve, sobretudo, manifestar-se em gestos concretos que manifestem a nossa obediência incondicional aos seus planos, a nossa entrega total nas suas mãos, a nossa aceitação dos seus mandamentos e preceitos.
• Dizer que Deus é único, é dizer que Ele é o único e verdadeiro caminho para a vida em plenitude. Contudo, no nosso orgulho, convencemo-nos, por vezes, que a nossa realização e a nossa felicidade estão na concretização dos nossos projectos pessoais, dos nossos desejos egoístas, das nossas inclinações e paixões, à margem de Deus e das suas propostas. A isso, chama-se auto-suficiência. Prescindir de Deus e das suas indicações leva-nos, invariavelmente, a trilhar caminhos de egoísmo, de injustiça, de exploração, de sofrimento, de morte. Precisamos de interiorizar esta realidade: por nós próprios, sem Deus, contando apenas com as nossas frágeis forças, não conseguiremos encontrar o caminho da realização, da felicidade, da vida em plenitude.
• O nosso texto convida o crente a amar a Deus com um amor que implique a totalidade da vida do homem; ou, por outras palavras, convida o crente a viver no “temor do Senhor”. Como é que deve expressar-se, em termos práticos, esse amor ao Senhor que nos vai no coração? É através de declarações solenes e ocas de boas intenções? É através de fórmulas fixas de oração que papagueamos de cor? É através de solenes ritos litúrgicos? O nosso amor ao Senhor deve, sobretudo, manifestar-se em gestos concretos que manifestem a nossa obediência incondicional aos seus planos, a nossa entrega total nas suas mãos, a nossa aceitação dos seus mandamentos e preceitos.
SAMO RESPONSORIAL – Salmo 17
Refrão:
Eu Vos amo, Senhor:
Vós sois a minha força.
Eu Vos amo, Senhor, minha força,
minha fortaleza, meu refúgio e meu libertador,
meu Deus, auxílio em que ponho a minha confiança, meu protector, minha defesa e meu salvador.
Invoquei o Senhor – louvado seja Ele – e fiquei salvo dos meus inimigos.
Viva o Senhor, bendito seja o meu protector; exaltado seja Deus, meu Salvador.
Senhor, eu Vos louvarei entre os povos e cantarei salmos ao vosso nome.
O Senhor dá ao seu Rei grandes vitórias
e usa de bondade para com o seu Ungido.
Eu Vos amo, Senhor:
Vós sois a minha força.
Eu Vos amo, Senhor, minha força,
minha fortaleza, meu refúgio e meu libertador,
meu Deus, auxílio em que ponho a minha confiança, meu protector, minha defesa e meu salvador.
Invoquei o Senhor – louvado seja Ele – e fiquei salvo dos meus inimigos.
Viva o Senhor, bendito seja o meu protector; exaltado seja Deus, meu Salvador.
Senhor, eu Vos louvarei entre os povos e cantarei salmos ao vosso nome.
O Senhor dá ao seu Rei grandes vitórias
e usa de bondade para com o seu Ungido.
LEITURA 11- Heb 7,23-28
Os sacerdotes da antiga aliança sucederam-se
em grande número,
porque a morte os impedia de durar sempre. Mas Jesus, que permanece eternamente, possui um sacerdócio eterno.
Por isso pode salvar para sempre
aqueles que por seu intermédio se aproximam de Deus, porque vive perpetuamente para interceder por eles.
Tal era, na verdade, o sumo sacerdote que nos convinha: santo, inocente, sem mancha,
separado dos pecadores e elevado acima dos céus, que não tem necessidade, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios,
primeiro pelos seus próprios pecados,
depois pelos pecados do povo,
porque o fez de uma vez para sempre
quando Se ofereceu a Si mesmo.
A Lei constitui sumos sacerdotes
homens revestidos de fraqueza,
mas a palavra do juramento, posterior à Lei,
estabeleceu o Filho sumo sacerdote perfeito para sempre.
porque a morte os impedia de durar sempre. Mas Jesus, que permanece eternamente, possui um sacerdócio eterno.
Por isso pode salvar para sempre
aqueles que por seu intermédio se aproximam de Deus, porque vive perpetuamente para interceder por eles.
Tal era, na verdade, o sumo sacerdote que nos convinha: santo, inocente, sem mancha,
separado dos pecadores e elevado acima dos céus, que não tem necessidade, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios,
primeiro pelos seus próprios pecados,
depois pelos pecados do povo,
porque o fez de uma vez para sempre
quando Se ofereceu a Si mesmo.
A Lei constitui sumos sacerdotes
homens revestidos de fraqueza,
mas a palavra do juramento, posterior à Lei,
estabeleceu o Filho sumo sacerdote perfeito para sempre.
AMBIENTE
Em Heb 6,20, o autor da Carta declara Jesus
Cristo “sumo-sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedec”. Na
sequência, vai dedicar todo o capítulo 7 da Carta (cf. Heb 7,1-28) a explicar a
sua afirmação.
Melquisedec é um personagem misterioso que aparece em Gn 14,18-20. Apresentado como rei e sacerdote de Salem (localidade desconhecida, que o Sal 76,3 identifica com Jerusalém), ele adora o Deus altíssimo, abençoa Abraão quando este regressa da guerra e oferece-lhe pão e vinho. Abraão, o antepassado dos sacerdotes levíticos, inclinar-se-á diante dele e pagar-Ihe-á o dízimo. O Salmo 110, por sua vez, apresenta um rei da casa de David como o continuador do prestigioso Melquisedec (“o Senhor jurou” ao rei “e não voltará atrás: tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedec” – Sal 110,4). A partir daqui, a figura de Melquisedec adquirirá uma clara conotação rnesslànlca Após o Exílio na Babilónia, os judeus esperam ver surgir um salvador da descendência de David que reúna, como Melquisedec, o sacerdócio e a realeza. Os cristãos, inspirados por estas ideias, vão ler o mistério de Jesus a esta luzO
O autor da Carta aos Hebreus vai nesta linha. Na sua perspectiva, Jesus exerce um sacerdócio perfeito e eterno, que não se vincula ao sacerdócio de Levi (que é um sacerdócio exercido por homens pecadores, mortais e que se sucedem de geração em geração), mas que realiza o sacerdócio real do Messias davídico, sucessor de Melquisedec.
Na primeira parte do capítulo 7 da Carta, o autor resume a história de Melquisedec e afirma a superioridade do seu sacerdócio sobre o sacerdócio levítico (cf. Heb 7,11-10); na segunda, o autor demonstra que o sacerdócio novo de Cristo (na linha do sacerdócio de Melquisedec) é um sacerdócio perfeito e eterno, que veio substituir o sacerdócio levítico e abolir a antiga Lei (cf. Heb 7,11-28).
Melquisedec é um personagem misterioso que aparece em Gn 14,18-20. Apresentado como rei e sacerdote de Salem (localidade desconhecida, que o Sal 76,3 identifica com Jerusalém), ele adora o Deus altíssimo, abençoa Abraão quando este regressa da guerra e oferece-lhe pão e vinho. Abraão, o antepassado dos sacerdotes levíticos, inclinar-se-á diante dele e pagar-Ihe-á o dízimo. O Salmo 110, por sua vez, apresenta um rei da casa de David como o continuador do prestigioso Melquisedec (“o Senhor jurou” ao rei “e não voltará atrás: tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedec” – Sal 110,4). A partir daqui, a figura de Melquisedec adquirirá uma clara conotação rnesslànlca Após o Exílio na Babilónia, os judeus esperam ver surgir um salvador da descendência de David que reúna, como Melquisedec, o sacerdócio e a realeza. Os cristãos, inspirados por estas ideias, vão ler o mistério de Jesus a esta luzO
O autor da Carta aos Hebreus vai nesta linha. Na sua perspectiva, Jesus exerce um sacerdócio perfeito e eterno, que não se vincula ao sacerdócio de Levi (que é um sacerdócio exercido por homens pecadores, mortais e que se sucedem de geração em geração), mas que realiza o sacerdócio real do Messias davídico, sucessor de Melquisedec.
Na primeira parte do capítulo 7 da Carta, o autor resume a história de Melquisedec e afirma a superioridade do seu sacerdócio sobre o sacerdócio levítico (cf. Heb 7,11-10); na segunda, o autor demonstra que o sacerdócio novo de Cristo (na linha do sacerdócio de Melquisedec) é um sacerdócio perfeito e eterno, que veio substituir o sacerdócio levítico e abolir a antiga Lei (cf. Heb 7,11-28).
MENSAGEM
Uma das provas da superioridade do sacerdócio
de Cristo é a sua duração eterna, que contrasta com a mudança contínua das
gerações do sacerdócio levítico. Para o autor da Carta aos Hebreus, a
multiplicidade e a alternância são sinónimos de imperfeição. Porque o
sacerdócio de Cristo é eterno e a sua intercessão junto de Deus é contínua, ele
assegura, de modo definitivo, a salvação do crente (vers. 23-25).
O autor termina a sua reflexão com uma espécie de hino (vers. 26-28), que resume toda a exposição anterior e que exalta as características do sacerdócio de CristoaEle
é o sumo-sacerdote “santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores e elevado acima dos céus” (vers. 26), porque pertence à esfera do Deus santo.
Além disso, Ele não tem necessidade de oferecer todos os dias sacrifícios pelos pecados próprios e alheios, porque se ofereceu a Si próprio, de uma vez por todas, em sacrifício perfeito (vers. 27).
Em jeito de conclusão, o autor destaca, uma vez mais, o contraste entre a ordem imperfeita – que é a ordem da Lei e do sacerdócio levítico – e a ordem perfeita, prometida por Deus e realizada pelo sumo-sacerdote JesusoA.li, havia homens cheios de fragilidades e de debilidades; aqui, está o sumo-sacerdote eterno, que é Filho de Deus, que está junto de Deus e que intercede permanentemente pelos homens.
O autor termina a sua reflexão com uma espécie de hino (vers. 26-28), que resume toda a exposição anterior e que exalta as características do sacerdócio de CristoaEle
é o sumo-sacerdote “santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores e elevado acima dos céus” (vers. 26), porque pertence à esfera do Deus santo.
Além disso, Ele não tem necessidade de oferecer todos os dias sacrifícios pelos pecados próprios e alheios, porque se ofereceu a Si próprio, de uma vez por todas, em sacrifício perfeito (vers. 27).
Em jeito de conclusão, o autor destaca, uma vez mais, o contraste entre a ordem imperfeita – que é a ordem da Lei e do sacerdócio levítico – e a ordem perfeita, prometida por Deus e realizada pelo sumo-sacerdote JesusoA.li, havia homens cheios de fragilidades e de debilidades; aqui, está o sumo-sacerdote eterno, que é Filho de Deus, que está junto de Deus e que intercede permanentemente pelos homens.
ACTUALIZAÇÃO
• Na Carta aos Hebreus, Jesus Cristo é o
sacerdote por excelência, que o Pai enviou ao mundo com a missão de convidar
todos os homens a integrar a comunidade do Povo sacerdotal. Ora, Jesus Cristo
cumpriu integralmente a missão que o Pai lhe confiou ODesde o primeiro instante
da sua incarnação, Ele fez da sua vida uma escuta atenta do Pai e uma entrega
total aos homens. Na obediência e na entrega de Cristo – que foi até ao dom
total da vida, na cruz – ficou bem expresso o seu amor ao Pai. Cristo, com o
exemplo da sua vida, diz-nos qual a melhor forma de expressarmos o nosso amor a
DeusCÉ na escuta atenta dos seus projectos e dos seus desafios, no acolhimento
da sua Palavra e das suas propostas, na obediência aos seus mandamentos, no
cumprimento incondicional da sua vontade, no dom da vida aos irmãos por amor,
no testemunho corajoso dos seus valores e projectos, que nós expressamos, de
forma privilegiada, esse amor a Deus que nos enche o coração.
• O autor da Carta aos Hebreus insiste, com frequência, que o verdadeiro sacrifício, o sacrifício que Deus aprecia, o sacrifício que gera dinamismos de vida e de salvação, é aquele que Cristo ofereceu ao Pai: a sua própria vida, posta ao serviço do projecto de Deus e feita amor e serviço para os homens. Nós, os crentes, sempre preocupados em agradar a Deus e em render-Lhe o culto que Ele merece, esquecemos, por vezes, o óbvio: mais do que ritos majestosos, manifestações públicas de fé, solenes celebrações, Deus aprecia o dom de nós mesmos. O culto que Ele nos pede, o sacrifício que Ele aprecia e que há-de gerar vida nova para nós e para os que caminham ao nosso lado, é a obediência aos seus projectos e o amor aos irmãos.
• Cristo é, efectivamente, o sumo-sacerdote que está junto do Pai e que intercede continuamente por nós, como não se cansa de repetir o autor da Carta aos Hebreus. A consciência desse facto deve encher o nosso coração de paz, de esperança e de confiança: se Cristo intercede por nós, podemos encarar a vida de forma serena, com a consciência de que as nossas debilidades e fragilidades nunca nos afastarão, de forma definitiva, da comunhão com Deus e da vida eterna.
• O autor da Carta aos Hebreus insiste, com frequência, que o verdadeiro sacrifício, o sacrifício que Deus aprecia, o sacrifício que gera dinamismos de vida e de salvação, é aquele que Cristo ofereceu ao Pai: a sua própria vida, posta ao serviço do projecto de Deus e feita amor e serviço para os homens. Nós, os crentes, sempre preocupados em agradar a Deus e em render-Lhe o culto que Ele merece, esquecemos, por vezes, o óbvio: mais do que ritos majestosos, manifestações públicas de fé, solenes celebrações, Deus aprecia o dom de nós mesmos. O culto que Ele nos pede, o sacrifício que Ele aprecia e que há-de gerar vida nova para nós e para os que caminham ao nosso lado, é a obediência aos seus projectos e o amor aos irmãos.
• Cristo é, efectivamente, o sumo-sacerdote que está junto do Pai e que intercede continuamente por nós, como não se cansa de repetir o autor da Carta aos Hebreus. A consciência desse facto deve encher o nosso coração de paz, de esperança e de confiança: se Cristo intercede por nós, podemos encarar a vida de forma serena, com a consciência de que as nossas debilidades e fragilidades nunca nos afastarão, de forma definitiva, da comunhão com Deus e da vida eterna.
ALELUIA – Jo 14,23
Aleluia. Aleluia.
Se alguém Me ama, guardará a minha palavra, diz o Senhor; meu Pai o amará e faremos nele a nossa morada.
Se alguém Me ama, guardará a minha palavra, diz o Senhor; meu Pai o amará e faremos nele a nossa morada.
EVANGELHO – Me 12,28-34
Naquele tempo,
aproximou-se de Jesus um escriba e perguntou-Lhe: «Qual é o primeiro de todos os mandamentos?» Jesus respondeu:
«O primeiro é este:
‘Escuta, Israel:
O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus
com todo o teu coração, com toda a tua alma,
com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças’. O segundo é este:
‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’.
Não há nenhum mandamento maior que estes». Disse-Lhe o escriba:
«Muito bem, Mestre! Tens razão quando dizes:
Deus é único e não há outro além d’Ele. Amá-l’O com todo o coração,
com toda a inteligência e com todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo,
vale mais do que todos os holocaustos e sacrifícios». Ao ver que o escriba dera uma resposta inteligente, Jesus disse-lhe:
«Não estás longe do reino de Deus».
E ninguém mais se atrevia a interrogá-I’O.
aproximou-se de Jesus um escriba e perguntou-Lhe: «Qual é o primeiro de todos os mandamentos?» Jesus respondeu:
«O primeiro é este:
‘Escuta, Israel:
O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus
com todo o teu coração, com toda a tua alma,
com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças’. O segundo é este:
‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’.
Não há nenhum mandamento maior que estes». Disse-Lhe o escriba:
«Muito bem, Mestre! Tens razão quando dizes:
Deus é único e não há outro além d’Ele. Amá-l’O com todo o coração,
com toda a inteligência e com todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo,
vale mais do que todos os holocaustos e sacrifícios». Ao ver que o escriba dera uma resposta inteligente, Jesus disse-lhe:
«Não estás longe do reino de Deus».
E ninguém mais se atrevia a interrogá-I’O.
AMBIENTE
O Evangelho deste domingo situa-nos já em
Jerusalém, no centro da cidade onde vão dar-se os últimos passos desse caminho
que Jesus vem percorrendo, com os discípulos, desde a Galileia.
O ambiente é tenso. Algum tempo antes, Jesus expulsara os vendilhões do Templo (cf. Mc 11,15-18), acusando os líderes judaicos de terem feito da “casa de Deus um covil de ladrões”; logo de seguida, contara a parábola dos vinhateiros homicidas (cf. Mc 12,1-12), acusando os dirigentes de se oporem, de forma continuada, à realização do plano salvador de DeuseDs líderes judaicos, convencidos de que Jesus era irrecuperável, tinham tomado decisões drásticas: Ele devia ser preso, julgado, condenado e eliminado. Fariseus, Herodianos (cf. Mc 12,13) e até saduceus (cf. Mc 12,18), procuram estender armadilhas a Jesus, a fim de O surpreender em afirmações pouco ortodoxas, que pudessem ser usadas em tribunal para conseguir uma condenação. As controvérsias sobre o tributo a César (cf. Mc 12,13-17) e sobre a ressurreição dos mortos (cf. Mc 12,18-27) devem ser situadas e compreendidas neste contexto.
Neste ambiente, aparece um escriba a perguntar a Jesus qual era o maior mandamento da Lei. Ao contrário de Mateus (cf. Mt 22,34-40), Marcos não considera, contudo, que a questão seja posta a Jesus para o embaraçar ou pôr à prova. O escriba que coloca a questão parece ser um homem sincero e bem intencionado, genuinamente preocupado em estabelecer a hierarquia correcta dos mandamentos da Lei.
De facto, a questão do maior mandamento da Lei não era uma questão pacífica e tornou-se, no tempo de Jesus, objecto de debates intermináveis entre os fariseus e os doutores da Lei. A preocupação em actualizar a Lei, de forma a que ela respondesse a todas as questões que a vida do dia a dia punha, tinha levado os doutores da Lei a deduzir um conjunto de 613 preceitos, dos quais 365 eram proibições e 248 acções a pôr em prática. Esta “multiplicação” dos preceitos legais lançava, evidentemente, a questão das prioridades: todos os preceitos têm a mesma importância, ou há algum que é mais importante do que os outros?
É esta a questão que é posta a Jesus.
O ambiente é tenso. Algum tempo antes, Jesus expulsara os vendilhões do Templo (cf. Mc 11,15-18), acusando os líderes judaicos de terem feito da “casa de Deus um covil de ladrões”; logo de seguida, contara a parábola dos vinhateiros homicidas (cf. Mc 12,1-12), acusando os dirigentes de se oporem, de forma continuada, à realização do plano salvador de DeuseDs líderes judaicos, convencidos de que Jesus era irrecuperável, tinham tomado decisões drásticas: Ele devia ser preso, julgado, condenado e eliminado. Fariseus, Herodianos (cf. Mc 12,13) e até saduceus (cf. Mc 12,18), procuram estender armadilhas a Jesus, a fim de O surpreender em afirmações pouco ortodoxas, que pudessem ser usadas em tribunal para conseguir uma condenação. As controvérsias sobre o tributo a César (cf. Mc 12,13-17) e sobre a ressurreição dos mortos (cf. Mc 12,18-27) devem ser situadas e compreendidas neste contexto.
Neste ambiente, aparece um escriba a perguntar a Jesus qual era o maior mandamento da Lei. Ao contrário de Mateus (cf. Mt 22,34-40), Marcos não considera, contudo, que a questão seja posta a Jesus para o embaraçar ou pôr à prova. O escriba que coloca a questão parece ser um homem sincero e bem intencionado, genuinamente preocupado em estabelecer a hierarquia correcta dos mandamentos da Lei.
De facto, a questão do maior mandamento da Lei não era uma questão pacífica e tornou-se, no tempo de Jesus, objecto de debates intermináveis entre os fariseus e os doutores da Lei. A preocupação em actualizar a Lei, de forma a que ela respondesse a todas as questões que a vida do dia a dia punha, tinha levado os doutores da Lei a deduzir um conjunto de 613 preceitos, dos quais 365 eram proibições e 248 acções a pôr em prática. Esta “multiplicação” dos preceitos legais lançava, evidentemente, a questão das prioridades: todos os preceitos têm a mesma importância, ou há algum que é mais importante do que os outros?
É esta a questão que é posta a Jesus.
MENSAGEM
Citando o primeiro versículo do “Shema’
Israel”, a grande profissão de fé que todo o judeu recitava no início e no fim
do dia (cf. Dt 6,4-5), Jesus declara solenemente que o primeiro mandamento é o
amor a Deus – um amor que deve ser total, sem divisões, feito de adesão plena
aos projectos, à vontade, aos mandamentos de Deus (vers. 30: “com todo o teu
coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas
forças”). Como se achasse que a resposta não era suficiente, Jesus completa-a,
imediatamente, com a apresentação de um segundo mandamento: “amarás o teu
próximo como a ti mesmo” (trata-se de uma citação de Lv 19,18). Ou seja: o
maior mandamento é o mandamento do amor; e esse mandamento fundamental
concretiza-se em duas dimensões que se completam mutuamente – a do amor a Deus
e a do amor ao próximo.
A originalidade deste sumário evangélico da Lei não está nas ideia de amor a Deus e ao próximo, que são bem conhecidas do Antigo Testamentouv originalidade deste ensinamento está, por um lado, no facto de Jesus os aproximar um do outro, pondo-os em perfeito paralelo e, por outro, no facto de Jesus simplificar e concentrar toda a revelação de Deus nestes dois mandamentos.
A resposta de Jesus ao escriba não vai no sentido de estabelecer uma hierarquia rígida de mandamentos; mas superando o horizonte estreito da pergunta, situa-se ao nível das opções profundas que o homem deve fazer[]) importante, na perspectiva de Jesus, não é definir qual o mandamento mais importante, mas encontrar a raiz de todos os mandamentos. E, na perspectiva de Jesus, essa raiz gira à volta de duas coordenadas: o amor a Deus e o amor ao próximo.
Portanto, o compromisso religioso (que é proposto aos crentes, quer do Antigo, quer do Novo Testamento) resume-se no amor a Deus e no amor ao próximo. Na perspectiva de Jesus, que é que isto quer dizer?
De acordo com os relatos evangélicos, Jesus nunca se preocupou excessivamente com o cumprimento dos rituais litúrgicos que a religião judaica propunha, nem viveu obcecado com o oferecimento de dons materiais a Deus. A grande preocupação de Jesus foi, em contrapartida, discernir a vontade do Pai e cumpri-Ia com fidelidade e amor. “Amar a Deus” é pois, na perspectiva de Jesus, estar atento aos projectos do Pai e procurar concretizar, na vida do dia a dia, os seus planos. Ora, na vida de Jesus, o cumprimento da vontade do Pai passa por fazer da vida uma entrega de amor aos irmãos, se necessário até ao dom total de si mesmo.
Assim, na perspectiva de Jesus, “amor a Deus” e “amor aos irmãos” estão intimamente associados. Não são dois mandamentos diversos, mas duas faces da mesma moeda. “Amar a Deus” é cumprir o seu projecto de amor, que se concretiza na solidariedade, na partilha, no serviço, no dom da vida aos irmãos.
Como é que deve ser esse “amor aos irmãos”? Este texto só explica que é preciso “amar o próximo como a si mesmo”. As palavras “como a si mesmo” não significam qualquer espécie de condicionalismo, mas que é preciso amar totalmente, de todo o coração. Noutros textos neo-testamentários, porém, Jesus explica aos seus discípulos que é preciso amar os inimigos e orar pelos perseguidores (cf. Mt 5,43-48). Trata-se, portanto, de um amor sem limites, sem medida e que não distingue entre bons e maus, amigos e inimigos. Aliás, Lucas, ao contar este mesmo episódio que o Evangelho de hoje nos apresenta, acrescenta-lhe a história do “bom samaritano”, explicando que esse “amor aos irmãos” pedido por Jesus é incondicional e deve atingir todo o irmão que encontrarmos nos caminhos da vida, mesmo que ele seja um estrangeiro ou inimigo (cf. Lc 10,25-37).
O escriba concorda plenamente com a resposta de Jesus. Para exprimir a sua aprovação, ele cita alguns passos da Bíblia Hebraica (cf. Dt 4,35 e Is 45,21; Dt 6,5; Lv 19,18; Os 6,6), que repetem, com palavras diversas, o que Jesus acabou de dizer. Diante do comentário inteligente do escriba, Jesus declara-lhe que não está “longe do Reino de Deus” (vers. 34). Este escriba é, sem dúvida, um homem justo, que observa a Lei, que estuda a Escritura e que procura lê-Ia e pô-Ia em prática; no entanto, para poder integrar a comunidade do Reino, falta-lhe acolher Jesus como o Messias libertador enviado por Deus com uma proposta de salvação e decidir-se a tornar-se seu discípulo (após a conversa com Jesus, este escriba continua no seu lugar; não há qualquer indicação de que ele se tivesse disposto a seguir Jesus).
A originalidade deste sumário evangélico da Lei não está nas ideia de amor a Deus e ao próximo, que são bem conhecidas do Antigo Testamentouv originalidade deste ensinamento está, por um lado, no facto de Jesus os aproximar um do outro, pondo-os em perfeito paralelo e, por outro, no facto de Jesus simplificar e concentrar toda a revelação de Deus nestes dois mandamentos.
A resposta de Jesus ao escriba não vai no sentido de estabelecer uma hierarquia rígida de mandamentos; mas superando o horizonte estreito da pergunta, situa-se ao nível das opções profundas que o homem deve fazer[]) importante, na perspectiva de Jesus, não é definir qual o mandamento mais importante, mas encontrar a raiz de todos os mandamentos. E, na perspectiva de Jesus, essa raiz gira à volta de duas coordenadas: o amor a Deus e o amor ao próximo.
Portanto, o compromisso religioso (que é proposto aos crentes, quer do Antigo, quer do Novo Testamento) resume-se no amor a Deus e no amor ao próximo. Na perspectiva de Jesus, que é que isto quer dizer?
De acordo com os relatos evangélicos, Jesus nunca se preocupou excessivamente com o cumprimento dos rituais litúrgicos que a religião judaica propunha, nem viveu obcecado com o oferecimento de dons materiais a Deus. A grande preocupação de Jesus foi, em contrapartida, discernir a vontade do Pai e cumpri-Ia com fidelidade e amor. “Amar a Deus” é pois, na perspectiva de Jesus, estar atento aos projectos do Pai e procurar concretizar, na vida do dia a dia, os seus planos. Ora, na vida de Jesus, o cumprimento da vontade do Pai passa por fazer da vida uma entrega de amor aos irmãos, se necessário até ao dom total de si mesmo.
Assim, na perspectiva de Jesus, “amor a Deus” e “amor aos irmãos” estão intimamente associados. Não são dois mandamentos diversos, mas duas faces da mesma moeda. “Amar a Deus” é cumprir o seu projecto de amor, que se concretiza na solidariedade, na partilha, no serviço, no dom da vida aos irmãos.
Como é que deve ser esse “amor aos irmãos”? Este texto só explica que é preciso “amar o próximo como a si mesmo”. As palavras “como a si mesmo” não significam qualquer espécie de condicionalismo, mas que é preciso amar totalmente, de todo o coração. Noutros textos neo-testamentários, porém, Jesus explica aos seus discípulos que é preciso amar os inimigos e orar pelos perseguidores (cf. Mt 5,43-48). Trata-se, portanto, de um amor sem limites, sem medida e que não distingue entre bons e maus, amigos e inimigos. Aliás, Lucas, ao contar este mesmo episódio que o Evangelho de hoje nos apresenta, acrescenta-lhe a história do “bom samaritano”, explicando que esse “amor aos irmãos” pedido por Jesus é incondicional e deve atingir todo o irmão que encontrarmos nos caminhos da vida, mesmo que ele seja um estrangeiro ou inimigo (cf. Lc 10,25-37).
O escriba concorda plenamente com a resposta de Jesus. Para exprimir a sua aprovação, ele cita alguns passos da Bíblia Hebraica (cf. Dt 4,35 e Is 45,21; Dt 6,5; Lv 19,18; Os 6,6), que repetem, com palavras diversas, o que Jesus acabou de dizer. Diante do comentário inteligente do escriba, Jesus declara-lhe que não está “longe do Reino de Deus” (vers. 34). Este escriba é, sem dúvida, um homem justo, que observa a Lei, que estuda a Escritura e que procura lê-Ia e pô-Ia em prática; no entanto, para poder integrar a comunidade do Reino, falta-lhe acolher Jesus como o Messias libertador enviado por Deus com uma proposta de salvação e decidir-se a tornar-se seu discípulo (após a conversa com Jesus, este escriba continua no seu lugar; não há qualquer indicação de que ele se tivesse disposto a seguir Jesus).
ACTUALIZAÇÃO
• Mais de dois mil anos de cristianismo
criaram uma pesada herança de mandamentos, de leis, de preceitos, de
proibições, de exigências, de opiniões, de pecados e de virtudes, que
arrastamos pesadamente pela história. Algures durante o caminho, deixámos que o
inevitável pó dos séculos cobrisse o essencial e o acessório; depois,
misturámos tudo, arrumámos tudo sem grande rigor de organização e de
catalogação e perdemos a noção do que é verdadeiramente importante. Hoje,
gastamos tempo e energias a discutir certas questões que têm a sua importância
(como o casamento dos padres, o sacerdócio das mulheres, o uso dos meios
anticonceptivos, o que é ou não litúrgico, os problemas do poder e da
autoridade, os pormenores legais da organização ecleslalüe continuamos a ter
dificuldade em discernir o essencial na proposta de Jesus. O Evangelho deste
domingo põe as coisas de forma totalmente clara: o essencial é o amor a Deus e
o amor aos irmãos. Nisto se resume toda a revelação de Deus e a sua proposta de
vida plena e definitiva para os homens. Precisamos de rever tudo, de forma a
que o lixo acumulado não nos impeça de compreender, de viver, de anunciar e de
testemunhar o cerne da proposta de Jesus.
• O que é “amar a Deus”? De acordo com o exemplo e o testemunho de Jesus, o amor a Deus passa, antes de mais, pela escuta da sua Palavra, pelo acolhimento das suas propostas e pela obediência total dos seus projectos para mim próprio, para a Igreja, para a minha comunidade e para o mundo. Esforço-me, verdadeiramente, por tentar escutar as propostas de Deus, mantendo um diálogo pessoal com Ele, procurando reflectir e interiorizar a sua Palavra, tentando interpretar os sinais com que Ele me interpela na vida de cada dia? Tenho o coração aberto às suas propostas, ou fecho-me no meu egoísmo, nos meus preconceitos e na minha auto-suficiência, procurando construir uma vida à margem de Deus ou contra Deus? Procuro ser, em nome de Deus e dos seus planos, uma testemunha profética que interpela o mundo, ou instalo-me no meu cantinho cómodo e renuncio ao compromisso com Deus e com o Reino?
• O que é “amar os irmãos”? De acordo com o exemplo e o testemunho de Jesus, o amor aos irmãos passa por prestar atenção a cada homem ou mulher com quem me cruzo pelos caminhos da vida (seja ele branco ou negro, rico ou pobre, nacional ou estrangeiro, amigo ou inimigo), por sentir-me solidário com as alegrias e sofrimentos de cada pessoa, por partilhar as desilusões e esperanças do meu próximo, por fazer da minha vida um dom total a todos. O mundo em que vivemos precisa de redescobrir o amor, a solidariedade, o serviço, a partilha, o dom da vidaCNa realidade, a minha vida é posta ao serviço dos meus irmãos, sem distinção de raça, de cor, de estatuto social? Os pobres, os necessitados, os marginalizados, os que alguma vez me magoaram e ofenderam, encontram em mim um irmão que os ama, sem condições?
• É fundamental que tenhamos consciência de que estas duas dimensões do amor – o amor a Deus e o amor aos irmãos – não se excluem nem estão em confronto uma com a outra. Amar a Deus é cumprir a sua vontade e os seus projectos; ora, a vontade de Deus é que façamos da nossa vida um dom de amor, de serviço, de entrega aos irmãos – a todos os irmãos com quem nos cruzamos nos caminhos da vida. Não se trata entre optar por rezar ou por trabalhar em favor dos outros, entre estar na igreja ou estar a ajudar os pobres; trata-se é de manter, dia a dia, um diálogo contínuo com Deus, a fim de percebermos os desafios que Deus tem para nós e de lhes respondermos convenientemente, no dom de nós próprios aos irmãos.
• Como é que vivemos a nossa caminhada religiosa? Qual é, para nós, o elemento fundamental da nossa experiência de fé? Por vezes não estaremos a dar demasiada importância a elementos que não têm grande significado (as prescrições do culto e do calendário, os ritos exteriores, as regras do liturgicamente correcto, as doações de dinheiro para as festas do santo padroeiro, as leis canónicas, as questões disciplinaresü esquecendo o essencial, negligenciando o mandamento maior?
• O que é “amar a Deus”? De acordo com o exemplo e o testemunho de Jesus, o amor a Deus passa, antes de mais, pela escuta da sua Palavra, pelo acolhimento das suas propostas e pela obediência total dos seus projectos para mim próprio, para a Igreja, para a minha comunidade e para o mundo. Esforço-me, verdadeiramente, por tentar escutar as propostas de Deus, mantendo um diálogo pessoal com Ele, procurando reflectir e interiorizar a sua Palavra, tentando interpretar os sinais com que Ele me interpela na vida de cada dia? Tenho o coração aberto às suas propostas, ou fecho-me no meu egoísmo, nos meus preconceitos e na minha auto-suficiência, procurando construir uma vida à margem de Deus ou contra Deus? Procuro ser, em nome de Deus e dos seus planos, uma testemunha profética que interpela o mundo, ou instalo-me no meu cantinho cómodo e renuncio ao compromisso com Deus e com o Reino?
• O que é “amar os irmãos”? De acordo com o exemplo e o testemunho de Jesus, o amor aos irmãos passa por prestar atenção a cada homem ou mulher com quem me cruzo pelos caminhos da vida (seja ele branco ou negro, rico ou pobre, nacional ou estrangeiro, amigo ou inimigo), por sentir-me solidário com as alegrias e sofrimentos de cada pessoa, por partilhar as desilusões e esperanças do meu próximo, por fazer da minha vida um dom total a todos. O mundo em que vivemos precisa de redescobrir o amor, a solidariedade, o serviço, a partilha, o dom da vidaCNa realidade, a minha vida é posta ao serviço dos meus irmãos, sem distinção de raça, de cor, de estatuto social? Os pobres, os necessitados, os marginalizados, os que alguma vez me magoaram e ofenderam, encontram em mim um irmão que os ama, sem condições?
• É fundamental que tenhamos consciência de que estas duas dimensões do amor – o amor a Deus e o amor aos irmãos – não se excluem nem estão em confronto uma com a outra. Amar a Deus é cumprir a sua vontade e os seus projectos; ora, a vontade de Deus é que façamos da nossa vida um dom de amor, de serviço, de entrega aos irmãos – a todos os irmãos com quem nos cruzamos nos caminhos da vida. Não se trata entre optar por rezar ou por trabalhar em favor dos outros, entre estar na igreja ou estar a ajudar os pobres; trata-se é de manter, dia a dia, um diálogo contínuo com Deus, a fim de percebermos os desafios que Deus tem para nós e de lhes respondermos convenientemente, no dom de nós próprios aos irmãos.
• Como é que vivemos a nossa caminhada religiosa? Qual é, para nós, o elemento fundamental da nossa experiência de fé? Por vezes não estaremos a dar demasiada importância a elementos que não têm grande significado (as prescrições do culto e do calendário, os ritos exteriores, as regras do liturgicamente correcto, as doações de dinheiro para as festas do santo padroeiro, as leis canónicas, as questões disciplinaresü esquecendo o essencial, negligenciando o mandamento maior?
ALGUMAS SUGESTÕES PRÁTICAS
PARA O 31° DOMINGO DO TEMPO COMUM
(adaptadas de “Signes d’aujourd’hui”)
PARA O 31° DOMINGO DO TEMPO COMUM
(adaptadas de “Signes d’aujourd’hui”)
1. A LITURGIA MEDITADA AO LONGO DA SEMANA.
Ao longo dos dias da semana anterior ao 31° Domingo do Tempo Comum, procurar meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-Ia pessoalmente, uma leitura em cada dia, por exemploaEscolher um dia da semana para a meditação comunitária da Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos eclesiais, numa comunidade religiosaCAproveitar, sobretudo, a semana para viver em pleno a Palavra de Deus.
Ao longo dos dias da semana anterior ao 31° Domingo do Tempo Comum, procurar meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-Ia pessoalmente, uma leitura em cada dia, por exemploaEscolher um dia da semana para a meditação comunitária da Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos eclesiais, numa comunidade religiosaCAproveitar, sobretudo, a semana para viver em pleno a Palavra de Deus.
2. BILHETE DE EVANGELHO.
Deus nunca se apresenta como concorrente do homem. Seria assim se disséssemos que é preciso amar Deus ou o próximo. Ora, o escriba que encontra Jesus diz “amar Deus de todo o coração ce amar o seu próximo como a si mesmo vale mais que todas as oferendas e sacrifícios”. Para não se ficar longe do reino de Deus, basta, pois, amar Deus e o seu próximo. Foi o testemunho deixado por Jesus: o seu amor pelo Pai levava-o a retirar-se para o monte para rezar, a erguer os olhos para o céu antes de fazer milagres, mas ao mesmo tempo ia ao encontro dos doentes, dos excluídos, dos pecadores, das multidões perdidas como ovelhas sem pastor. E depois, na cruz, vira-se para seu Pai, mas também para o ladrão crucificado ao seu lado, para Maria e João, para os verdugos que não sabiam o que faziam, dizia Ele. E não esqueçamos a palavra de João, que esclarece muito bem o duplo mandamento: aquele que diz “amo a Deus” e não ama o seu próximo é um mentiroso.
Deus nunca se apresenta como concorrente do homem. Seria assim se disséssemos que é preciso amar Deus ou o próximo. Ora, o escriba que encontra Jesus diz “amar Deus de todo o coração ce amar o seu próximo como a si mesmo vale mais que todas as oferendas e sacrifícios”. Para não se ficar longe do reino de Deus, basta, pois, amar Deus e o seu próximo. Foi o testemunho deixado por Jesus: o seu amor pelo Pai levava-o a retirar-se para o monte para rezar, a erguer os olhos para o céu antes de fazer milagres, mas ao mesmo tempo ia ao encontro dos doentes, dos excluídos, dos pecadores, das multidões perdidas como ovelhas sem pastor. E depois, na cruz, vira-se para seu Pai, mas também para o ladrão crucificado ao seu lado, para Maria e João, para os verdugos que não sabiam o que faziam, dizia Ele. E não esqueçamos a palavra de João, que esclarece muito bem o duplo mandamento: aquele que diz “amo a Deus” e não ama o seu próximo é um mentiroso.
3. À ESCUTA DA PALAVRA.
À primeira vista, o vocabulário não pega! O amor não se impõe com golpes de leis! Porque dizer que o amor a Deus e ao próximo é o maior mandamento? Para os Judeus, a vontade de Deus exprime-se na Lei e tudo é visto a essa luz. A Lei é como que a incarnação da vontade de Deus. Então, Jesus respeita este escriba, que era um profissional da Lei, utilizando a mesma linguagem que ele. Mas começa por “escuta, Israeli’J É mais que um mandamento, é a afirmação fundamental da fé em Deus único. Mais ainda, este texto tornou-se a oração que os Judeus fiéis, ainda hoje, dizem três vezes por dia. É tão importante para os Judeus como o “Pai Nosso” para os cristãos. Deve ser, pois, meditada. Amar a Deus com todas as forças, com toda a mente, com toda a nossa forçarn.Jm amor verdadeiramente humano, o amor segundo
a vontade de Deus. Jesus liga o amor a Deus e o amor ao próximo. O escriba compreendeu: este amor vale mais que todas as oferendas e sacrifícios, porque envolve todo o nosso ser. Ele é a vida.
À primeira vista, o vocabulário não pega! O amor não se impõe com golpes de leis! Porque dizer que o amor a Deus e ao próximo é o maior mandamento? Para os Judeus, a vontade de Deus exprime-se na Lei e tudo é visto a essa luz. A Lei é como que a incarnação da vontade de Deus. Então, Jesus respeita este escriba, que era um profissional da Lei, utilizando a mesma linguagem que ele. Mas começa por “escuta, Israeli’J É mais que um mandamento, é a afirmação fundamental da fé em Deus único. Mais ainda, este texto tornou-se a oração que os Judeus fiéis, ainda hoje, dizem três vezes por dia. É tão importante para os Judeus como o “Pai Nosso” para os cristãos. Deve ser, pois, meditada. Amar a Deus com todas as forças, com toda a mente, com toda a nossa forçarn.Jm amor verdadeiramente humano, o amor segundo
a vontade de Deus. Jesus liga o amor a Deus e o amor ao próximo. O escriba compreendeu: este amor vale mais que todas as oferendas e sacrifícios, porque envolve todo o nosso ser. Ele é a vida.
4. PARA A SEMANA QUE SE SEGUED
Amar com todo o coraçãoDQue valem os nossos “amo-te”? Aproveitemos a interpelação deste domingo para reflectir, nesta semana, na sinceridade das nossas palavras e dos nossos sentimentos. Dizer a alguém “amo-te”, é verdadeiramente amá¬lo com todo o seu coração, com todas a sua força, sem falhas?
Amar com todo o coraçãoDQue valem os nossos “amo-te”? Aproveitemos a interpelação deste domingo para reflectir, nesta semana, na sinceridade das nossas palavras e dos nossos sentimentos. Dizer a alguém “amo-te”, é verdadeiramente amá¬lo com todo o seu coração, com todas a sua força, sem falhas?
Grupo Dinamizador
Pe. Joaquim Garrido – Pe. Manuel Barbosa – Pe. Ornelas Carvalho
Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (dehonianos) Rua Cidade de Tete, 10 :: 1800-129 Lisboa – Portugal
Tel: 218540900:: Fax: 218 540 909
portugal@dehonianos.org :: www.dehonianos.org
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