01 de julho - Sábado - Evangelho - Mt 8,5-17
Muitos
virão do Oriente e do Ocidente, e se sentarão à mesa junto com Abraão, Isac e
Jacó.
Este
Evangelho narra dois milagres de Jesus: A cura do empregado do oficial romano e
a cura da sogra de S. Pedro. Jesus se admirou da fé do oficial, e a Igreja
também admira, pois a frase dele nós dizemos na Missa, antes da comunhão:
“Senhor, eu não sou digno(a) de que entreis em minha morada, mas dizei uma
palavra e serei salvo(a)”.
O
oficial tinha uma convicção tão forte de que Jesus tem poder sobre as forças da
natureza e as doenças, que lhe pediu uma palavra dali mesmo, sem ter o trabalho
de ir até a sua casa.
Jesus
quer e pode nos ajudar, e sua ajuda é sempre eficaz e vitoriosa. Mas quer que
lhe manifestemos antes a nossa fé. Por isso quem tem fé nunca se apavora, seja
qual for a situação, porque sabe que tem ao seu lado um amigo ultra poderoso.
Ter
fé não significa que no passado a pessoa não tenha cometido pecados. Pode ter
cometido, e muitos, pois isso não é obstáculo para a ação de Deus, contanto que
haja arrependimento, conversão e boa vontade.
“Muitos
virão do Oriente e do Ocidente, e se sentarão à mesa No Reino dos Céus, junto
com Abraão, Isac e Jacó, enquanto os herdeiros do Reino serão jogados para
fora.” Diante de Deus, não existe povo, raça ou nação privilegiada. O povo de
Israel era privilegiado enquanto tinha a missão de preparar a vinda do Messias.
Mas depois que o Messias veio, acabaram os privilégios.
A
todos igualmente Deus dá a graça da fé. Se a pessoa acolhe, Deus lhe dá a
esperança e a caridade. Acolhidas essas três virtudes teologais, a pessoa
recebe a salvação. A Igreja Católica, a única religião que Jesus fundou, nos
ajuda a acolher e a viver a fé, a esperança e a caridade. A Igreja é o caminho
mais curto e mais fácil da salvação. Aliás, o batismo já nos insere na
Comunidade dos salvos em Cristo. Basta não perder essa graça.
A
fé é o segredo da felicidade. Quem tem fé “tira de letra” todas as dificuldades
e obstáculos que aparecem na vida. Quem tem fé sabe que uma doença, por mais
grave que seja, para Deus é um grãozinho de areia.
A
fé é uma graça que Deus dá a quem ele quer, do Oriente ou do Ocidente, do Norte
ou do Sul, sem nenhuma restrição em relação à raça, ao país ou a qualquer outra
distinção.
Quem
tem fé faz como o oficial fez: vai atrás de Jesus, expõe o seu problema e
acredita que Deus quer e pode solucionar. Por isso, quem tem fé não entra em
pânico, não se revolta, não desilude, não alvoroça, não perde a alegria nem a
esperança, mesmo nas situações mais desafiadores.
Ter
fé é muito mais que acreditar com a cabeça; é acreditar com o corpo inteiro,
jogando-se naquilo que crê. Mas, é claro, ter fé é seguir um caminho novo,
traçado não por nós, mas por Deus para nós.
“A
fé é a certeza daquilo que ainda se espera, a demonstração de realidades que
não se vêem” (Hb 11,1). É caminhar “como se visse o invisível” (Hb 11,27).
O
exemplo de Moisés, na travessia do Mar Vermelho nos esclarece bem sobre o que é
fé: “Moisés estendeu o bastão sobre o mar, e durante a noite inteira o Senhor
fez soprar sobre o mar um vento leste muito forte, fazendo recuarem as águas...
E assim os hebreus puderam atravessar” (Ex 14,21-22). Dá impressão que no
início as águas não se afastavam, mas Moisés continuou firme, com o seu bastão
estendido. Deus quer que nós mostremos a fé nele, mesmo sem ver uma resposta
imediata. Em vez de uma noite, ele pode demorar dias ou até anos para nos
atender. Mas, se permanecermos com o nosso bastão estendido, ele se manifestará
e, com toda a certeza, separará as águas.
O
oficial disse a Jesus: “Senhor, eu não sou digno de que entres em minha
casa...” Jesus lhe falou: “Vai! E seja feito como tu creste”. Naquele momento,
o empregado ficou curado. A Palavra de Deus acolhida com fé tem uma força incrível.
Mesmo à distância, ela transforma as pessoas e o mundo.
Uma
realidade bonita que aparece nestes dois milagres de Jesus é que quem tem fé
ama o trabalho. O empregado do oficial “sofria terrivelmente com uma
paralisia”. Certamente um dos sofrimentos dele é porque não podia trabalhar. A
sogra de Pedro, logo que foi curada, “levantou-se e pôs-se a servi-lo”. O
trabalho é uma bênção de Deus. Poder trabalhar é poder servir. “Descubra a
felicidade de servir”. Jesus trabalhava; ele era carpinteiro. E na vida pública
Jesus continuou trabalhando, pois a atividade missionária é trabalho. Quem tem
fé gosta de trabalhar, pois a fé sem obras é morta. Nós, que recebemos tanto da
família e da sociedade, precisamos ajudá-las também, através do nosso trabalho.
O trabalho é uma fonte de virtudes; já “a ociosidade é a mãe de todos os
vícios”.
Certa
vez, um noivo procurou o padre a fim de combinar o casamento. O vigário, que
estava sentado no escritório terminando uns escritos, resolveu fazer-lhe umas
perguntas. A primeira: “Você sabe religião?” O noivo respondeu: “Sei sim
senhor”. O padre, enquanto escrevia, lhe perguntou: “Então me diga: quantos
deuses há no céu?” O rapaz não sabia! O padrinho, que estava atrás dele, lhe
fez o gesto de um dedo para cima. O moço disse logo para o padre: “Eu sei,
senhor padre, há um Deus no céu”. O padre falou: “Muito bem. E quantas pessoas
há em Deus?” Agora enroscou – pensou o moço – e olhou disfarçadamente para o
padrinho. Este novamente levantou a mão para ele com três dedos levantados. O
noivo disse: “Eu sei também, senhor padre, há três em pé e dois deitados”.
Para
crescermos na fé, precisamos conhecer mais profundamente o catecismo e as
verdades nas quais acreditamos! Senão a nossa fé pode ficar ingênua.
Isabel
elogiou a fé da sua prima Maria Santíssima: “Feliz aquela que acreditou, pois
aquilo que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!” (Lc 1,45). Maria
nunca vacilou na fé, nem na hora mais difícil, que foi a cruz. Que ela nos
ajude a crescer na fé, e também a amar o trabalho, pois assim cresceremos em
todas as virtudes.
Muitos
virão do Oriente e do Ocidente, e se sentarão à mesa junto com Abraão, Isac e
Jacó.
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