08 de julho -- Sábado - Evangelho - Mt 9,14-17
João
Batista, cujo ministério tinha por finalidade preparar o povo para a chegada do
Messias, tinha discípulos que ainda haviam ficado com ele durante o princípio
do ministério do Senhor Jesus.
Eles
observavam os discípulos do Messias, alguns dos quais também haviam sido de
João, e vieram perguntar porque eles não jejuavam como os de João e os fariseus
faziam? Era uma crítica, pois o ritual do jejum representava muito para eles.
Para
compreendermos melhor o que se passou naquela ocasião, devemos lembrar que João
Batista fora ainda um profeta do Velho Testamento, e ele e os seus discípulos
ainda estavam presos à lei de Moisés, com seus preceitos e rituais. Ele
apresentara o Messias, e foi Este que deu início a uma nova era, ou
dispensação, introduzindo o Novo Testamento entre Deus e a humanidade com a
propiciação feita com o Seu sangue.
O
curto ministério do Messias aqui na terra foi um intervalo durante o qual Ele
anunciou o início do Seu reino e preparou os Seus discípulos para a nova
dispensação.
Os
“filhos das bodas” mencionados na resposta são uma expressão idiomática da
época significando os convidados a um casamento. O jejum entre os judeus era um
ato de abnegação devido a tristeza e contrição. Assim como os convidados não
podem demonstrar tristeza na presença de um noivo no seu casamento, também não
era próprio para os discípulos demonstrarem tristeza enquanto o seu Salvador
estivesse junto com eles.
Mas
haveria ocasião para jejum quando Ele voltasse para o céu, completada a obra de
redenção que viera fazer, quando então estaria fisicamente ausente dos seus
discípulos.
Não
existe um mandamento para jejuar como havia no Velho Testamento. O jejum é
encontrado junto com a oração na igreja primitiva, em ocasiões em que a direção
de Deus era pedida para a tomada de grandes decisões. Também, nas versões mais
antigas, aparece com a oração em 1 Coríntios 4:5. É um ato de abnegação diante
de Deus, aprovado aqui pelo Senhor Jesus.
Em
seguida o Senhor usa duas ilustrações para mostrar a mudança da dispensação do
Velho Testamento para a do Novo Testamento, e para ensinar que os seus
princípios não devem ser misturados: Ninguém usa um retalho de pano novo para
remendar uma roupa velha; pois o remendo novo encolhe e rasga a roupa velha,
aumentando o buraco. Ninguém põe vinho novo em odres velhos. Se alguém fizer
isso, os odres rebentam, o vinho se perde, e os odres ficam estragados. Pelo
contrário, o vinho novo é posto em odres novos, e assim não se perdem nem os
odres nem o vinho
A
utilidade do Velho Testamento, com a lei de Moisés, estava no fim, e o Senhor
Jesus não veio para lhe dar continuidade mediante alguns remendos pois estes só
podiam piorar a sua situação. O Velho Testamento não podia conter o Evangelho
da salvação unicamente mediante a fé na obra redentora de Cristo.
O
Senhor Jesus veio para introduzir uma veste totalmente nova, um vinho
completamente novo, para substituir de uma só vez o que existia naquela época.
O apóstolo João abrevia isso assim “a lei foi dada por Moisés; a graça e a
verdade vieram por Jesus Cristo”.
Pelo
jejum devemos proclamar que temos fome de Deus e significar que só encontramos
sentido para nós na verdadeira liberdade face a tudo que é terreno e material.
O nosso coração só encontra felicidade quando repousa em Deus.
Pai
dá-me suficiente bom senso para reconhecer o que corresponde ao projeto de
Jesus, sem querer misturá-lo com esquemas incompatíveis com a novidade do
Reino.
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